O Direito de Agir Livremente

Image by dgchpy0 from Pixabay

   Em relação ao direito das crianças terem o direito de agir livremente durante um dia por mês, penso que deve ser aplicado.

     Em primeiro lugar, as crianças, tal como os adultos, têm o direito de agir livremente, mas as crianças têm de dar tempo aos seus deveres, como também aos seus direitos.

    Além disso, penso que as crianças devem deixar mais tempo para os seus direitos, por exemplo, guardar um dia por mês para fazerem o que mais gostam, deixando os deveres para trás.

   Para concluir, penso que devemos dar mais tempo aos direitos, mas sem abandonar os deveres.

MF6C

50 Anos CAD – O Sonho – 1988

 

Image by renategranade0 from Pixabay 

     Todos nós, as crianças, sonhamos com alguma coisa que desejamos ter.

    O meu sonho era ter uma bicicleta.

    Um dia, esse sonho realizou-se; os meus Pais ofereceram-me uma bicicleta com as cores que eu desejava. 

    Com ela faço grandes aventuras: tenho feito corridas com os meus amigos, tenho ido à praia com ela e vou, aos fins de semana, a casa dos meus avós e, às vezes, até como lá.

75 Anos CAD – Joaquim – 5ºAno – 1988

A Escrita ao Serviço da Vida

Oficina de Escrita – Prof Paula Xavier                                                   

          “A tua oração é o grito do teu desejo. Redige essa oração por escrito: esse primeiro esforço criador fará com que cresça em ti a coragem.”                           

Sto. Agostinho, sec. V

     

     O exercício da expressão escrita –  seja na sua vertente expressiva, reflexiva, criativa, ou outra –  é sempre  uma experiência de liberdade.

    Com efeito,  tal exercício só pode aceder a uma forma única e pessoal se, para lá da circunstância de um dever académico, for também voluntário;  se, para lá da utilidade dos objetivos  curriculares, se colocar, também, desinteressadamente,  ao serviço da Vida.

     Quem fez, ainda que de passagem e a intervalos muito irregulares, essa experiência vital de autenticidade, sabe que só ela tem o potencial de libertar energias que, de outro modo,  permaneceriam compactadas  e inúteis, nos meandros subterrâneos do nosso viver apressado.

    São  energias do mais puro quilate, as mais próximas da Fonte de onde brota, misteriosamente, a cada momento, a nossa própria Vida;  elas ascendem,  por assim dizer,  ao apelo da escrita – que tem o dom de as convocar  – e ficam disponíveis para a nossa  vontade.

   São elas que tornam possível “o golpe de alma” necessário  a uma tomada de decisao;  são puras forças de coragem que o exercício da escrita drenou para a luz da consciência.

     Certamente, há outras descobertas essenciais a realizar neste exercício  tão rente ao chão do vivido. Hoje queríamos apenas destacar aqui esta virtualidade,  tantas vezes suposta em silêncio,  mas repleta de possibilidades de Vida,  que o exercício da expressão escrita pode oferecer aos nossos Alunos. 

Agenda 22-23 Instrumentos de Vida – OE

50 Anos CAD – Diário – 1988

Image by Stefan Keller from Pixabay 

     Querido Diário,

     Tu nem sabes o que aconteceu há um tempo atrás; eu fui à casa do Francisco, nós queríamos ver um campo de futebol e tivemos de passar por um lugar em que tínhamos de ir juntinho às pedras, porque, se nós caíssemos, partíamos uma perna.

    Eu escorreguei, caí, mas por sorte, segurei-me; nós fomos buscar plantas para as nossas mães: eram rosas.

   Nós conseguimos passar e fomos buscar as plantas e alguns bonecos caídos. O portão abriu e nós safamo-nos com tudo.

     Foi uma aventura bestial, não achas Diário?

75 Anos CAD – Luís Freitas, 9 anos –  5º ano1988

A Nossa Rainha de Inglaterra

Eleanor Tomlinson

    A Rainha de Inglaterra, sobretudo para os mais velhos, faz parte da nossa história e até da nossa vida, uma vez que nos acompanhou, praticamente desde sempre – foi coroada em 1953, aos 27 anos e que ocupa um lugar de admiração e afeto no coração de incontáveis pessoas, superando em muito as fronteiras do seu país e da comunidade alargada de países irmãos

    Em que consiste a atração, ao mesmo tempo suave e poderosa, que nos torna próxima e grata a sua pessoa? 

    Certamente no próprio cargo de rainha, que desempenhou durante 70 anos – o mais longo reinado de um monarca na Europa –  e que vem aureolado do brilho misterioso de um mundo antigo que lança raízes profundas na história e opera como um talismã.

    Mesmo na ausência das funções de governação, o exercício da realeza coroando o edifício de uma sociedade bem organizada remete-nos tanto para  tempos épicos, que a nossa imaginação preenche com feitos heróicos, como para a lealdade aos valores de que aquelas ações corajosas davam testemunho.

   A pessoa da Rainha vai deixar-se conhecer no jogo entre duas instâncias saturadas de emoção: é a riqueza da sua própria personalidade  que vai dar vida a essa função suprema mediante um empenho total; rodeada por uma aura de ser inacessível, terá de guiar-se pela exigência ética da conduta exemplar que se espera daqueles que são coroados em nome de um ideal de humanidade.

     Dos seus discursos mais conhecidos escolhemos aqui algumas  palavras, que a vida se prontificou a validar como autênticas, e que, por isso, continuam hoje a tocar os seus destinatários, que se vão multiplicando ao longo do tempo e que vão formando a multidão daqueles que a amam.

21 anos – 1947

   “Declaro diante de todos vós que a minha vida inteira, seja longa ou breve, será dedicada ao vosso serviço e ao serviço da nossa grande família imperial a que pertenço.”

27 anos – Coroação – 1953

    “Agora que este dia chega ao fim, sei que a minha memória dele não será apenas a da solenidade e da beleza da cerimónia, mas a inspiração da vossa lealdade e afeto. Agradeço-vos com um coração transbordante.”

   31 anos – 1º discurso de Natal – 1957

   “Não posso conduzir-vos numa batalha, não faço leis nem administro a justiça, mas posso fazer outra coisa. Posso oferecer o meu coração  e a minha dedicação total a estas antigas ilhas e a todos os povos da nossa fraternidade de nações.”

66 anos – 1992 – “O Ano Horrível”

     “A Crítica é boa para as pessoas e as instituições que fazem parte da vida pública. Nenhuma instituição deveria esperar ficar livre do escrutínio daqueles que lhe oferecem a sua lealdade e o seu apoio […] Mas todos nós somos feitos com o mesmo tecido da nossa sociedade nacional, de modo que a eficácia desse escrutínio depende de ele ser feito com um toque de gentileza, bom humor e compreensão.”

Fevereiro de 2022 – Jubileu dos 70 anos de Rainha – 96 anos

    “Continuo a ser inspirada pela boa vontade que me demonstram. Espero que os próximos dias tragam a oportunidade de refletir sobre tudo o que foi realizado durante os últimos 70 anos, à medida que olhamos para o futuro com confiança e entusiasmo.”

Extraído de  Washington Post ,em tradução livre

    A figura feminina no lugar da realeza também não deixa de evocar vivências da nossa própria infância, onde as histórias de princesas vinham encantar a hora de adormecer.

          Assim, a Rainha também pertence um pouco ao domínio das lendas infantis, nesse à vontade desconcertante e misterioso com que as crianças lidam com o sublime e o sobrenatural.

      É por demais conhecido o humor subtil e espontâneo da Rainha, que transformou tantas ocasiões eventualmente triviais ou embaraçosas em momentos de delicioso divertimento. É neste contexto que se integra a história da sua amizade com o ursinho Paddington. Dela deixamos aqui, como recordação, o inefável encontro da Rainha com a sua personagem amiga, na ocasião convidada para tomar um chá, com sua Majestade, no palácio de Buckingham.

A Vida Exemplos que Iluminam – Agenda 22-23 – OE

 

50 Anos CAD – As Melhores Festas! – 1992

Image by Gerd Altmann from Pixabay      

    As Festas são momentos emocionantes em que festejamos acontecimentos especiais da nossa vida.

   Nas Festas, as pessoas estão alegres e conversam, conversam e nunca mais param, parecem umas galinhas, porque estão sempre: Blá, blá, blá…

   As pessoas, quando há festas, vestem-se muito bem, às mil maravilhas; usam penteados chiques e uns brincos a condizer. Há danças magníficas e uma música festiva ou natalícia.

    No dia 24 de Dezembro, passei o Natal em casa dos meus avós paternos e no dia 25, em casa dos meus avós maternos.

   No dia 24 vieram os meus primos, que eu não via há tanto tempo! No princípio, os primos mais velhos e eu lemos uma oração e os mais pequeninos cantaram músicas muito engraçadas; desejamos um Feliz Natal a todos e abrimos os presentes.

   Recebi tantas coisas que fiquei tão excitada! O jantar era perú com arroz de passas e pinhões, as entradas eram salmão, torradas, manteiga e outras coisas ótimas.

   A árvore estava lindísssima, com fitas douradas e bonequinhos pendurados. O presépio estava completo, com tudo, não faltava mais nada. A mesa, cheia de comida e era tudo tão bonito, era uma maravilha. O dia 25 foi também uma maravilha!

    Se não houvesse Festas, a vida não seria a mesma coisa, as pessoas não andavam tão excitadas e alegresl Para mim, cada acontecimento especial é uma Festa!

75 Anos CAD – Carlota Melo Nº4, 5ºA – 1992

50 Anos CAD – Festas, Férias, Ano Novo: Sempre! -1990

 

Image by Wolfgang Eckert from Pixabay 

      Eu consigo sentir as festas. Sinto-as vivas dentro de mim!

     Acho que as Férias e o Ano Novo são também festas. Todos os dias, só por serem diferentes uns dos outros, são festivos. Parar e refletir faz bem e é preciso. Ora, durante o período em que refletimos é como se fizéssemos umas longas férias!

      Longas, porque o pensamento vai para longe e transmite-nos uma grande felicidade, ao lembrarmo-nos dos nossos familiares, de quem muito gostamos, e também de momentos alegres da nossa vida. Só por nos transmitir esta maravilha, já é uma festa.

      Quando refletimos, sentimo-nos alegres, mas também que podíamos sentir-nos ainda melhor, se melhorássemos algo que estava imperfeito e procedêssemos melhor para com outras pessoas. 

      Estas paragens são avanços na cultura, mas uma cultura especial. A cultura familiar, isto é, como se deve proceder em casa com marido, mulher e filhos. A cultura da amizade, as relações que devemos ter entre amigos íntimos e colegas ou pessoas conhecidas. A cultura da ajuda aos mais necessitados.

     Sempre ouvi dizer que durante a nossa vida, vamos construindo uma escadinha para o céu, feita de boas ações. A ajuda aos mais necessitados é um bom passo para a construção da nossa escadinha.

75 Anos CAD – Susana Pinto, 6ºC – 1990

 

50 Anos CAD – Sonhando com o Futuro – 1992

Image by Manfred Steger from Pixabay 

     São 10h da noite. Álvaro despede-se dos pais e vai-se deitar. Na manhã seguinte, acorda maravilhado com o sonho que tivera e resolve contá-lo aos colegas da escola: 

     – Eu encontrava-me num colégio que não tinha nada a ver com o nosso.

     A começar pelo edifício, que mais parecia uma nave espacial, até aos alunos e professores que faziam lembrar bonecos articulados, tudo era novidade para mim.

   Quer as carteiras, quer as cadeiras eram vidradas, tinham luzes de cores, faziam inmpressão aos olhos; não havia cadernos nem lápis, todo o material consistia em computadores portáteis.

   No refeitório, a comida era toda às bolinhas que me faziam lembrar comprimidos, sendo servida por robots.

     Nas casas de banho… bem, se vocês vissem, era tudo eletrónico. E as camas! As camas tinham o feitio de um ovo todo transparente que se abria e fechava.

    Quando eu já me estava a sentir integrado no meio daquele ambiente todos espacial, o despertador tocou e eu acordei. Afinal tudo não passava de um sonho, com muita pena minha.

75 Anos CAD – Ivo Mello 6º ano – 23/09/1992

50 Anos CAD – As FESTAS!!! – 2000

 

     

Image by JL G from Pixabay 

     Olá! Aqui estou eu para vos explicar o que são festas, como passo as minhas festas e pode ser que ainda haja tempo para outras coisas.

      As festas fazem parte da nossa vida, são acontecimentos. É nas festas que há surpresas, muitas prendas, coisas maravilhosas.

     E alguém sabe o que é que nós queremos, nas festas? Todos nós queremos que o tempo não acabe, pois são momentos dilatados.

     Quais são as festas que todas as pessoas comemoram ao longo do ano? O Natal, a principal festa do ano; a Páscoa, que também é muito importante; o Carnaval, a festa das máscaras e ainda a passagem de Ano. 

     Muito bem, chegou o momento de vos dizer o que é o Natal e como eu passei o Natal e o Ano Novo.

   Já passaram dois mil anos que nasceu o Salvador do mundo, aquele bebé chamado Jesus, o filho de Maria, a Santa Mãe. Mas ainda não vos contei nada! O pai é o poderoso Deus. O homem que criou o planeta Terra; o Sol, isto é, a luz, a noite, o dia, os animais e coisas lindíssimas. Portanto, o Natal é o nascimento de Jesus Cristo, o verdadeiro Rei.

     Como eu passo o Natal? No Natal, eu vou para a terra dos meus Pais, o Soito; fica situado a Norte de Lisboa. No dia 24 de Dezembro, de 1999 à meia-noite, eu fui à missa do Galo, uma coisa esplêndida. Quando saí da missa, havia uma fogueira de quatro metros, linda! E os escuteiros tocaram tambor.

    Mas quando cheguei a Cascais, já estava com saudades lá do Soito. É um sinal de que eu adoro aquela terra. E é verdade.

    A passagem de Ano foi inesquecível! Este ano comemorei-a na Aroeira, com uns amigos, os meus Pais e o meu irmão Diogo. Quando cheguei, sentia alegria por ver ali amigos que já não encontrava há bastante tempo. Mas, medo também, só pensava: ” o Bug, o Bug, o Bug”.

     Entretanto, chegaram outros amigos, entramos em casa, estivemos a abrir prendas. Eu recebi um perfume “Freedom”, da Tommy, que, ao pô-lo, fez-me esquecer de tudo e, quando dei conta, estava em Plutão –  mas foi só um pensamento. Ofereceram-me também um fio com uma estrela encantada que me levou até à Lua de foguetão. Deram-me também uma saia e um casaco que fazia conjunto e eu fui parar às discotecas.

       Tive nas minhas mãos uma pulseira de ouro e um jogo de jóias que me fez lembrar uma rainha. Ainda me entretive um tempinho com os presentes que me ofereceram. E assim lá se passou uma boa hora.

    As minhas amigas e eu estivemos a dançar vários tipos de música. Quando olhei para o relógio já era meia-noite menos dez minutos. Então fomos todos para a sala pegar no copo de champanhe e nas passas. Uma amiga minha disse-me:

     – Se não gostas de passas, come três uvas. Ma comes uma de cada vez, que é para pedires três desejos. Pois se meteres todas na boca de uma só vez, não sabes qual é que estás a trincar e podes sem querer, pedir os três desejos numa só uva; portanto, uma uva de cada vez, um desjo de cada vez.

      E eu assim o fiz. Era muito mais saboroso e caíram muito bem no estômago. Na contagem decrescente: 25, 24, 23, 22, 21, 20, 19, 18, 17, 16, 15, 14, 13, 12, 11, 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1… E Eu estava novamente com o pensamento: ” O Bug, o Bug, o Bug”.

75 Anos CAD Inês Nabais, nº 13 – 5ºA – 7/01/2000

 

O Máximo Horizonte

Image by Hamsterfreund from Pixabay

Levantou-se e partiu apressadamente…”

Tema das JMJ -2023

       O tema das Jornadas Mundiais da Juventude deixa-se aprofundar apenas depois de termos enfrentado algumas questões incontornáveis:

      • O que nos faz levantar?
      • E partir?
      • E partir apressadamente?
      • Qual é o alcance máximo dessa expectativa que se projeta para diante, para cima, para todos os lados?
      • O que demanda, na sua máxima ousadia , o anseio humano?

          A resposta a estas questões daria a medida da amplitude do  nosso máximo horizonte.

     Cada um de nós,  em momentos limite da sua aventura pessoal, descobre que se  faz ao largo de tudo; admira-se ao constatar que se adianta para além da segurança da  própria vivência acumulada ao longo dos seus anos; espanta-se com a agilidade com que se desembaraça  para lá da estabilidade do conhecido, que  afinal tinha se vindo a construir laboriosamente e formava o alicerce do seu quotidiano.

“Levantou-se e partiu apressadamente em direção às montanhas”

       Os dois movimentos livres nesta iniciativa são “Levantar-se” e “Partir.”

        O ímpeto que borbulha e lança espuma, no nosso levantar, é já resposta a uma solicitação que vem de mais longe? E De quão longe?

       De quanto mais longe somos interpelados, talvez mais intenso o impulso do nosso levantar e a prontidão do pôr-se a caminho, e o ritmo do andamento para fora e para longe.  Talvez se afine o olhar para a lonjura à medida que  avançamos  na direção de embora.

   Em direção” – não se trata de um rastrear avulso, mas de um movimento orientado, um ritmo ordenado, uma fidelidade a algo que nos expropria e nos transporta.

     Às montanhas” este destino último sugere um horizonte vertical, mais inacessível, mais exigente no esforço de chegar a participar nele, mais transcendente ao plano horizontal do habitat humano, onde a inércia do que  já se controla com sucesso pode amortecer o ímpeto do avanço para diante.

     E, no entanto, a prontidão da resposta e a orientação do olhar para o mais longínquo transmitem a sensação de que há algo de familiar neste apelo a uma superação sem condições. 

     Não no sentido em que o dom inesperado pudesse ser deduzido ou reclamado a partir de um indefinível anseio humano; mas antes essa impressão de “estar em casa”, apesar de estar fora das fronteiras patrulhadas. 

   É assim como uma sensação de pertencer ainda a outro enraizamento, para lá do ecossistema humano, no seu entrelaçamento íntimo de natureza e cultura – tão íntimo que as duas componentes se tornam indiscerníveis.

      Um súbito à vontade reencontrado, mal se dobrou a curva do último limite conhecido, como se a nossa vocação humana tivesse sido, afinal, desde sempre, o incessante renovar-se em vista de um infinito: “levantar-se e partir”.

     Santo Anselmo, no sec XII, deixou formulado para sempre um desafio semelhante a todo o pensar vivo que havia de vir depois dele; mas o seu convite ousado não se dirige ao pseudo-pensar de pacotilha, domesticado e passivo,  segregando abstrações ou derramando-se em objetos externos.

    Só o centro ardente da pessoa humana é capaz de unificar num feixe luminoso todas as vertentes da existência e determinar-se para a aventura de um pensar vivo.

     Aventurar-se a pensar o ser; o ser maior; “o ser acima do qual nada maior pode ser pensado”. Anselmo desenhou  um horizonte de amplitude tão aberta que não se pode percorrer as suas margens com o olhar.

    Nada mais do que pensar a sua possibilidade é talvez já “o levantar-se” do nosso próprio ser; afirmar a existência dessa possibilidade infinita é talvez já o início de uma “partida apressada” de todo o nosso ser, a imersão na irresistível corrida em direção ao coração inatingível  deste máximo horizonte .

     JMJ-Lisboa-2023 Agenda 22-23 – A VIDA – OE

“A PAZ é responsabilidade de Todos”

Image by Clker-Free-Vector-Images from Pixabay

     “A Paz só poderá nascer da paz: não da paz concluída depois de uma batalha, mas da paz debatida sem batalha e erigida em vitória definitiva do Diálogo sobre a espada.”                                                 

 Émile-de-Girardin

     Vivemos um momento decisivo que pode abrir novas possibilidades para a aventura humana que se vem desenrolando na história. 

     As forças em presença não são apenas as que se tornam visíveis e mais ou menos inteligíveis nas tensões da atualidade; nas questões vitais em debate, incluem-se as forças que brotam de toda a realização humana do passado do mundo, bem como as incontáveis possibilidades que nos interpelam do futuro.

    Quem defende a Paz? Quem pratica os valores da democracia? Quem está empenhado na redistribuição dos bens e dos recursos? Quem acolhe, como um enriquecimento, a pluralidade de visões do mundo? Quem consegue discernir as finas linhas que demarcam a possibilidade de um diálogo vivo entre todas elas?   

    Não escolhemos ser livres; eis outro presente que nos foi oferecido com a própria vida: uma vida livre, que supõe uma adesão e a persistência de um esforço, sempre a reatualizar, para corresponder à exigência com que a Vida coroa o seu livre dom. 

     Na sua mensagem da Páscoa 2022, o papa Francisco considerou a Paz não apenas “possível”, mas ainda “a principal responsabilidadede todos nós

      Entre inumeráveis iniciativas que os desafios da Paz suscitam, podemos indicar:

        • A Fundação Berghof ,para a qual “o conflito é inevitável, mas a violência, não” e desenvolve, há 50 anos, encontros entre partes em litígio, apoiando-os no esforço do diálogo.
        • Open Democracy, uma plataforma internacional que se quer independente, que dá voz aos excluídos da atenção pública, em vista de um mundo mais igualitário e mais aberto.
        • E-International Relations – site que oferece uma plataforma aberta, não alinhada, para publicações dos mais diversos pontos de vista sobre as relações internacionais e os equilíbrios de forças no mundo atual. Também oferece livros de leitura gratuita online.
        • Youth for Peace – Visa a participação dos jovens na construção da Paz Mundial e tem o apoio do Conselho de Segurança da ONU.

 

Pacto Global para a Educação – A Vida, Agenda 22-23 – OE

     

  

50 Anos CAD – Diário: Surpresa – 1992

Image by Dorothe from Pixabay

    Querido Diário,

    Eu gostava de te contar uma grande e agradável surpresa que eu tive num belo fim de semana. Os meus avós, no passado dia 22 de Agosto, fizeram 50 anos de casados . E é acerca deste assunto que eu te vou contar.

     Cinco dias antes dos anos de casados dos meus avós, a minha Mãe, misteriosamente, dizia: – Filipinho, tenho uma grande surpresa que nos aguarda.

     E eu, curioso e farto de roer as unhas, perguntei: 

     – Mamã! Diz-me, por Amor de Deus!

     E ela, vendo a minha cara desanimada, exclamou:

    – Só te conto amanhã, mas…só com uma pequena condição: hoje à noite, João Filipe Ramos, tu vais ter de comer a sopa toda!

     E eu, preocupado com a dor de barriga que a sopa me ia fazer, chorei, chorei e chorei… Passados já dois dias de os lenços de papel terem acabado, a minha Mãe deu-me mais uma pista:

     – Vamos viajar…

      E assim foi. No dia combinado, fomos para Tomar, onde tomamos grandes banhos de sol e no rio, pois a estalagem ficava na ilha. Mas para te confessar, o que eu gostei mais foi da viagem de barco que tínhamos de realizar para chegar à estalagem.

         Foram uns dias muito bem passados, onde todos se divertiram.

  75 anos CAD João Filipe R. – nº 15, 5ºA – 1992