Os cortinados erguiam-se à passagem de um vento feroz que se infiltrava pelas frinchas das janelas antigas e despedaçadas. Agora, as rajadas mais fortes arrancavam os quadros das paredes quebrando-os em mil cacos no chão de pedra gasta. Depois, correntes de ar desencontradas redemoinhavam no patamar e a íngreme escada para o piso superior rangia, rangia…
Entretanto, lá fora, raios ameaçadores incendiavam árvores despidas, enquanto os relâmpagos mais afastados clareavam o céu negro. Logo, bátegas de chuva provocavam um ruído que ensurdecia e até o lago se tornara sombrio e parecia não ter fundo…
Toda a noite a ventania continuava e provocava uma ligeira mas assustadora ondulação que contribuía com humidade, frio e nevoeiro.
O nevoeiro movia-se, perseguido por toda a tenebrosa tempestade que parecia envolver o Castelo num ambiente de terror.
Composição escolhida para texto do Teste Final.
Marta Gomes, – 6ºB – Junho de 1993