As Folhas de Outono

     Gentilmente Oferecido por IA Co-Pilot

     Numa manhã de Outono, uma folhinha de Outono apareceu; logo a seguir apareceu um monte de folhas de Outono a voar, parecia um cardume de peixes.

     – Tão bonito! – Dizia a Menina que olhava para as folhas.

    A Menina olhava para as folhas como se fosse a vida dela a passar a cada momento. A Menina adorava olhar para as folhas de Outono; ela olhava com um rosto milagroso.

      E foi assim que a Menina nunca se esqueceu daquele momento.

Escrita livre – Olhar+: Descobrir MCA5A23-24

“A Nossa Forma de Amar”

   

cadescrita – cad

     O próximo Ano Letivo vai decorrer, todo ele, tanto sob o signo da festiva Celebração dos 50 anos do nosso Colégio, como na redescoberta dos horizontes de um “Olhar” que deseja ver melhor e, sobretudo, mais longe.

     Conciliam-se naturalmente os dois desafios de Vida, pois não só o ato de celebrar torna visíveis riquezas ocultas no real quotidiano, como também a visão criativa de um olhar inovador se articula, naquele desvendamento, com a exultação inesgotável que o percorre.

     O Presente, assim transformado num abrigo acolhedor para um Passado confiante, volta-se, com ele, para a formidável perspetiva de um Futuro repleto de vida, onde germina uma sementeira de surpresas que, no percurso da história comum, irão surgindo, no rasto, sempre fecundo, do Carisma original.

     Esta passagem festiva virá, certamente, balizar, com a viva nota do seu entusiasmo, o intinerário promissor do novo Ano Letivo, a que o tesouro das Jornadas da Juventude pode e deve imprimir o seu ímpeto para ir mais adiante e mais alto, que constitui, também, o seu impulso divino.

    Se “Educar é a nossa forma de Amar”, a nossa ação não está destinada a esgotar-se, mas antes a recriar-se, a cada nova geração, com toda a Comunidade Educativa, que cresce no tempo e se vai configurando, nesse imenso viveiro humano, onde Alunos, Irmãs, Assistentes e Docentes vão passando uns aos outros, na aventura de um Amor irrepetível, a chama original do Fundador.

Com a Comunidade do CAD Partilha de Inspirações OE

Bons Momentos no 2ºCiclo

Image by Oberholster Venita from Pixabay

     Um bom momento foi a Festa do Vicente na aula de EV, em que ele tirou fotos num cenário em cima de um escadote, cantou e falou no teatro em que andava.

FV5C

     Para mim, foi a oportunidade de conhecer novas pessoas.

MA5C

      Um acontecimento especial  que vivi no 6º ano: foi quando comecei a dar-me com umas amigas minhas do 6ºB e elas são muito queridas.

CP6C

     A Festa da Comunidade; quando cantamos uma canção: a nossa Turma cantou em coro “When I see you again” e senti que todos estávamos unidos.

MA5A

     Um bom momento foi quando houve uma festa de despedida de Matemática, dia 1 de Julho: nós dançamos e pude estar com pessoas com quem não falo muito, comemos gelados e tive momentos últimos com a Turma.

MJ6A

     Um bom momento foi conhecer pessoas novas, como 2 alunos da nossa Turma.  Lembro-me que os rapazes e as meninas receberam-nos bem.

MC6C

       Foi quando o rapaz de quem eu gosto olhou para mim.

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O “ir” da Vida

   

Gentileza de Bing IA da Microsoft

   A vida, sempre frágil, mas incansável no seu ritmo peregrino, aventura-se em passagens inviáveis, onde há fendas abertas no teto e vertigens de abismo no chão, por onde, num instante,  cintila e volta a esconder-se, o brilho inapreensível daquilo que a cativa.

    O que ela busca, mais que uma firmeza protetora, é celebrar o próprio excesso que a define, acompanhar o impulso de alegria que é o guia certeiro nos caminhos inauditos por onde se atreve.

    A vida adensa-se no mesmo movimento em que se derrama e esquece, amplia-se quando se escorre em fonte, o seu rosto secreto conserva a forma dessas fugas noturnas de que sempre volta renovada, grávida de infinito.

 Tema 2023: A Vida – Partilha de inspirações OE

O Apelo do Mar nas Raízes de Portugal

cadescrita

    Quando o Papa Francisco se reuniu com os representantes oficiais da nossa Democracia, chamou a  Lisboa, “a capital do mundo“, fazendo ecoar uma outra expressão utilizada por outro Papa que designou Fátima como “o altar do mundo“. Que aproximações se podem traçar entre estes dois centros de experiência humana?

   O Papa Francisco justificou aquela designação, lembrando que Lisboa tem sido, ao longo da sua história, “cidade do encontro que “abraça vários povos e culturas e que, “nestes dias, se mostra ainda mais universal” pela rumorejante multidão festiva e juvenil que fez ressoar pelas ruas da velha capital o desafio de um Futuro aberto ao infinito; assim também, a humilde povoação da Serra de Aire veio a tornar-se ponto de incessante reunião de uma multidão diversa e solidária, em cujo abraço acolhedor se podem reconhecer todos os povos da terra, à luz do desafio divino que três jovens Pastorinhos proclamaram.

   “As raízes” da alma de Lisboa, como as de Fátima, são as do próprio país que é Portugal, na sua vocação de abrir-se ao mundo desconhecido, fazendo-se ao largo por irresistível atração de “novos e amplos horizontes“. O mar é, hoje, a metáfora viva desse misterioso chamamento: um apelo que não cessa de ecoar no ânimo de cada português, e que o fazrefletir sobre os imensos espaços da alma e sobre o sentido da vida no mundo“, olhando “para cima, elevando-se para o infinito“.

Com o Papa Francisco, JMJ23 e OE

Admirar Alguém e Ser Feliz

Image by Melanie from Pixabay   

     A Lily é uma pessoa divertida, engraçada e uma ótima amiga que ajuda sempre quem precisa.

   A felicidade, para mim, é um humor que deixa os dias  das pessoas mais divertidos. Quando estou feliz, o meu coração fica contente e positivo.

FV5C

    Admiro a minha Mãe ela sempre me apoia quando preciso de alguma ajuda; tem muita paciência e tenho muita confiança na minha Mãe.

   Para mim, a felicidade é quando estou com um sorriso. Nesses momentos ganhamos mais energia, mais confiança nos outros.

V6A

    Admiro a professora I. porque ela é muito simpática e meiga com todos e admiro a Sara Carreira, que era uma pessoa linda e tímida.

    Estar feliz é correr, brincar, trabalhar, estar com a família; para mim isso é a Felicidade.  Quando estou feliz, sinto-me com mais paciência e gosto de ir para a rua apanhar flores.

MJ6A

Image by Melanie from Pixabay

   Os meus amigos também são importantes, mas admiro a minha irmã mais velha. Espero ser como ela quando crescer, mesmo que esteja de mal com ela, é uma boa amiga, bondosa e muito mais!

   A Felicidade é saber aproveitar, imaginar coisas, saber sonhar alto, aproveitar a vida, ser bondoso e feliz! Espero que oiças os meus conselhos, nós aprendemos com a escrita, mas tem de ser livre e solta.

MC6C

   A minha melhor Amiga é muito carinhosa e bondosa; eu gosto muito dela. Eu gosto muito das minhas amigas, mas o meu DT vai-nos separar a todas no sétimo ano; espero que a nossa amizade não mude, mas não vai mudar, eu sei disso.

CP6C

    Admiro o Francisco por ele ser corajoso e um bom colega , além de bonitão.

    A Felicidade é algo muito bom, que pode acontecer na vida, que dá muita alegria… Mesmo na morte de uma criança a Felicidade é estarmos sempre no seu coração.

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    Carinho e Amor: essa é a minha Família, por isso são as melhores pessoas do mundo.

    A Felicidade é ser amigo dos outros; sinto-me feliz quando vou a um jogo do Estoril, ou quando eu jogo, ou quando ganho a camisola do jogador que eu queria. 

MA5A

Image by Melanie from Pixabay

    Tenho uma Amiga que eu admiro: ela é super-querida e inteligente.

PM6A

     Felicidade, para mim, é ter amizade e gostar de todos.

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   Admiro, no meu Pai, a primeira qualidade que é ser muito engraçado e ser boa pessoa. A segunda qualidade é como ajuda as outras pessoas a serem melhores.

    Felicidade é o que sentimos pela outra pessoa. Quando estamos com os amigos e familiares de que nós mais gostamos é que nos sentimos felizes.

MA5C

Texto a Várias Mãos – Despedida de Ciclo 2023

Valores para a Vida

suju photo in Pixabay

    A Pessoa que mais admiro é a minha Mãe; ela está sempre tranquila e sabe sempre quando tem de se “chatear” e quando podemos brincar; acho que ela tem uma grande qualidade de animar e de ajudar as pessoas.

     Acho que os meus filhos deviam ser bem educados, pois é muito importante para a vida de um humano ou pessoa. Também queria que não fossem preguiçosos, pois se o fossem, nunca quereriam fazer nada; acho que também deviam ser engraçados e pessoas felizes, com uma boa auto-estima, pois assim estariam sempre felizes e nunca desanimados.

     A Felicidade é “um sentido de humor” muito importante para um ser humano, pois é o que nos faz todos os dias ter a força para nos levantar da cama e ir para a escola.

    É o meu estado de espírito favorito, pois é com ela que eu tenho a auto-estima de seguir a minha vida. Adoro estar feliz, é assim que eu sou. Tento nunca ir abaixo; até se tiver pedras no caminho, tento sempre pensar na Felicidade.

   Também me sinto feliz quando estou com a minha Família, com os meus Amigos e com a minha cadela.

Instrumentos de Vida – CM7C

A Festa da Comunidade Educativa I – 28 de Abril 2023

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    Este ano de 2023, e sob o signo promissor de “A VIDA”, de novo a Festa da nossa Comunidade Educativa iluminou, num clarão de alegria invencível, o laborioso quotidiano da Escola, trazendo à superfície, a comunhão vital em que vamos crescendo, e deixando adivinhar, por um momento, as poderosas correntes de Vida que nos modelam, na profundidade, à semelhança dos ideais que nos propomos servir. 

   

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     O 2º Ciclo, na sua natural espontaneidade, triunfou, num vai vem de barraquinhas que vendia toda a espécie de delícias, generosamente elaboradas com a ajuda dos pais. O amplo viveiro de Famílias, em que se transformou  o recinto festivo,  foi repassado de música gloriosa, a cargo do nosso prof. Paulo.

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     O turbilhão festivo do convívio imparável foi ritmado pelos momentos emocionantes de Teatro em “playback”, reproduzindo alguns dos mais belos diálogos entre as famosas personagens de Charlie Mackesy, a que a arte inimitável da prof. Paula transmitiu forma e vida.

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    Ao lado, discreto no seu encanto de capela improvisada, decorria o leilão silencioso dos amigos improváveis, animais sorridentes em pares cordialmente unidos.

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     3º Ciclo e Secundário expuseram as suas leituras favoritas em criações tridimensionais: na sala azul, onde se podiam colher também “os frutos” da literatura, que pendiam de um estendal, os alunos mais velhos ofereceram momentos de humor e reflexão, representando diálogos entre Fernando Pessoa e os seus inseparáveis heterónimos. 

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     Entretanto, no recreio coberto, música e dança transfiguravam o entusiasmo de uma multidão compacta; decorriam experiências de outros mundos no laboratório; expunham-se magníficos trabalhos de pintura e outras técnicas criativas  na exposição das Artes; brilhavam bordados em filigrana na bancada das Irmãs; e o palco improvisado testemunhou, uma vez mais, a qualidade e o brio dos jovens compositores e intérpretes, onde  a voz dos Alunos foi a da própria VIDA.

     Chegou o fim da tarde numa brisa suave e um festival de árvores brancas veio envolver-nos a todos, no seu abraço dançante que proclamou a poesia e o empenho com que, no labor anónimo de cada dia, a nossa Comunidade celebra secreta e fielmente a VIDA.

Festa da Comunidade EducativaA VIDA 2023 – OE

Liberdade, Valores e Sonhos…

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     Sinto que já consigo apanhar notas mais altas e tenho mais liberdade: posso sair com as minhas amigas, começo a ter mais a minha responsabilidade …

       Em primeiro lugar, ponho a saúde, pois preciso de ter cuidado, como por exemplo, em não me magoar.

    Gostava de transmitir aos meus filhos a Educação, para, quando eles crescerem, falarem bem com as outras pessoas e não dizerem palavrões. Também quero transmitir-lhes felicidade, para terem amizade com os seus amigos e familiares. E, finalmente, a coragem, para, quando a Mãe morrer, não terem medo sem a Mãe, pois a Mãe vai estar sempre no coração deles.

    Eu admiro muito a minha Mãe, pois ela é espetacular: anima-me sempre, quando eu preciso! As minhas amigas adoram a comida da minha Mãe.

   Os meus sonhos inspiram-me, parece que estou noutro mundo, que sou outra pessoa; os sonhos não acontecem na verdadeira vida, mas inspiram-me a ser diferente.

Escrita Orientada – Apreciação PositivaMR5C

Pacto para uma Nova Economia – Assis – 2022

 

The Economy of Francesco

     Nós, jovens economistas, empreendedores e indutores de mudança, convocados para Assis, de todas as partes do mundo, conscientes da responsabilidade que pende sobre a nossa geração, comprometemo-nos hoje, individual e coletivamente, a empenhar as nossas vidas de modo a que a economia de hoje e de amanhã se torne uma economia do Evangelho, e portanto:

        • Uma Economia de Paz e não de guerra,

Uma economia que se opõe à proliferação de armas, especialmente das mais destrutivas, uma economia que cuida da criação e não a utiliza mal.

      • Uma economia ao serviço da pessoa humana, da família e da vida, respeitadora de cada mulher, homem e criança, dos idosos e especialmente dos mais frágeis e vulneráveis.
      • Uma economia onde o cuidado substitua a rejeição e a indiferença.
      • Uma economia que não deixe ninguém para trás, de modo a construir uma sociedade na qual as pedras rejeitadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares.
      • Uma economia que reconheça e proteja o trabalho seguro e digno para todos.
      • Uma economia onde a finança é um amigo e um aliado da economia real e do trabalho real e não contra eles.
      • Uma economia que valoriza e salvaguarda as culturas e tradições de povos, todas as coisas vivas e os recursos naturais da Terra. 
      • Uma economia que combate a pobreza em todas as suas formas, reduz a desigualdade e sabe como dizer com Jesus e Francisco, “Felizes os pobres”.
      • Uma economia guiada por uma ética da pessoa humana e aberta à transcendência;
      • Uma economia que crie riqueza para todos, que engendre alegria e não apenas bens, porque a felicidade que não se partilha permanece incompleta;

     Acreditamos nesta economia. Não é uma utopia, porque já estamos a construi-la. E alguns de nós, em manhãs especialmente luminosas, já tivemos um vislumbre do início da terra prometida.

Assis, 24 de Setembro, 2022

Os Economistas, Empreendedores, Indutores de Mudança,

Estudantes e Trabalhadores.

Pacto Global para a Educação 6 – Pacto para uma Nova Economia

(Tradução Livre – OE)

50 Anos CAD – As Melhores Festas! – 1992

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    As Festas são momentos emocionantes em que festejamos acontecimentos especiais da nossa vida.

   Nas Festas, as pessoas estão alegres e conversam, conversam e nunca mais param, parecem umas galinhas, porque estão sempre: Blá, blá, blá…

   As pessoas, quando há festas, vestem-se muito bem, às mil maravilhas; usam penteados chiques e uns brincos a condizer. Há danças magníficas e uma música festiva ou natalícia.

    No dia 24 de Dezembro, passei o Natal em casa dos meus avós paternos e no dia 25, em casa dos meus avós maternos.

   No dia 24 vieram os meus primos, que eu não via há tanto tempo! No princípio, os primos mais velhos e eu lemos uma oração e os mais pequeninos cantaram músicas muito engraçadas; desejamos um Feliz Natal a todos e abrimos os presentes.

   Recebi tantas coisas que fiquei tão excitada! O jantar era perú com arroz de passas e pinhões, as entradas eram salmão, torradas, manteiga e outras coisas ótimas.

   A árvore estava lindísssima, com fitas douradas e bonequinhos pendurados. O presépio estava completo, com tudo, não faltava mais nada. A mesa, cheia de comida e era tudo tão bonito, era uma maravilha. O dia 25 foi também uma maravilha!

    Se não houvesse Festas, a vida não seria a mesma coisa, as pessoas não andavam tão excitadas e alegresl Para mim, cada acontecimento especial é uma Festa!

75 Anos CAD – Carlota Melo Nº4, 5ºA – 1992

50 Anos CAD – Sonhando com o Futuro – 1992

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     São 10h da noite. Álvaro despede-se dos pais e vai-se deitar. Na manhã seguinte, acorda maravilhado com o sonho que tivera e resolve contá-lo aos colegas da escola: 

     – Eu encontrava-me num colégio que não tinha nada a ver com o nosso.

     A começar pelo edifício, que mais parecia uma nave espacial, até aos alunos e professores que faziam lembrar bonecos articulados, tudo era novidade para mim.

   Quer as carteiras, quer as cadeiras eram vidradas, tinham luzes de cores, faziam inmpressão aos olhos; não havia cadernos nem lápis, todo o material consistia em computadores portáteis.

   No refeitório, a comida era toda às bolinhas que me faziam lembrar comprimidos, sendo servida por robots.

     Nas casas de banho… bem, se vocês vissem, era tudo eletrónico. E as camas! As camas tinham o feitio de um ovo todo transparente que se abria e fechava.

    Quando eu já me estava a sentir integrado no meio daquele ambiente todos espacial, o despertador tocou e eu acordei. Afinal tudo não passava de um sonho, com muita pena minha.

75 Anos CAD – Ivo Mello 6º ano – 23/09/1992

O Máximo Horizonte

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Levantou-se e partiu apressadamente…”

Tema das JMJ -2023

       O tema das Jornadas Mundiais da Juventude deixa-se aprofundar apenas depois de termos enfrentado algumas questões incontornáveis:

      • O que nos faz levantar?
      • E partir?
      • E partir apressadamente?
      • Qual é o alcance máximo dessa expectativa que se projeta para diante, para cima, para todos os lados?
      • O que demanda, na sua máxima ousadia , o anseio humano?

          A resposta a estas questões daria a medida da amplitude do  nosso máximo horizonte.

     Cada um de nós,  em momentos limite da sua aventura pessoal, descobre que se  faz ao largo de tudo; admira-se ao constatar que se adianta para além da segurança da  própria vivência acumulada ao longo dos seus anos; espanta-se com a agilidade com que se desembaraça  para lá da estabilidade do conhecido, que  afinal tinha se vindo a construir laboriosamente e formava o alicerce do seu quotidiano.

“Levantou-se e partiu apressadamente em direção às montanhas”

       Os dois movimentos livres nesta iniciativa são “Levantar-se” e “Partir.”

        O ímpeto que borbulha e lança espuma, no nosso levantar, é já resposta a uma solicitação que vem de mais longe? E De quão longe?

       De quanto mais longe somos interpelados, talvez mais intenso o impulso do nosso levantar e a prontidão do pôr-se a caminho, e o ritmo do andamento para fora e para longe.  Talvez se afine o olhar para a lonjura à medida que  avançamos  na direção de embora.

   Em direção” – não se trata de um rastrear avulso, mas de um movimento orientado, um ritmo ordenado, uma fidelidade a algo que nos expropria e nos transporta.

     Às montanhas” este destino último sugere um horizonte vertical, mais inacessível, mais exigente no esforço de chegar a participar nele, mais transcendente ao plano horizontal do habitat humano, onde a inércia do que  já se controla com sucesso pode amortecer o ímpeto do avanço para diante.

     E, no entanto, a prontidão da resposta e a orientação do olhar para o mais longínquo transmitem a sensação de que há algo de familiar neste apelo a uma superação sem condições. 

     Não no sentido em que o dom inesperado pudesse ser deduzido ou reclamado a partir de um indefinível anseio humano; mas antes essa impressão de “estar em casa”, apesar de estar fora das fronteiras patrulhadas. 

   É assim como uma sensação de pertencer ainda a outro enraizamento, para lá do ecossistema humano, no seu entrelaçamento íntimo de natureza e cultura – tão íntimo que as duas componentes se tornam indiscerníveis.

      Um súbito à vontade reencontrado, mal se dobrou a curva do último limite conhecido, como se a nossa vocação humana tivesse sido, afinal, desde sempre, o incessante renovar-se em vista de um infinito: “levantar-se e partir”.

     Santo Anselmo, no sec XII, deixou formulado para sempre um desafio semelhante a todo o pensar vivo que havia de vir depois dele; mas o seu convite ousado não se dirige ao pseudo-pensar de pacotilha, domesticado e passivo,  segregando abstrações ou derramando-se em objetos externos.

    Só o centro ardente da pessoa humana é capaz de unificar num feixe luminoso todas as vertentes da existência e determinar-se para a aventura de um pensar vivo.

     Aventurar-se a pensar o ser; o ser maior; “o ser acima do qual nada maior pode ser pensado”. Anselmo desenhou  um horizonte de amplitude tão aberta que não se pode percorrer as suas margens com o olhar.

    Nada mais do que pensar a sua possibilidade é talvez já “o levantar-se” do nosso próprio ser; afirmar a existência dessa possibilidade infinita é talvez já o início de uma “partida apressada” de todo o nosso ser, a imersão na irresistível corrida em direção ao coração inatingível  deste máximo horizonte .

     JMJ-Lisboa-2023 Agenda 22-23 – A VIDA – OE

“A PAZ é responsabilidade de Todos”

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     “A Paz só poderá nascer da paz: não da paz concluída depois de uma batalha, mas da paz debatida sem batalha e erigida em vitória definitiva do Diálogo sobre a espada.”                                                 

 Émile-de-Girardin

     Vivemos um momento decisivo que pode abrir novas possibilidades para a aventura humana que se vem desenrolando na história. 

     As forças em presença não são apenas as que se tornam visíveis e mais ou menos inteligíveis nas tensões da atualidade; nas questões vitais em debate, incluem-se as forças que brotam de toda a realização humana do passado do mundo, bem como as incontáveis possibilidades que nos interpelam do futuro.

    Quem defende a Paz? Quem pratica os valores da democracia? Quem está empenhado na redistribuição dos bens e dos recursos? Quem acolhe, como um enriquecimento, a pluralidade de visões do mundo? Quem consegue discernir as finas linhas que demarcam a possibilidade de um diálogo vivo entre todas elas?   

    Não escolhemos ser livres; eis outro presente que nos foi oferecido com a própria vida: uma vida livre, que supõe uma adesão e a persistência de um esforço, sempre a reatualizar, para corresponder à exigência com que a Vida coroa o seu livre dom. 

     Na sua mensagem da Páscoa 2022, o papa Francisco considerou a Paz não apenas “possível”, mas ainda “a principal responsabilidadede todos nós

      Entre inumeráveis iniciativas que os desafios da Paz suscitam, podemos indicar:

        • A Fundação Berghof ,para a qual “o conflito é inevitável, mas a violência, não” e desenvolve, há 50 anos, encontros entre partes em litígio, apoiando-os no esforço do diálogo.
        • Open Democracy, uma plataforma internacional que se quer independente, que dá voz aos excluídos da atenção pública, em vista de um mundo mais igualitário e mais aberto.
        • E-International Relations – site que oferece uma plataforma aberta, não alinhada, para publicações dos mais diversos pontos de vista sobre as relações internacionais e os equilíbrios de forças no mundo atual. Também oferece livros de leitura gratuita online.
        • Youth for Peace – Visa a participação dos jovens na construção da Paz Mundial e tem o apoio do Conselho de Segurança da ONU.

 

Pacto Global para a Educação – A Vida, Agenda 22-23 – OE