Liberdade, Valores e Sonhos…

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     Sinto que já consigo apanhar notas mais altas e tenho mais liberdade: posso sair com as minhas amigas, começo a ter mais a minha responsabilidade …

       Em primeiro lugar, ponho a saúde, pois preciso de ter cuidado, como por exemplo, em não me magoar.

    Gostava de transmitir aos meus filhos a Educação, para, quando eles crescerem, falarem bem com as outras pessoas e não dizerem palavrões. Também quero transmitir-lhes felicidade, para terem amizade com os seus amigos e familiares. E, finalmente, a coragem, para, quando a Mãe morrer, não terem medo sem a Mãe, pois a Mãe vai estar sempre no coração deles.

    Eu admiro muito a minha Mãe, pois ela é espetacular: anima-me sempre, quando eu preciso! As minhas amigas adoram a comida da minha Mãe.

   Os meus sonhos inspiram-me, parece que estou noutro mundo, que sou outra pessoa; os sonhos não acontecem na verdadeira vida, mas inspiram-me a ser diferente.

Escrita Orientada – Apreciação PositivaMR5C

Pacto para uma Nova Economia – Assis – 2022

 

The Economy of Francesco

     Nós, jovens economistas, empreendedores e indutores de mudança, convocados para Assis, de todas as partes do mundo, conscientes da responsabilidade que pende sobre a nossa geração, comprometemo-nos hoje, individual e coletivamente, a empenhar as nossas vidas de modo a que a economia de hoje e de amanhã se torne uma economia do Evangelho, e portanto:

        • Uma Economia de Paz e não de guerra,

Uma economia que se opõe à proliferação de armas, especialmente das mais destrutivas, uma economia que cuida da criação e não a utiliza mal.

      • Uma economia ao serviço da pessoa humana, da família e da vida, respeitadora de cada mulher, homem e criança, dos idosos e especialmente dos mais frágeis e vulneráveis.
      • Uma economia onde o cuidado substitua a rejeição e a indiferença.
      • Uma economia que não deixe ninguém para trás, de modo a construir uma sociedade na qual as pedras rejeitadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares.
      • Uma economia que reconheça e proteja o trabalho seguro e digno para todos.
      • Uma economia onde a finança é um amigo e um aliado da economia real e do trabalho real e não contra eles.
      • Uma economia que valoriza e salvaguarda as culturas e tradições de povos, todas as coisas vivas e os recursos naturais da Terra. 
      • Uma economia que combate a pobreza em todas as suas formas, reduz a desigualdade e sabe como dizer com Jesus e Francisco, “Felizes os pobres”.
      • Uma economia guiada por uma ética da pessoa humana e aberta à transcendência;
      • Uma economia que crie riqueza para todos, que engendre alegria e não apenas bens, porque a felicidade que não se partilha permanece incompleta;

     Acreditamos nesta economia. Não é uma utopia, porque já estamos a construi-la. E alguns de nós, em manhãs especialmente luminosas, já tivemos um vislumbre do início da terra prometida.

Assis, 24 de Setembro, 2022

Os Economistas, Empreendedores, Indutores de Mudança,

Estudantes e Trabalhadores.

Pacto Global para a Educação 6 – Pacto para uma Nova Economia

(Tradução Livre – OE)

75 Anos CAD – As Melhores Festas! – 1992

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    As Festas são momentos emocionantes em que festejamos acontecimentos especiais da nossa vida.

   Nas Festas, as pessoas estão alegres e conversam, conversam e nunca mais param, parecem umas galinhas, porque estão sempre: Blá, blá, blá…

   As pessoas, quando há festas, vestem-se muito bem, às mil maravilhas; usam penteados chiques e uns brincos a condizer. Há danças magníficas e uma música festiva ou natalícia.

    No dia 24 de Dezembro, passei o Natal em casa dos meus avós paternos e no dia 25, em casa dos meus avós maternos.

   No dia 24 vieram os meus primos, que eu não via há tanto tempo! No princípio, os primos mais velhos e eu lemos uma oração e os mais pequeninos cantaram músicas muito engraçadas; desejamos um Feliz Natal a todos e abrimos os presentes.

   Recebi tantas coisas que fiquei tão excitada! O jantar era perú com arroz de passas e pinhões, as entradas eram salmão, torradas, manteiga e outras coisas ótimas.

   A árvore estava lindísssima, com fitas douradas e bonequinhos pendurados. O presépio estava completo, com tudo, não faltava mais nada. A mesa, cheia de comida e era tudo tão bonito, era uma maravilha. O dia 25 foi também uma maravilha!

    Se não houvesse Festas, a vida não seria a mesma coisa, as pessoas não andavam tão excitadas e alegresl Para mim, cada acontecimento especial é uma Festa!

75 Anos CAD – Carlota Melo Nº4, 5ºA – 1992

75 Anos CAD – Sonhando com o Futuro – 1992

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     São 10h da noite. Álvaro despede-se dos pais e vai-se deitar. Na manhã seguinte, acorda maravilhado com o sonho que tivera e resolve contá-lo aos colegas da escola: 

     – Eu encontrava-me num colégio que não tinha nada a ver com o nosso.

     A começar pelo edifício, que mais parecia uma nave espacial, até aos alunos e professores que faziam lembrar bonecos articulados, tudo era novidade para mim.

   Quer as carteiras, quer as cadeiras eram vidradas, tinham luzes de cores, faziam inmpressão aos olhos; não havia cadernos nem lápis, todo o material consistia em computadores portáteis.

   No refeitório, a comida era toda às bolinhas que me faziam lembrar comprimidos, sendo servida por robots.

     Nas casas de banho… bem, se vocês vissem, era tudo eletrónico. E as camas! As camas tinham o feitio de um ovo todo transparente que se abria e fechava.

    Quando eu já me estava a sentir integrado no meio daquele ambiente todos espacial, o despertador tocou e eu acordei. Afinal tudo não passava de um sonho, com muita pena minha.

75 Anos CAD – Ivo Mello 6º ano – 23/09/1992

O Máximo Horizonte

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Levantou-se e partiu apressadamente…”

Tema das JMJ -2023

       O tema das Jornadas Mundiais da Juventude deixa-se aprofundar apenas depois de termos enfrentado algumas questões incontornáveis:

      • O que nos faz levantar?
      • E partir?
      • E partir apressadamente?
      • Qual é o alcance máximo dessa expectativa que se projeta para diante, para cima, para todos os lados?
      • O que demanda, na sua máxima ousadia , o anseio humano?

          A resposta a estas questões daria a medida da amplitude do  nosso máximo horizonte.

     Cada um de nós,  em momentos limite da sua aventura pessoal, descobre que se  faz ao largo de tudo; admira-se ao constatar que se adianta para além da segurança da  própria vivência acumulada ao longo dos seus anos; espanta-se com a agilidade com que se desembaraça  para lá da estabilidade do conhecido, que  afinal tinha sido construindo laboriosamente e formava o alicerce do seu quotidiano.

“Levantou-se e partiu apressadamente em direção às montanhas”

       Os dois movimentos livres nesta iniciativa são “Levantar-se” e “Partir.”

        O ímpeto que borbulha e lança espuma, no nosso levantar, é já resposta a uma solicitação que vem de mais longe? E De quão longe?

       De quanto mais longe somos interpelados, talvez mais intenso o impulso do nosso levantar e a prontidão do pôr-se a caminho, e o ritmo do andamento para fora e para longe.  Talvez se afine o olhar para a lonjura à medida que  avançamos  na direção de embora.

   Em direção” – não se trata de um rastrear avulso, mas de um movimento orientado, um ritmo ordenado, uma fidelidade a algo que nos expropria e nos transporta.

     Às montanhas” este destino último sugere um horizonte vertical, mais inacessível, mais exigente no esforço de chegar a participar nele, mais transcendente ao plano horizontal do habitat humano, onde a inércia do que  já se controla com sucesso pode amortecer o ímpeto do avanço para diante.

     E, no entanto, a prontidão da resposta e a orientação do olhar para o mais longínquo transmitem a sensação de que há algo de familiar neste apelo a uma superação sem condições. 

     Não no sentido em que o dom inesperado pudesse ser deduzido ou reclamado a partir de um indefinível anseio humano; mas antes essa impressão de “estar em casa”, apesar de estar fora das fronteiras patrulhadas. 

   É assim como uma sensação de pertencer ainda a outro enraizamento, para lá do ecossistema humano, no seu entrelaçamento íntimo de natureza e cultura – tão íntimo que as duas componentes se tornam indiscerníveis.

      Um súbito à vontade reencontrado, mal se dobrou a curva do último limite conhecido, como se a nossa vocação humana tivesse sido, afinal, desde sempre, o incessante renovar-se em vista de um infinito: “levantar-se e partir”.

     Santo Anselmo, no sec XII, deixou formulado para sempre um desafio semelhante a todo o pensar vivo que havia de vir depois dele; mas o seu convite ousado não se dirige ao pseudo-pensar de pacotilha, domesticado e passivo,  segregando abstrações ou derramando-se em objetos externos.

    Só o centro ardente da pessoa humana é capaz de unificar num feixe luminoso todas as vertentes da existência e determinar-se para a aventura de um pensar vivo.

     Aventurar-se a pensar o ser; o ser maior; “o ser acima do qual nada maior pode ser pensado”. Anselmo desenhou  um horizonte de amplitude tão aberta que não se pode percorrer as suas margens com o olhar.

    Nada mais do que pensar a sua possibilidade é talvez já “o levantar-se” do nosso próprio ser; afirmar a existência dessa possibilidade infinita é talvez já o início de uma “partida apressada” de todo o nosso ser, a imersão na irresistível corrida em direção ao coração inatingível  deste máximo horizonte .

     JMJ-Lisboa-2023 Agenda 22-23 – A VIDA – OE

“A PAZ é responsabilidade de Todos”

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     “A Paz só poderá nascer da paz: não da paz concluída depois de uma batalha, mas da paz debatida sem batalha e erigida em vitória definitiva do Diálogo sobre a espada.”                                                 

 Émile-de-Girardin

     Vivemos um momento decisivo que pode abrir novas possibilidades para a aventura humana que se vem desenrolando na história. 

     As forças em presença não são apenas as que se tornam visíveis e mais ou menos inteligíveis nas tensões da atualidade; nas questões vitais em debate, incluem-se as forças que brotam de toda a realização humana do passado do mundo, bem como as incontáveis possibilidades que nos interpelam do futuro.

    Quem defende a Paz? Quem pratica os valores da democracia? Quem está empenhado na redistribuição dos bens e dos recursos? Quem acolhe, como um enriquecimento, a pluralidade de visões do mundo? Quem consegue discernir as finas linhas que demarcam a possibilidade de um diálogo vivo entre todas elas?   

    Não escolhemos ser livres; eis outro presente que nos foi oferecido com a própria vida: uma vida livre, que supõe uma adesão e a persistência de um esforço, sempre a reatualizar, para corresponder à exigência com que a Vida coroa o seu livre dom. 

     Na sua mensagem da Páscoa 2022, o papa Francisco considerou a Paz não apenas “possível”, mas ainda “a principal responsabilidadede todos nós

      Entre inumeráveis iniciativas que os desafios da Paz suscitam, podemos indicar:

        • A Fundação Berghof ,para a qual “o conflito é inevitável, mas a violência, não” e desenvolve, há 50 anos, encontros entre partes em litígio, apoiando-os no esforço do diálogo.
        • Open Democracy, uma plataforma internacional que se quer independente, que dá voz aos excluídos da atenção pública, em vista de um mundo mais igualitário e mais aberto.
        • E-International Relations – site que oferece uma plataforma aberta, não alinhada, para publicações dos mais diversos pontos de vista sobre as relações internacionais e os equilíbrios de forças no mundo atual. Também oferece livros de leitura gratuita online.
        • Youth for Peace – Visa a participação dos jovens na construção da Paz Mundial e tem o apoio do Conselho de Segurança da ONU.

 

Pacto Global para a Educação – A Vida, Agenda 22-23 – OE

     

  

Marandallah – Missão APÔH

 

Google Maps

     “Marandallah” é o nome mágico de uma comunidade distante, situada no interior da Costa do Marfim, na África negra, a 5 mil 440 kilómetros de Lisboa. 

     Aí vivem cerca de 40.000 pessoas, (segundo o censo de 2014) dispersas por 21 aldeias; unidas pela riqueza de um diálogo interminável, são diferentes religiões, visões do mundo e sensibilidades que mutuamente se escutam e enriquecem.

    Os missionários da Consolata vivem em Marandallah desde 2002; a sua ação centra-se na saúde, na educação e no diálogo interreligioso, pois empenham-se nessa comunhão criativa  e abençoada que une entre si a maioria muçulmana e as outras minorias religiosas.

Instagram – Missão Apôh

    O Projeto missionário dos 12 Jovens voluntários tomou o nome de “Missão Apôh – Costa do Marfim 2022”. “Apôh” significa “Amor”, em Senufo, que é a língua local de Marandallah.

Voluntários Missionários da Consolata    

     Na companhia do Padre Queniano Anthony Malila e de um casal de Leigos Missionários, a Iara e o Gonçalo, os 12 jovens partiram numa aventura que envolveu uma generosa disponibilidade para o esforço físico, a abertura de coração para o inesperado de uma partilha de vida com crianças e adultos, todos recetivos à graça do livre dom que sempre recompensa as nossas ousadias.

   A preparação para a Missão teve início em Novembro de 2021, ao ritmo de encontros quinzenais,  tendo os jovens lançado campanhas  em diversas paróquias e movimentos solidários. 

   Assim,  angariaram apoio financeiro, material escolar, material de cuidados de saúde e peças de vestuário; ao mesmo tempo que foram entrelaçando os seus laços de jovem comunidade no tecido do projeto em gestação. 

Centro de Saúde de Marandallah

    Reabilitar e equipar uma escola pré-primara bem como o centro de saúde de Marandallah foram os objetivos contabilizáveis, cujo sucesso ficou verificado em obra feita, mediante horas dispendidas em generoso empenho.

   Porém, fica  ainda por dizer o inefável encanto das presenças infantis que trouxeram a graça livre das suas brincadeiras, a descoberta dos outros na sua indizível proximidade ao nosso coração, o restaurador afago da natureza envolvente, na sua  viva beleza tropical, e toda esta misteriosa comunhão adensando-se na partilha sentida das eucaristias.

Escola Pré-Primária de Marandallah

       Podemos seguir os vestígios de ouro desta aventura única , lendo o Diário dos Jovens no seu Facebook ou Instagram; esperamos ainda poder encontrá-los pessoalmente, em cordial entrevista, a fim de a transmitir aos nossos Alunos, tanto mais que neste grupo juvenil se encontra também a Mafalda, nossa querida antiga Aluna. 

      A realização deste projeto corajoso abre-nos um horizonte de mil possibilidades de Paz para o mundo; quem dela se aproxima com boa-vontade, recebe as suas sementes de Vida, recheadas de poder transformante.

 

Com a Missão Apôh Partilha de Inspirações – OE

75 Anos CAD – Entrada de Diário – 1992

 

     

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      – Avó!

    – Sim.

    – Conta-me como te sentiste quando passaste para o quinto ano. 

    – Bem, quando passei para o 2º ciclo…

     – 2º ciclo? – perguntavam os seus netos.

     – Era como se chamava naquela altura. Bem, quando passei para o 1º ano, estava ansiosa por conhecer os professores e habituar-me ao “Hábito” do ciclo. Gostava de todas as professoras, além de as confundir um pouco. Naquele tempo, quando passávamos para o 5º ano, eram separadas as turmas, por isso fiquei triste de perder amigos, mas fiquei feliz de ficar amiga de outros. Éramos uma turma só de bons alunos, mas atrevidos e conversadores. Os primeiros dias foram divertidos, porque os “stôres” faziam rir. 

    – “Stôres”, avó?

    – Era o hábito do 5º ano.

     – Avó!, a sua escola era só de meninas? 

     – Não! Era mistura.

     – Com rapazes na mesma aula? 

     – Esse é que era o problema; eram muito chatos!

     – Ah, ah, ah! Ainda são!

     – Bem, queridos, vamos lanchar. A avó fez uma tarte de maçã e o bolo de ananás que vocês tanto adoram!

      A avó vai ao frigorífico e serve os seus netinhos: 

     – Hugo, não sejas egoísta, também queremos comer.  – diz uma das suas netas.

     – Filipa e Helena, há para todos.

     – Avó, os bolos estão uma delícia!

75 Anos CAD Ana Pessoa, 5ºB nº2 – 1992

 A nossa querida Aluna Ana, tal como o anunciou aos 10 anos,  tornou-se uma Verdadeira Escritora

Viver e Expressar a Beleza

     

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     De Anselmo Grun, monge beneditino:

     “Aplica-se à fé o mesmo requisito que à Filosofia: a possibilidade de maravilhar-se.”  “No início da reflexão filosófica maravilhamo-nos perante o facto de que somos, em vez de não sermos; assim também no início da atitude de fé está o maravilhar-se perante a beleza do mundo e o mistério do ser humano.” (1)

    Fé – também uma atitude de confiança no que nos excede; reflexão filosófica – também uma sabedoria que amadurece na reflexão pessoal sobre a experiência vivida do que nos excede.

    Acontece o milagre altamente improvável de que sou – eu, que poderia nunca ter sido. Descobrir-se contingente, estar assim à beirinha do precipício de milhões de possíveis em que não estou incluído.

     Como dizia, em “A Rapariga das Laranjas”, a mulher da personagem principal que se desolava, à medida que o seu cancro avançava, por ter de morrer tão cedo:

  “ – Mas tu estiveste aqui. E isso é verdade para sempre. Lucky you.” (2)

    Kant deixou-se maravilhar, tanto perante o enigma irredutível de um universo imenso, constelado de estrelas incontáveis, como perante o não menos misterioso pulsar da “lei moral” na profundidade do coração humano. (3)

   Na sua obra, esta contemplação maravilhada traduziu-se numa sabedoria mais abrangente, mas não na expressão de uma fé mais profunda.

   Que silêncio permite que a criação se nos desvende como bela e a presença do ser humano nos surja como misteriosa, a ponto de nos sentirmos maravilhados?

   Que linguagem pode expressar o sentido dessa beleza e a evidência desse teor misterioso?

     Anselmo Grun fala de uma “capacidade de falar por imagens”. Essa mediação é ela mesma descrita por uma imagem. O que são as imagens? São janelas. (4)

    A Capacidade de falar por imagens é a de rasgar aberturas na nossa forma de ver o mundo conhecido; dar a ver “o que está fora”, abrir mirantes para o que só pode existir “para lá de tudo”; algo que não pode ser apenas uma finalidade a alcançar por mero alargamento das dimensões do humano; algo cujo sentido exige essa liberdade em relação ao nosso existir no mundo com os outros,  como uma transcendência autêntica.

    Falar por imagens torna-nos capazes de expressar o que é maior do que o simplesmente “novo” para nós, mas que é, antes, o “incessantemente novo” e “sempre maior”, que se torna presente à criação, pela sua beleza e ao ser humano, pelo seu mistério.

    O Autor Beneditino assegura-nos que “as imagens não prendem o mistério do ser”, por que não se reduzem a indicar objetos, não se referem a realidades objetiváveis, isto é, que possamos reduzir a “coisas”. (5)

     Esta linguagem capaz de criar imagens é, pois, também ela, a “linguagem da beleza”. É a mesma disposição para “deixar-se maravilhar” que subjaz tanto à descoberta do que nos supera, como à possibilidade de o articular na linguagem.

      Vivenciar a possibilidade deste radicalmente “para além de” e  “sempre mais” é, ao mesmo tempo, causa e resultado do espanto e do deslumbramento que suscita. Eles configuram uma disposição interior que tanto permite cumprir o trabalho da reflexão como pode inspirar a atitude de fé.

A Vida – Agenda CAD – Setembro – OE

(1) - Anselm Grun - "O que é a Religião?" pag. 24
(2) - Jostein Gaarder - "A Rapariga das Laranjas"
(3) - Emmanuel Kant - "Crítica da Razão Prática", 1788
(4) - Anselm Grun - "O que é a Religião?" pag. 24
(5) - id.

“Fazemos da Vida Algo Extraordinário”

 

Oficina de Escrita

      Podemos partir de uma evidência que tantas vezes nos passa despercebida, mas que não cessamos de redescobrir, com surpresa sempre nova, desde que aceitemos depor, por um momento, o peso do que nos preocupa ou devolver ao seu voo planado a leveza do que nos dispersa.

      Falamos da Vida, claro, e do cunho extraordinário do seu advento em nós, a pureza intocada do que nos trespassa, mas não se deixa apropriar, a improbabilidade  vertiginosa de nos acharmos nela e o milagre ousado de podermos aderir ao seu impulso para sempre mais.

        Uma graça livre, que nos pode sempre transformar, se com ela nos aventuramos pelos meandros escondidos dos instantes apenas nascidos, em que floresce o improvável do encontro e da  festa, ou em que amadurece o infinito da saudade e do sonho.

      A Vida, já de si manifestação do extraordinário, por excelência,  fonte de generosidade nas mil formas que convoca, não espera menos de nós, os Vivos, que façamos da força luminosa que nos nutre e impele, algo de extraordinário.

Agenda 22-23 – A VIDA – OE

A Caminho das JMJ – LISBOA 2023

JMJ Lisboa 2023

     As Jornadas Mundiais da Juventude são o maior encontro de Jovens, do mundo; realizam-se de 4 em 4 anos, a convite do papa JP II, desde 1986, e sempre num país de acolhimento diferente. 

     De cada vez, centenas de milhares de jovens, dos 15 aos 25 anos, convergem dos mais variados locais do mundo,  numa gigantesca peregrinação global, para viverem uma semana de encontros intensos, pontuados por celebrações com o papa, partilha de temas vitais e um convívio fraterno, onde nascem amizades genuínas e que aponta para a possibilidade de uma sociedade diferente e livre.

     Devido à pandemia de 2020, as últimas jornadas foram adiadas para o próximo verão, de 1 a 6 de Agosto e vão decorrer em Lisboa. Atendendo à dimensão deste encontro, que já chegou a reunir 2 milhões de jovens, e à  densidade do desafio latente  no tema “RISE UP“, uma longa e refletida preparação vem-se desenrolando há um ano e vai continuar até às vésperas do imenso acontecimento.

      Enquanto os símbolos das Jornadas – a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora “Salus Populi” –  percorrem todas as paróquias de Portugal, os jovens têm vindo a participar nas diversificadas ramificações do tema englobante, através de “catequeses mensais“; entretanto, o Comité de Organização Local, como uma espécie de “colmeia” em plena atividade,  já começou a acolher os milhares de pessoas que, como voluntários, vão tornar viáveis os mil e um detalhes da logística que este assombroso ajuntamento humano implica.

      Outra forma de participar no advento das JMJ Portuguesas, para além do acolhimento de jovens no nosso Colégio, consiste em darmos a viver o aliciante convite “Levanta-te”, nas atividades mais significativas do nosso quotidiano e nos momentos festivos da nossa Escola.

    As JMJ são uma poderosa expressão de vida a que não ficará alheio o aprofundamento do tema do Ano Letivo 22-23, que a nossa Agenda protagoniza.

JMJ – Lisboa 2023 – OE

2 – Escutar as Vozes Juvenis

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     Partindo da posição central da Pessoa do aluno,o 2º Compromisso vai desenvolver-se em 3 etapas, com vista a construir em conjunto um conhecimento que esteja ao serviço de um futuro pacífico e de uma vida digna para todos.

        A 1ª Etapa é a base das outras duas e decorre mediante a Escuta Ativa das vozes juvenis.

     O alicerce do Projeto Educativo vai ser, assim, constituído pela descoberta das interrogações mais fundas, as carências sofridas, os talentos escondidos, os sonhos de futuro e os ideais juvenis.

     A 2ª Etapa apoia-se na 1ª e consiste na identificação dos valores que nos guiam, mediante partilhas de modos de viver, em que os Adultos transmitem as sementes de reflexão que germinaram nas suas experiências de vida.

     Finalmente, pode ter início a construção comum do conhecimento, a qual envolve todos os elementos da Comunidade Educativa, e onde os valores orientadores podem ser apreendidos e livremente eleitos pelos mais Jovens.

       Entre as “Sugestões para os Educadores”, destaca-se a presença e colaboração ativa dos representantes dos Alunos – Delegados de Turma, Associação de Estudantes e/ou Outros – em momentos-chave de reunião dos Órgãos Consultivos e Executivos da Escola.

Com o Pacto Global para a Educação – OE

O Que é a Alegria?

 

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      Quando penso na Alegria, penso numa mistura de coisas, como por exemplo, amigos, família, férias…

      A Alegria sente-se quando fazes algo que te faz feliz, é um sentimento bom de se sentir.  Cada pessoa tem a sua forma para ser alegre.

     Pode-se sentir Alegria em qualquer tempo ou lugar. Vão passar muitas pessoas pela nossa vida, e nós temos de aprender a escolher as certas; são as que gostam de te pôr para cima e que gostam de te ver feliz.

    A minha Família já me provou muitas vezes que vão estar lá sempre para me apoiar e ouvir. Quando precisei de conselhos importantes, eu perguntava-lhes. Se não fosse a minha Família, muito provavelmente, eu não seria a pessoa feliz que sou hoje. As Amizades vão e vêm, mas a Família vai lá estar sempre e isso foi uma grande lição de vida que aprendi. 

    Há certos lugares que me fazem sentir como se estivesse em casa, como a praia, que é um sítio lindo para mim, principalmente o mar e os sons dele.

    Acho que a quantidade de Alegria que uma pessoa sente vai sempre depender dela mesma e das escolhas que a pessoa faz na vida. 

SS8C

Ser o Reflexo…

 

Pastoral CAD – Instagram

“Ser reflexo dos valores que me guiam…” – Setembro

       Aqui, “Refletir”significa expressar, numa dimensão visível, não forçosamente mensurável, algo que subsiste noutro plano, mas que é diretamente inacessível.

      Os “Valores”, como estrelas orientadoras, iluminam a visão com que vamos reconhecendo e configurando a nossa realidade; esta é viva, distende-se no tempo, tem o poder de conectar-se a tudo, obedece a um dinamismo próprio que a faz abrir-se sempre a mais além.

     Esta descrição da nossa realidade humana, já é, por sua vez, iluminada por valores, já reflete a radiação originária dos valores que permite configurar e inteligir o que é.

     Somos força de vida em movimento de tempo rumo a um sempre mais. Relação essencial com todos os outros e com o que é Outro de todos nós.

     As nossas decisões vão expressando, na frescura da corrente do nosso  quotidiano, aberta ao estuário de todos os tempos, que não sofremos restrição de nenhum limite externo, além do espontâneo pulsar da nossa liberdade.

     Sim, somos nós que desenhamos, nas águas puras do tempo, o reflexo que testemunha a presença escondida dos valores que nos guiam, “mais íntimos a nós do que nós mesmos” como dizia tão bem Sto Agostinho.

Partilha de Inspirações – Agenda 22-23 e OE

A VIDA

Clementine Creative

 

     A VIDA É UM PRESENTE

DE  DEUS,

AGRADECE-A

   Este ano somos convidados a sentir a vida como um presente. Como chegamos a senti-la como um presente?

    Talvez em “momentos especiais”; talvez mesmo quando estamos absorvidos em ações que visam um fim útil ou que se tornam necessárias para alcançarmos o limiar dos “momentos especiais”.

  Às vezes podemos surpreendê-la como um presente, num vislumbre, enquanto nos dedicamos de coração a uma tarefa mais amada ou mais ingrata, como um companheiro que nos atira um sorriso enquanto nos passa a bola em pleno jogo.

    A Vida é um presente na medida em que não a fabricamos, não a construimos, não a inventamos. Antes a recebemos, e, em primeiro lugar, dos nossos Pais.

    Somos assim, à partida, devedores, em vista da retribuição de um presente. Mas, desta vez, o presente somos nós! Como “retribuirmo-nos”?

    Como se retribuem, por sua vez, os nossos Pais? E os Pais dos nossos Pais? Um clamor de gratidão ressoa pelos séculos, subindo,   a corrente do tempo, a incontável sucessão das gerações, sondando uma origem a montante.

     Em “momentos especiais”, o sentimento de que a vida é um presente pode surgir como uma imensa onda que nos inunda e nos leva para cima e para diante, a perder de vista. Não já a origem, mas um horizonte aberto e sempre a crescer é que nos atrai.

    Passa a ser uma convicção, um sentido vivenciado capaz de orientar toda a nossa existência. É então que nos pode surgir, como uma descoberta inédita, o atribuir a Deus o presente da Vida.

      E como Lhe retribuiremos?

Partilha de InspiraçõesAgenda CAD 22-23OE

Os Outros Perto de Mim – 3ª Etapa

Web-Cad – Youtube 

     Em Julho – entre os dias 20 e 27 – os nossos Estudantes  caminham até Santiago, com os Colegas do Porto, renovando a aventura medieval que nunca mais perdeu a sua força de atração desde os longínquos anos do século IX, em que se descobriu o túmulo do Apóstolo Tiago.

     Em Setembro, certamente, virão partilhar connosco o sabor da descoberta que mais os encantou, abençoando o novo Ano Letivo que esperamos inaugurar, com a rara intensidade da sua vivência.

    “Compostela” – corruptela de “Campus Stellae”, significa o “Campo das Estrelas”, pois conta a lenda que em 813 dc, um eremita contemplou, noites a fio, uma “chuva de estrelas cadentes”; até que, em sonhos, o próprio apóstolo Tiago lhe revelou que elas eram o sinal que localizava a sua sepultura. 

       1209 anos depois, os nossos Jovens aqui vão, hoje, 24 de Julho, a caminho de Pontevedra, em serena etapa que abraça a Natureza, escutando os rumores de milhões de outros passos que com eles se adentraram no “Caminho Português”, constelando a jornada de séculos com o tesouro dos seus corações.

Partilha de InspiraçõesWeb Cad e OE

70 Anos CAD – A VIDA (2015)

o sonho é a chaveImage par S. Hermann & F. Richter de Pixabay 

O mundo é um sonho que varia,
Varia por entre a multidão sombria e obscura,
Que só na noite se encontra.

Varia no arco-íris colorido e no diamante que cintila,
À espera que alguém os encontre.

Varia a indiferença no presente sentimento de dor
Por toda a parte,
Desprezando a felicidade e permanecendo o tormento.

Varia na bondade que é transmitida
Por aqueles que acreditam na mudança,
Têm um coração alegre,
Contentamento e esperança.

A vida depende do sonho que queremos ter.

A.Clara R. – 14 de Maio 2015  

70 Anos CAD – Finalista do 12º em 2020