Entre Altas Ondas

 

Image by Jensen Art Co from Pixabay 

    A Coragem é viver entre altas ondas: podem ser adversas ou amigas. As primeiras levam-nos mais longe, mas à força, ensinam a não resistir e a entregar os sonhos à corrente. As seguintes atiram-nos para o alto e fazem-nos cair onde há muitos companheiros a desbravar caminhos secretos por entre as águas peregrinas.

      A Coragem é sair sempre, obedientes à chamada do vento que sopra onde quer, para um treino de liberdade que nunca termina, antes nos surpreende, sempre, com desafios inéditos.  A Coragem não se exerce apenas no perigo iminente, mas constantemente se afina na paciência do esforço que exigem as tarefas repetidas no amor de cada dia.

       A Coragem pode vir embrulhada na escolha das palavras que voam como setas afiadas e montam guarda ao generoso coração da Vida.

Partilha de Inspirações  – OE e 5D

Só os Dois no Mundo

Fnac – 10/2016

E se ficássemos só os dois no mundo, tinhas medo?

Noite Estrelada, Jimmy Liao

      Não tinha medo; contigo, não haveria solidão, não seria difícil dar sentido ao existir; pelo contrário, para nós, ele seria como um mistério atraente.

     O que faríamos num planeta tão grande? Oh, ele ter-se-ia tornado pequeno, pois teríamos voltado a viver no campo, outra vez. O nosso lar seria a pequena casa dos avós,  com o seu jardim iluminado pelas flores,  a horta para plantarmos e colhermos a delícia dos vegetais. Os nossos aparelhos domésticos deixariam de funcionar, os nossos veículos sem combustível poderiam abrigar os coelhos do bosque. 

     Contigo, celebraria os Amigos e as Famílias ausentes, não nos pareceria terrível que todos tivessem desaparecido do nosso presente, porque eles continuariam vivos na nossa celebração aberta sobre um Futuro absoluto. 

     Só os Dois” é uma fórmula pacificadora para o mundo tumultuoso em que vivemos. Não somos poucos demais, porque nós os dois permanecemos expectantes em relação ao infinito.

    Há uma abertura no diálogo entre Amigos que o torna inesgotável. Entre os dois podemos fazer isso mesmo: criar, desenvolver uma conversa que nunca terá fim. 

Partilha de Inspirações – OE e 5ºA

 

A Escrita ao Serviço da Vida

Oficina de Escrita – Prof Paula Xavier                                                   

          “A tua oração é o grito do teu desejo. Redige essa oração por escrito: esse primeiro esforço criador fará com que cresça em ti a coragem.”                           

Sto. Agostinho, sec. V

     

     O exercício da expressão escrita –  seja na sua vertente expressiva, reflexiva, criativa, ou outra –  é sempre  uma experiência de liberdade.

    Com efeito,  tal exercício só pode aceder a uma forma única e pessoal se, para lá da circunstância de um dever académico, for também voluntário;  se, para lá da utilidade dos objetivos  curriculares, se colocar, também, desinteressadamente,  ao serviço da Vida.

     Quem fez, ainda que de passagem e a intervalos muito irregulares, essa experiência vital de autenticidade, sabe que só ela tem o potencial de libertar energias que, de outro modo,  permaneceriam compactadas  e inúteis, nos meandros subterrâneos do nosso viver apressado.

    São  energias do mais puro quilate, as mais próximas da Fonte de onde brota, misteriosamente, a cada momento, a nossa própria Vida;  elas ascendem,  por assim dizer,  ao apelo da escrita – que tem o dom de as convocar  – e ficam disponíveis para a nossa  vontade.

   São elas que tornam possível “o golpe de alma” necessário  a uma tomada de decisao;  são puras forças de coragem que o exercício da escrita drenou para a luz da consciência.

     Certamente, há outras descobertas essenciais a realizar neste exercício  tão rente ao chão do vivido. Hoje queríamos apenas destacar aqui esta virtualidade,  tantas vezes suposta em silêncio,  mas repleta de possibilidades de Vida,  que o exercício da expressão escrita pode oferecer aos nossos Alunos. 

Agenda 22-23 Instrumentos de Vida – OE

O Máximo Horizonte

Image by Hamsterfreund from Pixabay

Levantou-se e partiu apressadamente…”

Tema das JMJ -2023

       O tema das Jornadas Mundiais da Juventude deixa-se aprofundar apenas depois de termos enfrentado algumas questões incontornáveis:

      • O que nos faz levantar?
      • E partir?
      • E partir apressadamente?
      • Qual é o alcance máximo dessa expectativa que se projeta para diante, para cima, para todos os lados?
      • O que demanda, na sua máxima ousadia , o anseio humano?

          A resposta a estas questões daria a medida da amplitude do  nosso máximo horizonte.

     Cada um de nós,  em momentos limite da sua aventura pessoal, descobre que se  faz ao largo de tudo; admira-se ao constatar que se adianta para além da segurança da  própria vivência acumulada ao longo dos seus anos; espanta-se com a agilidade com que se desembaraça  para lá da estabilidade do conhecido, que  afinal tinha sido construindo laboriosamente e formava o alicerce do seu quotidiano.

“Levantou-se e partiu apressadamente em direção às montanhas”

       Os dois movimentos livres nesta iniciativa são “Levantar-se” e “Partir.”

        O ímpeto que borbulha e lança espuma, no nosso levantar, é já resposta a uma solicitação que vem de mais longe? E De quão longe?

       De quanto mais longe somos interpelados, talvez mais intenso o impulso do nosso levantar e a prontidão do pôr-se a caminho, e o ritmo do andamento para fora e para longe.  Talvez se afine o olhar para a lonjura à medida que  avançamos  na direção de embora.

   Em direção” – não se trata de um rastrear avulso, mas de um movimento orientado, um ritmo ordenado, uma fidelidade a algo que nos expropria e nos transporta.

     Às montanhas” este destino último sugere um horizonte vertical, mais inacessível, mais exigente no esforço de chegar a participar nele, mais transcendente ao plano horizontal do habitat humano, onde a inércia do que  já se controla com sucesso pode amortecer o ímpeto do avanço para diante.

     E, no entanto, a prontidão da resposta e a orientação do olhar para o mais longínquo transmitem a sensação de que há algo de familiar neste apelo a uma superação sem condições. 

     Não no sentido em que o dom inesperado pudesse ser deduzido ou reclamado a partir de um indefinível anseio humano; mas antes essa impressão de “estar em casa”, apesar de estar fora das fronteiras patrulhadas. 

   É assim como uma sensação de pertencer ainda a outro enraizamento, para lá do ecossistema humano, no seu entrelaçamento íntimo de natureza e cultura – tão íntimo que as duas componentes se tornam indiscerníveis.

      Um súbito à vontade reencontrado, mal se dobrou a curva do último limite conhecido, como se a nossa vocação humana tivesse sido, afinal, desde sempre, o incessante renovar-se em vista de um infinito: “levantar-se e partir”.

     Santo Anselmo, no sec XII, deixou formulado para sempre um desafio semelhante a todo o pensar vivo que havia de vir depois dele; mas o seu convite ousado não se dirige ao pseudo-pensar de pacotilha, domesticado e passivo,  segregando abstrações ou derramando-se em objetos externos.

    Só o centro ardente da pessoa humana é capaz de unificar num feixe luminoso todas as vertentes da existência e determinar-se para a aventura de um pensar vivo.

     Aventurar-se a pensar o ser; o ser maior; “o ser acima do qual nada maior pode ser pensado”. Anselmo desenhou  um horizonte de amplitude tão aberta que não se pode percorrer as suas margens com o olhar.

    Nada mais do que pensar a sua possibilidade é talvez já “o levantar-se” do nosso próprio ser; afirmar a existência dessa possibilidade infinita é talvez já o início de uma “partida apressada” de todo o nosso ser, a imersão na irresistível corrida em direção ao coração inatingível  deste máximo horizonte .

     JMJ-Lisboa-2023 Agenda 22-23 – A VIDA – OE

“A PAZ é responsabilidade de Todos”

Image by Clker-Free-Vector-Images from Pixabay

     “A Paz só poderá nascer da paz: não da paz concluída depois de uma batalha, mas da paz debatida sem batalha e erigida em vitória definitiva do Diálogo sobre a espada.”                                                 

 Émile-de-Girardin

     Vivemos um momento decisivo que pode abrir novas possibilidades para a aventura humana que se vem desenrolando na história. 

     As forças em presença não são apenas as que se tornam visíveis e mais ou menos inteligíveis nas tensões da atualidade; nas questões vitais em debate, incluem-se as forças que brotam de toda a realização humana do passado do mundo, bem como as incontáveis possibilidades que nos interpelam do futuro.

    Quem defende a Paz? Quem pratica os valores da democracia? Quem está empenhado na redistribuição dos bens e dos recursos? Quem acolhe, como um enriquecimento, a pluralidade de visões do mundo? Quem consegue discernir as finas linhas que demarcam a possibilidade de um diálogo vivo entre todas elas?   

    Não escolhemos ser livres; eis outro presente que nos foi oferecido com a própria vida: uma vida livre, que supõe uma adesão e a persistência de um esforço, sempre a reatualizar, para corresponder à exigência com que a Vida coroa o seu livre dom. 

     Na sua mensagem da Páscoa 2022, o papa Francisco considerou a Paz não apenas “possível”, mas ainda “a principal responsabilidadede todos nós

      Entre inumeráveis iniciativas que os desafios da Paz suscitam, podemos indicar:

        • A Fundação Berghof ,para a qual “o conflito é inevitável, mas a violência, não” e desenvolve, há 50 anos, encontros entre partes em litígio, apoiando-os no esforço do diálogo.
        • Open Democracy, uma plataforma internacional que se quer independente, que dá voz aos excluídos da atenção pública, em vista de um mundo mais igualitário e mais aberto.
        • E-International Relations – site que oferece uma plataforma aberta, não alinhada, para publicações dos mais diversos pontos de vista sobre as relações internacionais e os equilíbrios de forças no mundo atual. Também oferece livros de leitura gratuita online.
        • Youth for Peace – Visa a participação dos jovens na construção da Paz Mundial e tem o apoio do Conselho de Segurança da ONU.

 

Pacto Global para a Educação – A Vida, Agenda 22-23 – OE

     

  

Viver e Expressar a Beleza

     

Image by David Mark from Pixabay 

     De Anselmo Grun, monge beneditino:

     “Aplica-se à fé o mesmo requisito que à Filosofia: a possibilidade de maravilhar-se.”  “No início da reflexão filosófica maravilhamo-nos perante o facto de que somos, em vez de não sermos; assim também no início da atitude de fé está o maravilhar-se perante a beleza do mundo e o mistério do ser humano.” (1)

    Fé – também uma atitude de confiança no que nos excede; reflexão filosófica – também uma sabedoria que amadurece na reflexão pessoal sobre a experiência vivida do que nos excede.

    Acontece o milagre altamente improvável de que sou – eu, que poderia nunca ter sido. Descobrir-se contingente, estar assim à beirinha do precipício de milhões de possíveis em que não estou incluído.

     Como dizia, em “A Rapariga das Laranjas”, a mulher da personagem principal que se desolava, à medida que o seu cancro avançava, por ter de morrer tão cedo:

  “ – Mas tu estiveste aqui. E isso é verdade para sempre. Lucky you.” (2)

    Kant deixou-se maravilhar, tanto perante o enigma irredutível de um universo imenso, constelado de estrelas incontáveis, como perante o não menos misterioso pulsar da “lei moral” na profundidade do coração humano. (3)

   Na sua obra, esta contemplação maravilhada traduziu-se numa sabedoria mais abrangente, mas não na expressão de uma fé mais profunda.

   Que silêncio permite que a criação se nos desvende como bela e a presença do ser humano nos surja como misteriosa, a ponto de nos sentirmos maravilhados?

   Que linguagem pode expressar o sentido dessa beleza e a evidência desse teor misterioso?

     Anselmo Grun fala de uma “capacidade de falar por imagens”. Essa mediação é ela mesma descrita por uma imagem. O que são as imagens? São janelas. (4)

    A Capacidade de falar por imagens é a de rasgar aberturas na nossa forma de ver o mundo conhecido; dar a ver “o que está fora”, abrir mirantes para o que só pode existir “para lá de tudo”; algo que não pode ser apenas uma finalidade a alcançar por mero alargamento das dimensões do humano; algo cujo sentido exige essa liberdade em relação ao nosso existir no mundo com os outros,  como uma transcendência autêntica.

    Falar por imagens torna-nos capazes de expressar o que é maior do que o simplesmente “novo” para nós, mas que é, antes, o “incessantemente novo” e “sempre maior”, que se torna presente à criação, pela sua beleza e ao ser humano, pelo seu mistério.

    O Autor Beneditino assegura-nos que “as imagens não prendem o mistério do ser”, por que não se reduzem a indicar objetos, não se referem a realidades objetiváveis, isto é, que possamos reduzir a “coisas”. (5)

     Esta linguagem capaz de criar imagens é, pois, também ela, a “linguagem da beleza”. É a mesma disposição para “deixar-se maravilhar” que subjaz tanto à descoberta do que nos supera, como à possibilidade de o articular na linguagem.

      Vivenciar a possibilidade deste radicalmente “para além de” e  “sempre mais” é, ao mesmo tempo, causa e resultado do espanto e do deslumbramento que suscita. Eles configuram uma disposição interior que tanto permite cumprir o trabalho da reflexão como pode inspirar a atitude de fé.

A Vida – Agenda CAD – Setembro – OE

(1) - Anselm Grun - "O que é a Religião?" pag. 24
(2) - Jostein Gaarder - "A Rapariga das Laranjas"
(3) - Emmanuel Kant - "Crítica da Razão Prática", 1788
(4) - Anselm Grun - "O que é a Religião?" pag. 24
(5) - id.

“Fazemos da Vida Algo Extraordinário”

 

Oficina de Escrita

      Podemos partir de uma evidência que tantas vezes nos passa despercebida, mas que não cessamos de redescobrir, com surpresa sempre nova, desde que aceitemos depor, por um momento, o peso do que nos preocupa ou devolver ao seu voo planado a leveza do que nos dispersa.

      Falamos da Vida, claro, e do cunho extraordinário do seu advento em nós, a pureza intocada do que nos trespassa, mas não se deixa apropriar, a improbabilidade  vertiginosa de nos acharmos nela e o milagre ousado de podermos aderir ao seu impulso para sempre mais.

        Uma graça livre, que nos pode sempre transformar, se com ela nos aventuramos pelos meandros escondidos dos instantes apenas nascidos, em que floresce o improvável do encontro e da  festa, ou em que amadurece o infinito da saudade e do sonho.

      A Vida, já de si manifestação do extraordinário, por excelência,  fonte de generosidade nas mil formas que convoca, não espera menos de nós, os Vivos, que façamos da força luminosa que nos nutre e impele, algo de extraordinário.

Agenda 22-23 – A VIDA – OE

6.2. Renovar a Política

Image by Gerd Altmann from Pixabay e Pacto Global 

     Aquilo que se entende por “Política” fica muitas vezes circunscrito apenas às várias formas de governar cada uma  – e mesmo todas as sociedades humanas, pois estamos a viver “num mundo onde a interdependência política é a regra inelutável.” (1) Mas esta  perspetiva pode revelar-se estreita, por não fazer justiça ao ser da pessoa humana nem ao ser das comunidades em que aquela apenas pode florescer.

   Em fidelidade não só ao nosso tema do ano, mas também aos autores que nos inspiram, propomos ver “a política” a partir da própra “Vida”, sendo esta o plano mais amplo e elevado, a partir do qual se podem incluir e relacionar todas as dimensões do humano, incluindo a da política, que estaria, assim, subordinada e colocada ao serviço da Vida.

   Aquela “interdependência política” em que os diferentes povos atualmente se encontram exige o reconhecimento de um plano comum onde todas as culturas se possam encontrar em diálogo recíproco. O recorte abstrato de “cidadania” a que se reduz a espessura do humano não é suficiente para este encontro vital, pois não chega a aflorar o que é mais específico quer da pessoa  quer da comunidade humana e assim mostra-se incapaz de aproximar os povos e de gerar união.

     O agir político tem de conseguir espelhar, na superfície da ágora, valores fundamentais que a determinam, desde as entranhas da Vida, tal como o valor fundamental da relação, que é constitutivo de cada cultura, na sua distinta forma de abertura às outras e que, simultaneamente a identifica como única.

     Assim, a aventura vital que demanda e  vivencia a  Paz não a concebe como um mero antídoto da guerra, mas como algo que espontaneamente brota das seivas profundas da Vida e a serve, possibilitando  a fecundidade dos diálogos; como mero efeito colateral, é ainda o dinamismo desta superabundância de sentidos novos, gerados na qualidade do encontro humano, que permite a compreensão e o controle dos fatores que podem levar à guerra.

     A própria configuração da Escola deixaria de refletir o modelo único de uma arena de treino para o combate de uma “pseudo- vida”, de modo que a Escola poderia dar a merecida prioridade à Educação sobre o ensino maioritariamente objetivável, multiplicando-se em ofertas diferenciadas e com outro alcance formador.

Pacto Global para a Educação– OE

7 – Cuidar da Casa Comum

 

Image by SUMITKUMAR SAHARE from Pixabay e Pacto Global

   Neste compromisso, o cuidado da nossa “casa comum” deverá traduzir-se, não só num estilo de vida mais sóbrio e amigo do ambiente, como ainda deverá expressar uma total renovação do projeto humano de vida, tal como o conhecemos.

     É portanto o próprio modo como o ser humano, em particular, no Ocidente, compreende atualmente a sua existência, na relação vital com os outros e o mundo, que é colocado em questão. 

     A missão que o ser humano se atribui, nesse horizonte global de interdependências, é desafiada a uma transformação radical.

      Uma “solidariedade universal” e uma “sociedade acolhedora” perfilam-se como metas finais, para uma caminhada da humanidade que não pode dispensar uma reorientação dos fins da educação, unida ao “investimento de todos os talentos”.

      Entre as “sugestões para os Educadores” destacam-se:

      •  A importância de encorajar atividades amigas do ambiente na nossa Escola;
      • Sensibilizar para as maravilhas da criação, abrindo, assim, ao coração humano, o acesso  do poder interpelante da Beleza;
      • Ampliar os espaços verdes na Escola até atingir a proporção com a dimensão real da Comunidade Educativa. 

    Cada vez mais,  pensadores de diferentes domínios, têm vindo a tornar legíveis as nervuras da urgência que a todos convoca, mesmo que,  por vezes seja apenas  obscuramente pressentida. Entre tantos autores, escolhemos alguns, acessíveis nas seguintes ligações: 

     Papa Francisco – Laudato Si 

 José Antonio Merino – “Manifesto Franciscano para um mundo melhor ” 

     Byung-Chul Han – “Não Coisas” e outros livros

Shoshana ZuboffO Capitalismo de Vigilância

Christiana Figueres and Tom Rivett Carnac “The Future we Choose”

Cerqueira Gonçalves Ofm – Em Louvor da Vida e da Morte 

Pacto Global para a Educação OE

A Caminho das JMJ – LISBOA 2023

JMJ Lisboa 2023

     As Jornadas Mundiais da Juventude são o maior encontro de Jovens, do mundo; realizam-se de 4 em 4 anos, a convite do papa JP II, desde 1986, e sempre num país de acolhimento diferente. 

     De cada vez, centenas de milhares de jovens, dos 15 aos 25 anos, convergem dos mais variados locais do mundo,  numa gigantesca peregrinação global, para viverem uma semana de encontros intensos, pontuados por celebrações com o papa, partilha de temas vitais e um convívio fraterno, onde nascem amizades genuínas e que aponta para a possibilidade de uma sociedade diferente e livre.

     Devido à pandemia de 2020, as últimas jornadas foram adiadas para o próximo verão, de 1 a 6 de Agosto e vão decorrer em Lisboa. Atendendo à dimensão deste encontro, que já chegou a reunir 2 milhões de jovens, e à  densidade do desafio latente  no tema “RISE UP“, uma longa e refletida preparação vem-se desenrolando há um ano e vai continuar até às vésperas do imenso acontecimento.

      Enquanto os símbolos das Jornadas – a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora “Salus Populi” –  percorrem todas as paróquias de Portugal, os jovens têm vindo a participar nas diversificadas ramificações do tema englobante, através de “catequeses mensais“; entretanto, o Comité de Organização Local, como uma espécie de “colmeia” em plena atividade,  já começou a acolher os milhares de pessoas que, como voluntários, vão tornar viáveis os mil e um detalhes da logística que este assombroso ajuntamento humano implica.

      Outra forma de participar no advento das JMJ Portuguesas, para além do acolhimento de jovens no nosso Colégio, consiste em darmos a viver o aliciante convite “Levanta-te”, nas atividades mais significativas do nosso quotidiano e nos momentos festivos da nossa Escola.

    As JMJ são uma poderosa expressão de vida a que não ficará alheio o aprofundamento do tema do Ano Letivo 22-23, que a nossa Agenda protagoniza.

JMJ – Lisboa 2023 – OE

6.1. – Renovar a Economia

Image by mohamed Hassan from Pixabay e Pacto Global 

          O sexto compromisso está intimamente entrelaçado com o sétimo, que trata das nossas relações com a Natureza e de uma ética ecológica, de tal modo que não é possível apresentar as implicações daquele sem desenvolver os pressupostos deste.

         São já muitos os Economistas atuais que apresentam  propostas concretas para a transformação necessária em vista de um outro modo de viver em comum e que as novas gerações pressentem. 

     Eles apontam as novas linhas de força que poderiam irmanar a Economia com os dinamismos próprios da Natureza, na “Casa Comum” que é o nosso planeta, segundo uma ética inspirada no “serviço do bem comum“.

      A Escola deve formar no espírito de um novo “pacto social”, que inspire cada cidadão a prestar serviço em favor deste “bem Comum”. 

       Entre as “Sugestões para os Educadores”, destaca-se a exortação a que a Escola promova a investigação sobre estas “ideias inovadoras e inclusivas” que exaltam o sentido do serviço à comunidade e adapte a elas os seus currículos.

    Eis algumas ligações a diversos Economistas  e breves apresentações de alguns dos seus trabalhos recentes:

         1.     Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo – “A Economia dos Pobres“, “Boa Economia para Tempos Difíceis“.

      2.   Thomas Pyketti – “Le Socialisme, Vivement” pdf (em Francês)

       3.       Gael Giraud: “A Economia que Vem“, “Compor um Mundo em Comum

        4.       Shoshana Zuboff – “O Capitalismo da Vigilância

         5.  Vários Autores –  pdf – Economia do Futuro

 Pacto Global  para a Educação – OE

4 – Família em Responsabilidade

 

    Image by Gerd Altmann from Pixabay  e Global Compact

     O quarto compromisso conduz-nos ao santuário dos nossos próprios lares, onde só têm entrada a Família, os Amigos e as pessoas que merecem a nossa confiança. 

       A Família surge, aqui, em destaque pelo seu papel central no processo educativo; aos Pais cabe a primeira e mais subtil transmissão dos valores orientadores, pois é com a própria vida que falam ao coração dos filhos.

         A Sociedade repousa inteiramente sobre esta célula inteligente: fonte de vida nova, modeladora de caráter, feixe de relações primordiais, com destaque ainda para a Família Cristã, onde os filhos captam, por vivência imediata, o sentido do divino e a possibilidade infinita do Seu Dom.

    Entre as “Sugestões para os Educadores”, destacam-se:

        • A colaboração ativa das Famílias nas atividades mais significativas da Comunidade Educativa;
        • A participação dos Pais em órgãos consultivos e executivos da Escola, de modo a acompanhar mais concretamente a caminhada educativa de seus filhos;
        • Encorajamento da formação e autoformação dos Pais.

 

   Com o Pacto Global para a Educação – OE

3 – O Feminino na Linha da Frente

 

Global Compact e Image by Alexa from Pixabay 

    O Terceiro compromisso pede-nos para favorecer a participação plena das meninas e das jovens na educação.

   Sabemos que a promoção do acesso da Mulher à Educação foi uma das frentes de batalha que inspirou o P. Usera a fundar a Congregação das Irmãs do Amor de Deus,  mas podemos pensar que a urgência desta adesão estaria, atualmente superada.

   De acordo com as estatísticas globais do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, existem ainda cerca de 800 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever e dois terços são, precisamente, mulheres.

   Um quinto das meninas, em todo o mundo, não vai à escola. 31 milhões de meninas não frequentam a escola primária. Nos 10 países de África menos escolarizados, a percentagem de meninas e jovens que não têm escola vai de 95% na Somália a 52% na Costa do Marfim.

    Na Europa, pelo contrário, a percentagem de meninas,  jovens e mulheres adultas que recebem educação formal, já é superior ao número de meninos jovens e homens adultos; e esta tendência continua a aumentar;  contudo 44% das mulheres sofrem ou sofreram violência psicológica. Portanto, ainda há um longo caminho a percorrer.

  As Metas Globais para 2030 dão-nos algumas sugestões para implementar a Meta 5 –  “Alcançar a igualdade de Género e empoderar as meninas, as jovens e as mulheres”- que podemos aplicar no quotidiano da nossa Escola e da nossa Casa: 

      •      Conhecer e inspirar-se em modelos femininos de liderança e qualidade ética de vida.
      • Partilhar as tarefas domésticas, em casa, entre todos os membros da Família.
      • Implementar o uso de tecnologias de informação e de comunicação por meninas, jovens e mulheres.
      • Doar a Associações que apoiam a Mulher, tais como: 

         As Comunidades Criativas de Cascais – (para um pleno emprego)

          Projeto Bebé ao Colo – AJU (para uma maternidade consciente)

           Espaço V – (Proteção contra a violência doméstica)

        • Manter-se informado sobre novas iniciativas a nível global e local.

         Com o Pacto Global para a Educação – OE

2 – Escutar as Vozes Juvenis

Image by Natalia Ovcharenko from Pixabay Global Compact

     Partindo da posição central da Pessoa do aluno,o 2º Compromisso vai desenvolver-se em 3 etapas, com vista a construir em conjunto um conhecimento que esteja ao serviço de um futuro pacífico e de uma vida digna para todos.

        A 1ª Etapa é a base das outras duas e decorre mediante a Escuta Ativa das vozes juvenis.

     O alicerce do Projeto Educativo vai ser, assim, constituído pela descoberta das interrogações mais fundas, as carências sofridas, os talentos escondidos, os sonhos de futuro e os ideais juvenis.

     A 2ª Etapa apoia-se na 1ª e consiste na identificação dos valores que nos guiam, mediante partilhas de modos de viver, em que os Adultos transmitem as sementes de reflexão que germinaram nas suas experiências de vida.

     Finalmente, pode ter início a construção comum do conhecimento, a qual envolve todos os elementos da Comunidade Educativa, e onde os valores orientadores podem ser apreendidos e livremente eleitos pelos mais Jovens.

       Entre as “Sugestões para os Educadores”, destaca-se a presença e colaboração ativa dos representantes dos Alunos – Delegados de Turma, Associação de Estudantes e/ou Outros – em momentos-chave de reunião dos Órgãos Consultivos e Executivos da Escola.

Com o Pacto Global para a Educação – OE

A PESSOA “é” no Centro

Global Compact e Cad

    O primeiro compromisso do “Pacto Global” pressupõe uma interpretação da Pessoa humana como um ser único, em que esta mesma unicidade é a forma do seu ser, o qual é, por sua vez, essencialmente, relação.

     Relação aos outros, a si mesmo e ao Outro de tudo. Mas quem são estes “outros” que estão em relação essencial com cada um?

   São todos. Por círculos concêntricos e alargando-se progressivamente, mas sem se desvanescerem na distância, os que nos amam, os que amamos, os que nos são próximos, os distantes do nosso presente, mas não menos as pessoas do nosso passado e todas as que hão de vir.

     Por todas elas cada um de nós responde, a partir, precisamente, daquilo que em si mesmo, é único.

    Entre as míriades de seres semelhantes, o que nos distingue é a forma da nossa relação com todos eles, na fecunda diversidade dos modos que o Amor pode assumir, na existência humana.

    A Pessoa “é” e “está” no centro do processo educativo, na sua distinção essencial, como primeiro compromisso do Pacto Global.

    Educar é, por isso, afirmar a identidade única de cada criança e de cada jovem, que é afinal esta sua abertura originária aos outros, flexível, na sua distensão ao infinito, adaptável, perante a multidão das circunstâncias, e empática, por essência, para com todas as diferenças.

Com o Pacto Global para a Educação OE

O Pacto Global para a Educação

 

Pacto Educativo Global – PDF

     Em setembro de 2019, o Papa Francisco convidou à criação deste documento prático, publicado em Outubro de 2021, que propõe 7 linhas de ação para orientar a renovação do processo Educativo em todo o mundo; o seu objetivo final é contribuir eficazmente para uma “nova solidariedade universal” e uma “sociedade mais acolhedora”.

    Aludindo ao provérbio africano “é preciso uma Aldeia inteira para educar uma Criança”, o Papa pede que se construa, primeiramente, esta “Aldeia educativa”: ela apresenta, afinal, o dinamismo de uma “jornada partilhada” que se realiza por atos de “coragem”:

          • A coragem de colocar a Pessoa Humana no centro.
          • A coragem de investir as melhores energias de cada pessoa com criatividade e responsabilidade.
          • A coragem de formar pessoas capazes de se entregar em Serviço à Comunidade.

     Organizado em 7 secções, o documento apresenta, para  cada um dos 7 compromissos, uma breve definição, algumas ideias para reflexão, os principais valores em presença e preciosas sugestões para os Educadores e os Educandos concretizarem, na realidade viva da Escola, estes projetos transformadores

Site de Global Education Compact – OE

Ser o Reflexo…

 

Pastoral CAD – Instagram

“Ser reflexo dos valores que me guiam…” – Setembro

       Aqui, “Refletir”significa expressar, numa dimensão visível, não forçosamente mensurável, algo que subsiste noutro plano, mas que é diretamente inacessível.

      Os “Valores”, como estrelas orientadoras, iluminam a visão com que vamos reconhecendo e configurando a nossa realidade; esta é viva, distende-se no tempo, tem o poder de conectar-se a tudo, obedece a um dinamismo próprio que a faz abrir-se sempre a mais além.

     Esta descrição da nossa realidade humana, já é, por sua vez, iluminada por valores, já reflete a radiação originária dos valores que permite configurar e inteligir o que é.

     Somos força de vida em movimento de tempo rumo a um sempre mais. Relação essencial com todos os outros e com o que é Outro de todos nós.

     As nossas decisões vão expressando, na frescura da corrente do nosso  quotidiano, aberta ao estuário de todos os tempos, que não sofremos restrição de nenhum limite externo, além do espontâneo pulsar da nossa liberdade.

     Sim, somos nós que desenhamos, nas águas puras do tempo, o reflexo que testemunha a presença escondida dos valores que nos guiam, “mais íntimos a nós do que nós mesmos” como dizia tão bem Sto Agostinho.

Partilha de Inspirações – Agenda 22-23 e OE

“Caminhos de Encontro”

Cadescrita.org

     Sob o signo da Fraternidade se estreia o novo Ano Letivo para a nossa Comunidade.

   O primeiro pórtico que transpomos pretende abrir para  caminhos incomuns, sob a aparente banalidade da sua qualificação: com efeito, estes caminhos que podem abrir-se para nós, são todos “de encontro”, o que nos pode parecer familiar, e onde nos sentimos com alguma competência, pela experiência acumulada de partilha viva.

    Mas que “caminhos” são estes? E a que “encontro” nos conduzem?

     Estes “caminhos” são livres, isto é, podemos não seguir por eles; só se tornam acessíveis se os quisermos seguir; de outro modo permanecem ocultos no  entrançado dos labirintos quotidianos em que nos cruzamos constantemente sem nos ver, e que, afinal, não são “caminhos” e onde, afinal, não acontece “encontro”.

     Estes “caminhos” são múltiplos, isto é, variados, diferentes, plurais. Vias distintas por onde circulam companheiros de viagem, mas todos irmanados na viagem comum. 

     Ah, dissemos “companheiros”. Aqui, sim, o “encontro”: a presença irrecusável dos outros que povoam estes  caminhos prometidos, a transbordar de movimento e vida, de desafio e encanto.

    Encontro único de “Fraternidade” através de caminhos multiplicados: o capítulo sétimo da Carta do Papa fala da “formação de uma sociedade” inteiramente “nova”; afirma que “o valor de estarmos juntos” como pessoas “é superior” a qualquer outro laço humano; que “os processos da paz” são o somatório de pequenas “transformações artesanais” que cada pessoa improvisa no seu quotidiano; e ainda que, quando “se trata de recomeçar”, tem de ser sempre “a partir dos últimos”.

    Cada um de nós está, assim, confiado às surpresas inventivas da boa-vontade dos outros; cada um de nós fica, deste modo, desafiado a criar iniciativas de transformação ou a corresponder com uma retribuição inesperada, numa troca de atos de bondade e de coragem, todos eles “artesanais”.

     Tais pequenos atos generosos e atrevidos, que passam pela lentidão da escuta, da firmeza paciente do diálogo,  que geram o sentido da pertença mútua e nos surpreendem no seu alcance poderoso para desarmar inimizades,  serão os que a nossa fraterna fantasia imaginar e que o nosso  incansável  palmilhar de “caminhos” há-de tornar reais.

OE – Partilha de Inspirações  

Partilha em Tertúlia

Research Gate CC

 Momentos Preciosos do 8º ano

P.G. –  Quando os professores fazem coisas diferentes tipo pôr música, fazer um trabalho diferenciado,  e se também somos nós a escolher o grupo.

D. S. – Gostei das atividades no laboratório, da poeira que é iman.

Transformando a Escola

Image par serenaring de Pixabay 

P. G. –  No refeitório, os colegas que comem de casa poderem ir comer com os colegas que comem do refeitório.

D. S. – Darmos menos matéria e termos mais atividades escolares, com menos trabalhos e testes.  

  Projetos para um Verão Único

Image par Couleur de Pixabay 

P. G. – Quero ir para a praia, porque eu estou a descansar com a minha família e também quero estar com a minha família porque estou feliz a ver como estão.

D. S. – Trabalhar nos meus  Avós e receber ordenado. Os trabalhos que posso fazer são, em casa da tia, tratar do gado, ir à vinha, fazer a vindima, ir ao eucaliptal e ajudar a Prima nas tarefas de casa e a Avó também.

 Três “Obrigados”

Image par Gerhard G. de Pixabay

P. G.  – Obrigado “Stora”, as melhoras e tenha umas férias felizes.

D. S. Obrigado, “Stora” :).

“Stora”   Obrigado aos dois amigos, P. e D. pelo excelente espírito de companheirismo, persistência e boa-vontade para os trabalhos difíceis e sempre com uma inspiração de bom humor inconfundível. 

Quando há Felicidade? 

Image par Gerd Altmann de Pixabay 

P. G. –  A felicidade é quando nós sentimos quando temos ou vemos  uma “coisa” especial.

Sentimo-nos felizes também quando queremos dizer ou mostrar o que sentimos para uma pessoa especial.

D.S. – A Felicidade é o que está na nossa cara quando estamos muito felizes. Por exemplo:quando alguém dá uma coisa que nós queríamos e não estávamos à espera daquele presente.

(Texto a Duas Mãos) PG e DS

A Magia do Natal

   

Image par congerdesign de Pixabay 

   A Magia do Natal está na celebração que fazemos todos os anos. Essa Magia é uma inspiração para todo o mundo e, quando recebemos os presentes, ficamos muito felizes. A Magia do Natal é atirar bolas de neve às pessoas.

     Este ano, gostaria de surpreender o meu amigo secreto, acompanhando-o durante as semanas do Advento, com bilhetinhos de encorajamento. Uma surpresa pode ser fazer o jantar e dar uns presentes na véspera de Natal. A surpresa que gostaria de fazer era dar um pónei à minha irmã: ela passa a vida a falar nisso.

A minha prenda? Aminha prenda são a minha Família e alguns brinquedos! Vou viver a minha prenda com muita alegria e aproveitá-la! Uma prenda favorita seria escrever com os preciosos aprendizes da Oficina e assim multiplicar a liberdade. A prenda favorita que eu gostaria de receber é um telemóvel, porque seria tão giro ver vídeos e jogos! 

O que me dá mais alegria no Natal é estar com toda a minha Família. Há uma imensa Alegria em as luzes que enfeitam as árvores conseguirem expressar a luz que brilha em nós. 

A minha mensagem para os companheiros de todo o mundo é acabar com o COVID-19!

Vizinhos da terra inteira, protejam-se para termos um Natal feliz e um Normal Ano Novo! 

Pessoas de todo o mundo, fiquem em casa para este Natal ser incrível como os outros! Beijinhos de uma pessoa muito querida chama da C Cuidem-se bem. Adeus.

Texto a 4 mãos

CR5B, EM5B, MC5B, OE