Marandallah – Missão APÔH

 

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     “Marandallah” é o nome mágico de uma comunidade distante, situada no interior da Costa do Marfim, na África negra, a 5 mil 440 kilómetros de Lisboa. 

     Aí vivem cerca de 40.000 pessoas, (segundo o censo de 2014) dispersas por 21 aldeias; unidas pela riqueza de um diálogo interminável, são diferentes religiões, visões do mundo e sensibilidades que mutuamente se escutam e enriquecem.

    Os missionários da Consolata vivem em Marandallah desde 2002; a sua ação centra-se na saúde, na educação e no diálogo interreligioso, pois empenham-se nessa comunhão criativa  e abençoada que une entre si a maioria muçulmana e as outras minorias religiosas.

Instagram – Missão Apôh

    O Projeto missionário dos 12 Jovens voluntários tomou o nome de “Missão Apôh – Costa do Marfim 2022”. “Apôh” significa “Amor”, em Senufo, que é a língua local de Marandallah.

Voluntários Missionários da Consolata    

     Na companhia do Padre Queniano Anthony Malila e de um casal de Leigos Missionários, a Iara e o Gonçalo, os 12 jovens partiram numa aventura que envolveu uma generosa disponibilidade para o esforço físico, a abertura de coração para o inesperado de uma partilha de vida com crianças e adultos, todos recetivos à graça do livre dom que sempre recompensa as nossas ousadias.

   A preparação para a Missão teve início em Novembro de 2021, ao ritmo de encontros quinzenais,  tendo os jovens lançado campanhas  em diversas paróquias e movimentos solidários. 

   Assim,  angariaram apoio financeiro, material escolar, material de cuidados de saúde e peças de vestuário; ao mesmo tempo que foram entrelaçando os seus laços de jovem comunidade no tecido do projeto em gestação. 

Centro de Saúde de Marandallah

    Reabilitar e equipar uma escola pré-primara bem como o centro de saúde de Marandallah foram os objetivos contabilizáveis, cujo sucesso ficou verificado em obra feita, mediante horas dispendidas em generoso empenho.

   Porém, fica  ainda por dizer o inefável encanto das presenças infantis que trouxeram a graça livre das suas brincadeiras, a descoberta dos outros na sua indizível proximidade ao nosso coração, o restaurador afago da natureza envolvente, na sua  viva beleza tropical, e toda esta misteriosa comunhão adensando-se na partilha sentida das eucaristias.

Escola Pré-Primária de Marandallah

       Podemos seguir os vestígios de ouro desta aventura única , lendo o Diário dos Jovens no seu Facebook ou Instagram; esperamos ainda poder encontrá-los pessoalmente, em cordial entrevista, a fim de a transmitir aos nossos Alunos, tanto mais que neste grupo juvenil se encontra também a Mafalda, nossa querida antiga Aluna. 

      A realização deste projeto corajoso abre-nos um horizonte de mil possibilidades de Paz para o mundo; quem dela se aproxima com boa-vontade, recebe as suas sementes de Vida, recheadas de poder transformante.

 

Com a Missão Apôh Partilha de Inspirações – OE

5O Anos CAD – Entrada de Diário – 1992

 

     

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      – Avó!

    – Sim.

    – Conta-me como te sentiste quando passaste para o quinto ano. 

    – Bem, quando passei para o 2º ciclo…

     – 2º ciclo? – perguntavam os seus netos.

     – Era como se chamava naquela altura. Bem, quando passei para o 1º ano, estava ansiosa por conhecer os professores e habituar-me ao “Hábito” do ciclo. Gostava de todas as professoras, além de as confundir um pouco. Naquele tempo, quando passávamos para o 5º ano, eram separadas as turmas, por isso fiquei triste de perder amigos, mas fiquei feliz de ficar amiga de outros. Éramos uma turma só de bons alunos, mas atrevidos e conversadores. Os primeiros dias foram divertidos, porque os “stôres” faziam rir. 

    – “Stôres”, avó?

    – Era o hábito do 5º ano.

     – Avó!, a sua escola era só de meninas? 

     – Não! Era mistura.

     – Com rapazes na mesma aula? 

     – Esse é que era o problema; eram muito chatos!

     – Ah, ah, ah! Ainda são!

     – Bem, queridos, vamos lanchar. A avó fez uma tarte de maçã e o bolo de ananás que vocês tanto adoram!

      A avó vai ao frigorífico e serve os seus netinhos: 

     – Hugo, não sejas egoísta, também queremos comer.  – diz uma das suas netas.

     – Filipa e Helena, há para todos.

     – Avó, os bolos estão uma delícia!

75 Anos CAD Ana Pessoa, 5ºB nº2 – 1992

 A nossa querida Aluna Ana, tal como o anunciou aos 10 anos,  tornou-se uma Verdadeira Escritora

Viver e Expressar a Beleza

     

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     De Anselmo Grun, monge beneditino:

     “Aplica-se à fé o mesmo requisito que à Filosofia: a possibilidade de maravilhar-se.”  “No início da reflexão filosófica maravilhamo-nos perante o facto de que somos, em vez de não sermos; assim também no início da atitude de fé está o maravilhar-se perante a beleza do mundo e o mistério do ser humano.” (1)

    Fé – também uma atitude de confiança no que nos excede; reflexão filosófica – também uma sabedoria que amadurece na reflexão pessoal sobre a experiência vivida do que nos excede.

    Acontece o milagre altamente improvável de que sou – eu, que poderia nunca ter sido. Descobrir-se contingente, estar assim à beirinha do precipício de milhões de possíveis em que não estou incluído.

     Como dizia, em “A Rapariga das Laranjas”, a mulher da personagem principal que se desolava, à medida que o seu cancro avançava, por ter de morrer tão cedo:

  “ – Mas tu estiveste aqui. E isso é verdade para sempre. Lucky you.” (2)

    Kant deixou-se maravilhar, tanto perante o enigma irredutível de um universo imenso, constelado de estrelas incontáveis, como perante o não menos misterioso pulsar da “lei moral” na profundidade do coração humano. (3)

   Na sua obra, esta contemplação maravilhada traduziu-se numa sabedoria mais abrangente, mas não na expressão de uma fé mais profunda.

   Que silêncio permite que a criação se nos desvende como bela e a presença do ser humano nos surja como misteriosa, a ponto de nos sentirmos maravilhados?

   Que linguagem pode expressar o sentido dessa beleza e a evidência desse teor misterioso?

     Anselmo Grun fala de uma “capacidade de falar por imagens”. Essa mediação é ela mesma descrita por uma imagem. O que são as imagens? São janelas. (4)

    A Capacidade de falar por imagens é a de rasgar aberturas na nossa forma de ver o mundo conhecido; dar a ver “o que está fora”, abrir mirantes para o que só pode existir “para lá de tudo”; algo que não pode ser apenas uma finalidade a alcançar por mero alargamento das dimensões do humano; algo cujo sentido exige essa liberdade em relação ao nosso existir no mundo com os outros,  como uma transcendência autêntica.

    Falar por imagens torna-nos capazes de expressar o que é maior do que o simplesmente “novo” para nós, mas que é, antes, o “incessantemente novo” e “sempre maior”, que se torna presente à criação, pela sua beleza e ao ser humano, pelo seu mistério.

    O Autor Beneditino assegura-nos que “as imagens não prendem o mistério do ser”, por que não se reduzem a indicar objetos, não se referem a realidades objetiváveis, isto é, que possamos reduzir a “coisas”. (5)

     Esta linguagem capaz de criar imagens é, pois, também ela, a “linguagem da beleza”. É a mesma disposição para “deixar-se maravilhar” que subjaz tanto à descoberta do que nos supera, como à possibilidade de o articular na linguagem.

      Vivenciar a possibilidade deste radicalmente “para além de” e  “sempre mais” é, ao mesmo tempo, causa e resultado do espanto e do deslumbramento que suscita. Eles configuram uma disposição interior que tanto permite cumprir o trabalho da reflexão como pode inspirar a atitude de fé.

A Vida – Agenda CAD – Setembro – OE

(1) - Anselm Grun - "O que é a Religião?" pag. 24
(2) - Jostein Gaarder - "A Rapariga das Laranjas"
(3) - Emmanuel Kant - "Crítica da Razão Prática", 1788
(4) - Anselm Grun - "O que é a Religião?" pag. 24
(5) - id.

“Fazemos da Vida Algo Extraordinário”

 

Oficina de Escrita

      Podemos partir de uma evidência que tantas vezes nos passa despercebida, mas que não cessamos de redescobrir, com surpresa sempre nova, desde que aceitemos depor, por um momento, o peso do que nos preocupa ou devolver ao seu voo planado a leveza do que nos dispersa.

      Falamos da Vida, claro, e do cunho extraordinário do seu advento em nós, a pureza intocada do que nos trespassa, mas não se deixa apropriar, a improbabilidade  vertiginosa de nos acharmos nela e o milagre ousado de podermos aderir ao seu impulso para sempre mais.

        Uma graça livre, que nos pode sempre transformar, se com ela nos aventuramos pelos meandros escondidos dos instantes apenas nascidos, em que floresce o improvável do encontro e da  festa, ou em que amadurece o infinito da saudade e do sonho.

      A Vida, já de si manifestação do extraordinário, por excelência,  fonte de generosidade nas mil formas que convoca, não espera menos de nós, os Vivos, que façamos da força luminosa que nos nutre e impele, algo de extraordinário.

Agenda 22-23 – A VIDA – OE

6.2. Renovar a Política

Image by Gerd Altmann from Pixabay e Pacto Global 

     Aquilo que se entende por “Política” fica muitas vezes circunscrito apenas às várias formas de governar cada uma  – e mesmo todas as sociedades humanas, pois estamos a viver “num mundo onde a interdependência política é a regra inelutável.” (1) Mas esta  perspetiva pode revelar-se estreita, por não fazer justiça ao ser da pessoa humana nem ao ser das comunidades em que aquela apenas pode florescer.

   Em fidelidade não só ao nosso tema do ano, mas também aos autores que nos inspiram, propomos ver “a política” a partir da própra “Vida”, sendo esta o plano mais amplo e elevado, a partir do qual se podem incluir e relacionar todas as dimensões do humano, incluindo a da política, que estaria, assim, subordinada e colocada ao serviço da Vida.

   Aquela “interdependência política” em que os diferentes povos atualmente se encontram exige o reconhecimento de um plano comum onde todas as culturas se possam encontrar em diálogo recíproco. O recorte abstrato de “cidadania” a que se reduz a espessura do humano não é suficiente para este encontro vital, pois não chega a aflorar o que é mais específico quer da pessoa  quer da comunidade humana e assim mostra-se incapaz de aproximar os povos e de gerar união.

     O agir político tem de conseguir espelhar, na superfície da ágora, valores fundamentais que a determinam, desde as entranhas da Vida, tal como o valor fundamental da relação, que é constitutivo de cada cultura, na sua distinta forma de abertura às outras e que, simultaneamente a identifica como única.

     Assim, a aventura vital que demanda e  vivencia a  Paz não a concebe como um mero antídoto da guerra, mas como algo que espontaneamente brota das seivas profundas da Vida e a serve, possibilitando  a fecundidade dos diálogos; como mero efeito colateral, é ainda o dinamismo desta superabundância de sentidos novos, gerados na qualidade do encontro humano, que permite a compreensão e o controle dos fatores que podem levar à guerra.

     A própria configuração da Escola deixaria de refletir o modelo único de uma arena de treino para o combate de uma “pseudo- vida”, de modo que a Escola poderia dar a merecida prioridade à Educação sobre o ensino maioritariamente objetivável, multiplicando-se em ofertas diferenciadas e com outro alcance formador.

Pacto Global para a Educação– OE

7 – Cuidar da Casa Comum

 

Image by SUMITKUMAR SAHARE from Pixabay e Pacto Global

   Neste compromisso, o cuidado da nossa “casa comum” deverá traduzir-se, não só num estilo de vida mais sóbrio e amigo do ambiente, como ainda deverá expressar uma total renovação do projeto humano de vida, tal como o conhecemos.

     É portanto o próprio modo como o ser humano, em particular, no Ocidente, compreende atualmente a sua existência, na relação vital com os outros e o mundo, que é colocado em questão. 

     A missão que o ser humano se atribui, nesse horizonte global de interdependências, é desafiada a uma transformação radical.

      Uma “solidariedade universal” e uma “sociedade acolhedora” perfilam-se como metas finais, para uma caminhada da humanidade que não pode dispensar uma reorientação dos fins da educação, unida ao “investimento de todos os talentos”.

      Entre as “sugestões para os Educadores” destacam-se:

      •  A importância de encorajar atividades amigas do ambiente na nossa Escola;
      • Sensibilizar para as maravilhas da criação, abrindo, assim, ao coração humano, o acesso  do poder interpelante da Beleza;
      • Ampliar os espaços verdes na Escola até atingir a proporção com a dimensão real da Comunidade Educativa. 

    Cada vez mais,  pensadores de diferentes domínios, têm vindo a tornar legíveis as nervuras da urgência que a todos convoca, mesmo que,  por vezes seja apenas  obscuramente pressentida. Entre tantos autores, escolhemos alguns, acessíveis nas seguintes ligações: 

     Papa Francisco – Laudato Si 

 José Antonio Merino – “Manifesto Franciscano para um mundo melhor ” 

     Byung-Chul Han – “Não Coisas” e outros livros

Shoshana ZuboffO Capitalismo de Vigilância

Christiana Figueres and Tom Rivett Carnac “The Future we Choose”

Cerqueira Gonçalves Ofm – Em Louvor da Vida e da Morte 

Pacto Global para a Educação OE

A Caminho das JMJ – LISBOA 2023

JMJ Lisboa 2023

     As Jornadas Mundiais da Juventude são o maior encontro de Jovens, do mundo; realizam-se de 4 em 4 anos, a convite do papa JP II, desde 1986, e sempre num país de acolhimento diferente. 

     De cada vez, centenas de milhares de jovens, dos 15 aos 25 anos, convergem dos mais variados locais do mundo,  numa gigantesca peregrinação global, para viverem uma semana de encontros intensos, pontuados por celebrações com o papa, partilha de temas vitais e um convívio fraterno, onde nascem amizades genuínas e que aponta para a possibilidade de uma sociedade diferente e livre.

     Devido à pandemia de 2020, as últimas jornadas foram adiadas para o próximo verão, de 1 a 6 de Agosto e vão decorrer em Lisboa. Atendendo à dimensão deste encontro, que já chegou a reunir 2 milhões de jovens, e à  densidade do desafio latente  no tema “RISE UP“, uma longa e refletida preparação vem-se desenrolando há um ano e vai continuar até às vésperas do imenso acontecimento.

      Enquanto os símbolos das Jornadas – a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora “Salus Populi” –  percorrem todas as paróquias de Portugal, os jovens têm vindo a participar nas diversificadas ramificações do tema englobante, através de “catequeses mensais“; entretanto, o Comité de Organização Local, como uma espécie de “colmeia” em plena atividade,  já começou a acolher os milhares de pessoas que, como voluntários, vão tornar viáveis os mil e um detalhes da logística que este assombroso ajuntamento humano implica.

      Outra forma de participar no advento das JMJ Portuguesas, para além do acolhimento de jovens no nosso Colégio, consiste em darmos a viver o aliciante convite “Levanta-te”, nas atividades mais significativas do nosso quotidiano e nos momentos festivos da nossa Escola.

    As JMJ são uma poderosa expressão de vida a que não ficará alheio o aprofundamento do tema do Ano Letivo 22-23, que a nossa Agenda protagoniza.

JMJ – Lisboa 2023 – OE

6.1. – Renovar a Economia

Image by mohamed Hassan from Pixabay e Pacto Global 

          O sexto compromisso está intimamente entrelaçado com o sétimo, que trata das nossas relações com a Natureza e de uma ética ecológica, de tal modo que não é possível apresentar as implicações daquele sem desenvolver os pressupostos deste.

         São já muitos os Economistas atuais que apresentam  propostas concretas para a transformação necessária em vista de um outro modo de viver em comum e que as novas gerações pressentem. 

     Eles apontam as novas linhas de força que poderiam irmanar a Economia com os dinamismos próprios da Natureza, na “Casa Comum” que é o nosso planeta, segundo uma ética inspirada no “serviço do bem comum“.

      A Escola deve formar no espírito de um novo “pacto social”, que inspire cada cidadão a prestar serviço em favor deste “bem Comum”. 

       Entre as “Sugestões para os Educadores”, destaca-se a exortação a que a Escola promova a investigação sobre estas “ideias inovadoras e inclusivas” que exaltam o sentido do serviço à comunidade e adapte a elas os seus currículos.

    Eis algumas ligações a diversos Economistas  e breves apresentações de alguns dos seus trabalhos recentes:

         1.     Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo – “A Economia dos Pobres“, “Boa Economia para Tempos Difíceis“.

      2.   Thomas Pyketti – “Le Socialisme, Vivement” pdf (em Francês)

       3.       Gael Giraud: “A Economia que Vem“, “Compor um Mundo em Comum

        4.       Shoshana Zuboff – “O Capitalismo da Vigilância

         5.  Vários Autores –  pdf – Economia do Futuro

 Pacto Global  para a Educação – OE

5 – Abrir-se ao Acolhimento

 

 

 Pacto Global e Image by Gerd Altmann from Pixabay 

    Neste compromisso, somos convidados a atender aos mais vulneráveis e aos que são colocados à distância pelo próprio sistema de vida em que estamos integrados. 

    A globalização crescente do mundo tem implicado um alargamento das diversas desigualdades entre os diferentes povos da Terra e entre grupos sociais dentro de cada povo, como se pode  verificar abaixo:

    Estatísticas do Relatório Mundial 2022 sobre a Desigualdade

    Desigualdade de Riqueza – 10% da população possui 75% da riqueza. 50% da população possui 2%. A Europa é a região do mundo mais igualitária. 5 países do Norte da Europa são os  mais comprometidos no combate pela desigualdade. Também Cascais tem as suas linhas da frente: Objetivo 10

    Cultura/Educação – A UNESCO indicou como um “bom exemplo a seguir” os projetos inclusivos para alunos com dificuldades desenvolvidos em Portugal, onde 97,5% das crianças e jovens com deficiência frequentam a escola. 

    Quem são os nossos “semi-cidadãos”, quem são as nossas “sobras urbanas” de que fala o Pacto?

   O Relatório Social de Cascais, pode dar-nos uma ideia em termos gerais. Contudo, estas questões devem ser respondidas também por cada um de nós, olhando à nossa volta, para os que nos são próximos mas talvez nos passem desapercebidos. 

     O Pacto Educativo coloca como prioridade a inclusão dos vulneráveis, a dedicação ativa aos que “ficaram de lado”, sejam eles economicamente frágeis, estejam psicologicamente magoados, ou se  sintam culturalmente empobrecidos.

     A comunidade humana só estará completa quando todas estas carências forem atendidas.

     É aqui que a educação inclusiva encontra o seu merecido lugar central, levando cada membro da comunidade a sair ao encontro do mais frágil e a trazê-lo para o coração do agir educativo.

     Entre as “Sugestões para os Educadores” destacam-se:

        •  Sensibilizar para a riqueza das diferenças entre culturas e entre religiões.
        •  Convidar e integrar Alunos e outras pessoas de países diferentes na nossa Escola.
        •  Participar em programas de cooperação internacional para um mundo mais fraterno, tais como: 

    1.     Movimento Mundial da Bondade

   2.    SGD  Global Compact Network Portugal

  3.   UNESCO – Futuros da Educação

         4.  ODS – Juventude pela Paz

 

Com o Pacto Global para a Educação – OE

4 – Família em Responsabilidade

 

    Image by Gerd Altmann from Pixabay  e Global Compact

     O quarto compromisso conduz-nos ao santuário dos nossos próprios lares, onde só têm entrada a Família, os Amigos e as pessoas que merecem a nossa confiança. 

       A Família surge, aqui, em destaque pelo seu papel central no processo educativo; aos Pais cabe a primeira e mais subtil transmissão dos valores orientadores, pois é com a própria vida que falam ao coração dos filhos.

         A Sociedade repousa inteiramente sobre esta célula inteligente: fonte de vida nova, modeladora de caráter, feixe de relações primordiais, com destaque ainda para a Família Cristã, onde os filhos captam, por vivência imediata, o sentido do divino e a possibilidade infinita do Seu Dom.

    Entre as “Sugestões para os Educadores”, destacam-se:

        • A colaboração ativa das Famílias nas atividades mais significativas da Comunidade Educativa;
        • A participação dos Pais em órgãos consultivos e executivos da Escola, de modo a acompanhar mais concretamente a caminhada educativa de seus filhos;
        • Encorajamento da formação e autoformação dos Pais.

 

   Com o Pacto Global para a Educação – OE

3 – O Feminino na Linha da Frente

 

Global Compact e Image by Alexa from Pixabay 

    O Terceiro compromisso pede-nos para favorecer a participação plena das meninas e das jovens na educação.

   Sabemos que a promoção do acesso da Mulher à Educação foi uma das frentes de batalha que inspirou o P. Usera a fundar a Congregação das Irmãs do Amor de Deus,  mas podemos pensar que a urgência desta adesão estaria, atualmente superada.

   De acordo com as estatísticas globais do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, existem ainda cerca de 800 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever e dois terços são, precisamente, mulheres.

   Um quinto das meninas, em todo o mundo, não vai à escola. 31 milhões de meninas não frequentam a escola primária. Nos 10 países de África menos escolarizados, a percentagem de meninas e jovens que não têm escola vai de 95% na Somália a 52% na Costa do Marfim.

    Na Europa, pelo contrário, a percentagem de meninas,  jovens e mulheres adultas que recebem educação formal, já é superior ao número de meninos jovens e homens adultos; e esta tendência continua a aumentar;  contudo 44% das mulheres sofrem ou sofreram violência psicológica. Portanto, ainda há um longo caminho a percorrer.

  As Metas Globais para 2030 dão-nos algumas sugestões para implementar a Meta 5 –  “Alcançar a igualdade de Género e empoderar as meninas, as jovens e as mulheres”- que podemos aplicar no quotidiano da nossa Escola e da nossa Casa: 

      •      Conhecer e inspirar-se em modelos femininos de liderança e qualidade ética de vida.
      • Partilhar as tarefas domésticas, em casa, entre todos os membros da Família.
      • Implementar o uso de tecnologias de informação e de comunicação por meninas, jovens e mulheres.
      • Doar a Associações que apoiam a Mulher, tais como: 

         As Comunidades Criativas de Cascais – (para um pleno emprego)

          Projeto Bebé ao Colo – AJU (para uma maternidade consciente)

           Espaço V – (Proteção contra a violência doméstica)

        • Manter-se informado sobre novas iniciativas a nível global e local.

         Com o Pacto Global para a Educação – OE

Ali, O Meu Cão

Image by Ray Shrewsberry • from Pixabay 

     O meu cão chama-se Ali, é Espanhol, um Border Collie; tem porte médio, um focinho comprido e 3 cores: branco, preto e castanho; o pêlo é muito fofinho e ainda é mais fofinho quando o pêlo seca depois de ele ir à barragem.

     O Ali tem uns olhos castanhos que são do mesmo tom dos meus olhos. O seu olhar é muito engraçado e, quando tem sono, parece que está doente.

     Quando fui almoçar a Espanha, entramos num Carrefour e, numa loja de animais de estimação, vi o cão. Gostei tanto dele que pedi muito aos meus pais se podia ficar com ele. Disseram que só se os meus avós deixassem. E deixaram! Paguei com o meu dinheiro, ainda por cima. Tinha 3 meses!

      Gosto de atirar o pau para a barragem: ele vai a nado buscar; admiro ele saltar muito: uma vez deu um salto e foi logo para cima de uma mesa; é muito brincalhão e muito esperto: quando estou a limpar a relva do jardim do meu tio, ele tra a bola para eu atirar.

    Só come duas canecas de ração por dia e, de vez em quando, uma latinha de carne. 

    Os cães existem para dar apoio quando os seres humanos estão em baixo.

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2 – Escutar as Vozes Juvenis

Image by Natalia Ovcharenko from Pixabay Global Compact

     Partindo da posição central da Pessoa do aluno,o 2º Compromisso vai desenvolver-se em 3 etapas, com vista a construir em conjunto um conhecimento que esteja ao serviço de um futuro pacífico e de uma vida digna para todos.

        A 1ª Etapa é a base das outras duas e decorre mediante a Escuta Ativa das vozes juvenis.

     O alicerce do Projeto Educativo vai ser, assim, constituído pela descoberta das interrogações mais fundas, as carências sofridas, os talentos escondidos, os sonhos de futuro e os ideais juvenis.

     A 2ª Etapa apoia-se na 1ª e consiste na identificação dos valores que nos guiam, mediante partilhas de modos de viver, em que os Adultos transmitem as sementes de reflexão que germinaram nas suas experiências de vida.

     Finalmente, pode ter início a construção comum do conhecimento, a qual envolve todos os elementos da Comunidade Educativa, e onde os valores orientadores podem ser apreendidos e livremente eleitos pelos mais Jovens.

       Entre as “Sugestões para os Educadores”, destaca-se a presença e colaboração ativa dos representantes dos Alunos – Delegados de Turma, Associação de Estudantes e/ou Outros – em momentos-chave de reunião dos Órgãos Consultivos e Executivos da Escola.

Com o Pacto Global para a Educação – OE

Um ET no Jardim USERA

 

     

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     Era um dia de céu limpo, em que eu estava num jardim chamado Jardim Usera.

     Enquanto nós tentávamos concentrar-nos para escrever, uma minúscula mão apareceu por trás de um arbusto e roubou-nos um lápis.

     Então persegui-o a correr sem parar, quase não respirava, mas consegui agarrá-lo pela mão. Parecia um menino. A seguir perguntei-lhe: 

     – Porque me tiraste o lápis?

     E ele disse:

     – Porque precisava dele para escrever uma história para a minha Psicóloga.

    Tinha a estatura de uma criança, era cinzento e parecia pintado de várias cores. Tinha olhos verdes, o nariz achatado, tinha antenas amarelas e seis braços.

     Cada mão tinha uma cor brilhante e um poder diferente: tinha o poder da Natureza, da Água, do Tempo. Cada vez que ele chora, as nuvens fazem chover, e quando está feliz, vem o Sol. Tinha também o poder de mudar para todas as infinitas formas do Universo.

(Continua)

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