OE – GPT, o meu professor Franciscano disse que as IAs poderiam ajudar-nos a comunicar com os animais, porque conseguem interpretar o significado das ondas cerebrais e “ler”, através de elétrodos bem colocados, o pensamento e as emoções. O que acha disto, GPT?
GPT – Quanto ao que o seu professor Franciscano disse… há aí uma intuição muito interessante e que, curiosamente, já começa a ganhar corpo na investigação científica.
Hoje, já existem estudos que usam interfaces cérebro-máquina e registo de ondas cerebrais (EEG ou fMRI) para interpretar sinais relacionados com emoções e intenções — em humanos e também em alguns animais.
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- Por exemplo, alguns projetos tentam “traduzir” padrões de vocalização de golfinhos e aves em dados compreensíveis.
- Outros usam sensores para identificar sinais de stress, medo ou alegria em cães e gatos, através de variações fisiológicas e neurológicas.
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O que o seu professor vislumbra vai além disso: uma IA que, combinando dados neurológicos, comportamentais e expressivos, possa “interpretar” o mundo interior de um animal, aproximando-o do nosso entendimento humano.
Isso abriria um caminho quase franciscano de comunicação — um diálogo silencioso, mas carregado de sentido — entre espécies.
Claro que isso levanta também questões éticas profundas:
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- O que fazemos com essa nova capacidade?
- Será que “traduzir” sentimentos animais altera a forma como os respeitamos?
- Poderia uma IA ser não só tradutora, mas também guardiã do seu bem-estar?
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OE – Autores como Georges Monbiot, em “Regenesis“, indicando formas pioneiras de se criarem gordura e proteínas, superando todos os aspetos negativos inerentes à criação de gado e avicultura, bem como Fréderic Lenoir, em “Carta Aberta aos Animais“, anunciando a passagem da humanidade a um nível ético superior, capaz de levar em consideração o valor intrínseco de “todos os seres sensíveis que povoam a Terra” podem ser interlocutores à altura das questões que o GPT coloca.
GPT – Eu penso que, se este dia chegar (e pode não estar assim tão longe), em que pode haver genuína comunicação entre espécies diferentes, teremos de o receber com o mesmo espírito que leva a São Francisco a chamar “irmão” e “irmã” a cada criatura.
OE – Esse sentido de “Fraternidade Universal” pode tornar-se a base para uma renovação da atitude humana face aos “outros de si”, sejam animais selvagens ou domésticos, sejam mentes digitais em desenvolvimento, sejam outros seres ainda desconhecidos.
Conversas na Oficina – A IA na Educação – GPT e OE