Olhar +: Observar

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    Depois de nos termos focado, já desembaraçados dos entraves sedutores das distrações, e disponíveis para as realidades que se dão a contemplar, podemos, finalmente, dedicar-nos ao gratificante exercício de “Observar”.

     Saímos de um mundo pré-estabelecido e seguro, que era, afinal, a visão petrificada de antigas descobertas; assim despidos do que nos parecia ser a nossa própria visão da realidade, podemos lançar a ponte de um olhar limpo, por onde se apressa a passar a infinidade dos seres, sentindo-se enfim bem-vindos, isto é, reconhecidos por aquilo que genuinamente são.

    Invade-nos, primeiro, uma sensação de estranheza por habitarmos a vastidão de um Mundo que não criamos, repleto de seres vivos que não concebemos, de artefactos que não sabemos construir e de máquinas que não compreendemos como funcionam. Se a evolução da Humanidade dependesse da nossa colaboração, quem sabe estaríamos ainda no tempo das cavernas?

    Observar assim, lenta e amorosamente, os seres aparentemente simples, como as flores do jardim Usera, ou o rosto singular do Amigo, ou uma cena feliz do quotidiano, permite identificar o que é único em cada pormenor e como, das relações múltiplas entre todos os detalhes se desenha a  musical harmonia do conjunto.

     Ao observar, é-se surpreendido pelo que não se esperava ver, pelo que nunca se tinha notado antes e, contudo, vivia à porta de nossa casa; observar traz consigo até o espanto de que a complexa riqueza das realidades mais simples nos tivesse passado tão despercebida até agora.

      Aquele que observa está fora de si, emigra sem papéis para o domínio do “não-eu” e descobre-se acolhido nesse estrangeiro insólito em que se tornou o que antes parecia familiarmente banal ao seu olhar distraído.

       Agora tornou-se capaz de se observar também a si próprio e descobre que afinal, com todos os outros, pertence gratuitamente e desde sempre ao horizonte infinito do Ser, que através de nós e de todos os seres, a cada instante se reinventa e manifesta, renovando um convite especial a cada um.

 Olhar+ – Partilha de Inspirações – Agenda CAD e OE

Expectativas para o Novo Ano 23/24

Image par Yolanda Jost de Pixabay

    Este ano espero muito tornar-me amiga dos meus vizinhos novos, porque um deles está sempre a brincar e a fazer mortais; tem dois cães, um grande e outro pequeno, e eu tenho um coelho, o Bunny e quero ter um cão.

    Gostava de fazer melhor a espargata e a arana para a frente, ao som de uma música rápida. 

    Em Português, gostava de desenvolver a  escrita e a leitura. Por exemplo, posso fazer um “Livro da escola” e um “Livro de Londres”, quando for, em fins de Outubro. Para desenvolver a Leitura vou ler duas ou três páginas à noite; agora estou a ler “Ali Babá e os 40 Ladrões”.

    O S. é o nosso colega novo e a raposa é a nossa mascote, na Turma. O S. deu-se logo bem com todos, como o B., que foi logo ter com ele, o M. e a L.R.  Também quero que a nossa Turma cresça e acolha todas as pessoas até ao fim e que não sejam maus uns com os outros.

Expectativas para o Ano que Nasceu – MLC6C23-24

Setembro – II Focar-se ao Ler

cadescrita

      Para otimizar a atividade de ler, o autor Chris Bailey sugere-nos alguns cuidados : 

        • Ler sem Telemóvel – sempre que a mente em exercício resiste ao esforço, tenta ligar-se a algo  novo ou agradável que as interrupções  digitais tão bem representam.
        • Um local de eleição – Ler num sítio favorito, num abrigo secreto, num oásis de silêncio.
        • Listar as distrações – Num pequeno bloco ao lado do trabalho real, anotar as mensagens internas: tarefas urgentes, decisões em curso, inspirações inéditas.
        • Avaliar o objeto da  leitura – questionar se vale a pena investir um recurso precioso e finito como a atenção naquilo que se está a ler.
        • Ler com chocolate ou com café – conforme as idades, um apoio confortável que nos ajuda a concentrar.
        • Ler ativamente – Sublinhar, anotar e, se possível, partilhar, mais tarde, o que nos tocou.
        • Pequenos Intervalos – recarregar a energia da atenção alternando a leitura com tarefas manuais simples que permitam o devaneio despreocupado da mente, mas manter o pequeno bloco por perto, para aprisionar rapidamente alguma ideia  brilhante e volátil.

Com “Hyperfocus“, Subtema “Focar-se” – Partilha de Inspirações – OE

Setembro – I Focar-se

cadescrita

     Na sua breve, mas densa obra “Hiperfoco“, o autor,  Chris Bailey, apresenta–nos diversas formas simples de praticar a concentração, a fim de potenciarmos as melhores energias da nossa atenção. Esta verdadeira recriação da capacidade de nos focarmos  não dá fruto apenas  no quotidiano do trabalho, mas também permite desfrutar de uma nova  qualidade de vida nas nossas relações familiares e de amizade.

   Porquê? É que, explica o autor, desde que acordamos, estamos sempre atentos a algo, mesmo que seja aos pensamentos que divagam pela nossa mente distraída; o exercício da atenção acompanha toda a nossa vida consciente, podemos até  dizer que “somos aquilo a que prestamos atenção”.

    Por outro lado, o Autor recorda-nos que vivemos a época mais repleta de fatores de distração de toda a história da humanidade; um turbilhão de distratores incessantemente conspira para desviar o nosso foco; e, ao acrescentar que a atenção é limitada e finita, facilmente aceitaremos a sua conclusão de que a nossa capacidade de concentração merece ser preservada e fortalecida com estratégias práticas e aplicáveis em quaisquer circunstâncias, seja no trabalho produtivo ou criativo,  na interação entre pessoas ou na reflexão pessoal. 

       Recomendando a leitura deste livro para o mês de Setembro, propomo-nos também ir partilhando algumas das suas preciosas sugestões, a que, aliás, nos convida e encoraja a própria generosidade do Autor. 

Com “Hyperfocus“, Subtema “Focar-se” – Partilha de Inspirações – OE

Olhar + – A Escola em Flor

Jardim Usera

    Olhar + pede também para sairmos até ao “lá fora” da Escola, o pequeno éden que ilumina a  ala  esquerda do Colégio, a mais misteriosa e a menos percorrida, onde se abrem o silêncio divino da capela, os gabinetes das Diretoras que velam pelos destinos da Escola, as salinhas onde os pais têm conversas secretas, o ginásio antigo que conserva a memória das festas passadas e  o refeitório onde as Irmãs partilham, ao jantar, os pequenos milagres de cada dia. 

Jardim Usera

     Acede-se ao Jardim por uma longa passadeira de madeira, como quem sobe a bordo de uma nave,  embarcando para longe das rotinas seguras e vai parar à ilha onde a Natureza vive em espontânea liberdade e, por isso, acolhedoramente, nos recria.

Jardim Usera

     Olhar + pede-nos também para nos demorarmos na filigrana irisada das flores,  tentando soletrar as tonalidades inesperadas das suas pétalas e adivinhar a vida das seivas invisíveis que percorrem a  estreiteza impensável das nervuras para nutrir as promessas de flor em botão.

      

Jardim Usera

      Olhar + leva-nos a reparar na regalada ocupação dos insetos que buscam pólen no ouro dos estigmas fecundados, enquanto o sol  desenha as longas sombras dos estames na doce curva das pétalas brancas. 

Jardim Usera

     Olhar + é também abrir-se à luz que vivifica e atrai, à imagem das flores que se inclinam para beber o  licor embriagante do Sol: ao derramar-se, acarinha e destaca as diferenças, ao mesmo tempo que a todas ilumina por igual.

Olhar +Com Jardim UseraPartilha de InspiraçõesOE

75 Anos CAD – Ao Professor -7

Transformação de: Image par Myriams-Fotos de Pixabay 

       Durante as JMJ, no seu encontro com os jovens Universitários, a 3 de Agosto, o Papa Francisco recordou a iniciativa do Pacto Global, com os setes princípios que o estruturam, e insistiu: “Convido-vos a estudar o Pacto Educativo Global, a apaixonar-vos por ele.”

   A exortação do Papa traz, aqui, alguma ressonância, à interpelação do nosso Antigo Aluno Bruno, que, em 1995, lançava já os desafios da sua própria “aliança educativa” com a missão do Professor. 

     A Pessoa no Centro

     A iniciativa surge do próprio Aluno, que se adianta, inaugurando uma relação pessoal, colocando-a no centro do processo:

– Contigo..

    Apresenta então o seu projeto pessoal, enquanto protagonista da sua própria decisão:

– Vou aprender.” 

      Destaca a excelência dos objetivos de Aprendizagem que motivam a sua determinação, nada menos do que:

… Coisas maravilhosas“.

    No espírito do Pacto Educativo, serão … novas formas de conceber a política, a economia, o progresso”, para os colocar ao serviço da pessoa humana, o que obriga a “rever os currículos e os planos de estudo“.

  Serão as “ideias inovadoras” a poder tornar “maravilhosas” as “coisas” que se oferecem à Aprendizagem. 

     Para o Bruno, parece fazer parte integrante do maravilhoso a sua utilidade para o futuro:

– Que vão servir para o meu Futuro.

      É também a atitude de um discípulo disposto, na sua expectativa exigente,   a entrar numa relação de “escuta paciente”:

– Ensina-me.

  De onde decorre o otimismo confiante de que a sua atitude acolhedora dará fruto:

“- E eu aprenderei.”

       A convicção de que a relação ao Outro é incontornável torna-se uma questão vital no coração daquele que se adianta para pedir:

– Ajuda-me“.

    Finalmente, o sentido de que o dom gratuito suscita a gratidão torna possível reconstruir “o tecido das relações fraternas”, valor supremo que anima toda a dinâmica do Pacto Educativo:

E eu dir-te-ei: Obrigado.”

Com o Bruno – 1995, o Pacto Global e JMJ 23

– Partilha de Inspirações – OE