O Tempo e a Felicidade

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     A Felicidade dá-nos oportunidades na vida. Torna-nos capazes de vivermos mais.

    Quando estamos felizes, acho que o tempo diminui e fazemos muita coisa nesse tempo pequenino. Quando estou feliz, nesses 10 minutos, parece que são 30 minutos.  Houve uma situação em que eu estava à espera de uma coisa, com um  amigo, muito ansiosos e felizes. Perguntei quanto tempo faltava para ir ao restaurante. O meu Pai disse que faltavam 10. Passou um minuto: pareciam 30!

      Quando vou de férias,  fico sempre feliz, porque ficamos lá mais tempo. Visitei Budapeste, nos dias vinte a vinte e quatro, mas pareceu-me duas semanas!

  Admiro, no meu Pai, a primeira qualidade que é ser muito engraçado e ser boa pessoa. A segunda qualidade é como ajuda as outras pessoas a serem melhores.

  A Felicidade é o que sentimos pela outra pessoa. Quando estamos com os Amigos e Familiares de que nós mais gostamos é que nos sentimos felizes.

Conversas na Oficina MA5C

Que diz uma Ontologia da Manifestação?

Oficina de escrita.org      

      No contexto de uma Metafísica da Manifestação, e seguindo o pensamento do prof. Cerqueira Gonçalves e do seu intérprete prof Samuel Dimas, as noções chave de uma Ontologia cristã, seriam:  a Criação, a Incarnação e a Eucaristia (esta incluiria a redenção e a escatologia, mas em si mesma, iria muito além delas). 

     Assim, a noção de redenção teria um lugar secundário, dado que a necessidade de redenção releva de um problema e de uma consequente necessidade desencadeados pelo homem, mediante o exercício da sua vontade livre.  A fonte última dessa necessidade de redenção reside num acontecimento contingente e histórico. Poderia, simplesmente, não ter acontecido.

   Esta perspetiva releva de uma Ontologia da Manifestação, que rejeita todo o dualismo de base que pudesse atribuir ao mal a dignidade e a consistência de um princípio metafísico. Bem pelo contrário, na Ontologia da Criação, toda a realidade é dom gratuito, e o homem descobre-se diante do ser numa atitude de gratidão e de admiração.

     Ao contrário do que foi acima exposto, as metafísicas dualistas colocam no centro da sua visão do real a noção de uma “queda” ou de uma “falta primordial” que reclamaria uma “redenção” a atingir por meio de um “saber” e de uma “prática” reservados muitas vezes a uma elite privilegiada.

    Trata-se de uma tradição gnóstica, muito disseminada e mesmo escondida nas raízes de todo o pensamento ocidental ao longo das diversas épocas da nossa história humana. Esta forma de pensamento insiste no dualismo dos princípios metafísicos – um para o bem e outro para o mal – e, assim, considera a noção de redenção como sendo central e essencial.

    Esse dualismo gnóstico, que atravessa as eras do pensamento e que se tornou um traço específico da nossa filosofia ocidental, penetrou profundamente no próprio cristianismo. E fá-lo, precisamente, ao subordinar as noções de “Criação”, de “Incarnação” e de “Eucaristia” à noção de “Redenção”: este maniqueísmo dualista não hesita em instrumentalizar a noção de uma “Transcendência Viva” em favor das necessidades do ser humano.

Apontamento de Leituras de C. Gonçalves ofm e S. Dimas – OE

Pacto para uma Nova Economia – Assis – 2022

 

The Economy of Francesco

     Nós, jovens economistas, empreendedores e indutores de mudança, convocados para Assis, de todas as partes do mundo, conscientes da responsabilidade que pende sobre a nossa geração, comprometemo-nos hoje, individual e coletivamente, a empenhar as nossas vidas de modo a que a economia de hoje e de amanhã se torne uma economia do Evangelho, e portanto:

        • Uma Economia de Paz e não de guerra,

Uma economia que se opõe à proliferação de armas, especialmente das mais destrutivas, uma economia que cuida da criação e não a utiliza mal.

      • Uma economia ao serviço da pessoa humana, da família e da vida, respeitadora de cada mulher, homem e criança, dos idosos e especialmente dos mais frágeis e vulneráveis.
      • Uma economia onde o cuidado substitua a rejeição e a indiferença.
      • Uma economia que não deixe ninguém para trás, de modo a construir uma sociedade na qual as pedras rejeitadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares.
      • Uma economia que reconheça e proteja o trabalho seguro e digno para todos.
      • Uma economia onde a finança é um amigo e um aliado da economia real e do trabalho real e não contra eles.
      • Uma economia que valoriza e salvaguarda as culturas e tradições de povos, todas as coisas vivas e os recursos naturais da Terra. 
      • Uma economia que combate a pobreza em todas as suas formas, reduz a desigualdade e sabe como dizer com Jesus e Francisco, “Felizes os pobres”.
      • Uma economia guiada por uma ética da pessoa humana e aberta à transcendência;
      • Uma economia que crie riqueza para todos, que engendre alegria e não apenas bens, porque a felicidade que não se partilha permanece incompleta;

     Acreditamos nesta economia. Não é uma utopia, porque já estamos a construi-la. E alguns de nós, em manhãs especialmente luminosas, já tivemos um vislumbre do início da terra prometida.

Assis, 24 de Setembro, 2022

Os Economistas, Empreendedores, Indutores de Mudança,

Estudantes e Trabalhadores.

Pacto Global para a Educação 6 – Pacto para uma Nova Economia

(Tradução Livre – OE)

À Conquista de uma Língua – II

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          O exame parecia ser realmente duro, mas eu tinha de ser ainda mais duro, para permanecer um candidato com mérito no Centro de Línguas. Comecei as aulas como um iniciado, visto ter falhado redondamente no exame de entrada. Dei o meu melhor, só me ofereceram 5 meses para dominar o Inglês, tanto falado como escrito.

    Inglês tem uma estrutura muito diferente da língua Portuguesa, que é a minha língua oficial. Assim, tive de “reiniciar” a minha memória, a fim de criar espaço para a nova estrutura do Inglês.

   O primeiro mês foi um inferno. De facto, a certa altura, senti vontade de desistir e voltar para o meu país. O fator motivante foi estar em discernimento para ser um missionário da Consolata, e ter consciência de que, a certa altura, seria obrigatório aprender uma nova língua.
 Portanto, eu tinha de a aprender a bem ou “à lei da bala”.

  No segundo mês, comecei a agarrar as estruturas básicas e consegui expressar-me e falar um pouco de Inglês com fluência. Isto deu-me um forte desejo de continuar a esforçar-me mais e a pesquisar vocabulário para enriquecer a minha gramática.

   Fiz isto dia e noite, e agora já não tinha receio de comunicar com os meus confrades, independentemente da fragilidade da minha expressão oral. Eles riam-se da estrutura pobre das minhas frases, mas também me corrigiam e me guiavam muito bem.

    Certamente serei para sempre devedor aos muitos amigos que
estiveram a meu lado nesta jornada da língua, bem como aos meus
professores – Que Deus vos abençoe sempre…!

   Dizem que o homem mais forte é o que enfrenta o desafio em vez
de fugir. Apesar de todos os desafios mencionados, consegui aprenderInglês e agora até consegui fazer uma licenciatura em Filosofia, totalmente em Inglês.

     Tento, dia após dia, aperfeiçoar o meu Inglês. Também estou a
tentar aprender Kiswahili, o que me ajudará no trabalho pastoral com os Cristãos.

Deus abençoe o Quénia e o seu Grande Povo!!!

Marciano Abam Na Salu,

Noviço no Seminário da Consolata em Nairobi, Kenya

À Conquista de uma Língua – I

Image by Vicki Hamilton from Pixabay      

    Sou Marciano Abam Na Salu da Guiné-Bissau. Sou um seminarista da Consolata, que aspira vir a ser Sacerdote num futuro próximo, pela vontade de Deus.
     Estou no Quénia há cerca de quatros anos. Devo confessar que
aprendi muitas coisas da cultura Queniana e do seu povo fantástico.
     Quando vim para o Quénia, estava completamente verde em Inglês, por isso, comunicar e interagir com os outros foi uma tarefa íngreme.
   Como diz Martin Heidegger, “a linguagem é a casa do ser”. O homem não pode relacionar-se com o outro sem o conhecimento da da sua língua.
    O modo como o ser humano pensa, o modo como ele ou ela se
comporta é fortemente determinado pela sua cultura e, especificamente, pela sua língua.
     A linguagem humana é convencional e usa signos e símbolos que
devem ser aprendidos. Assim, a língua é especificamente um assunto humano!
     O meu principal objetivo, ao estudar a língua Inglesa, foi ajudar-me na minha jornada filosófica, dado que aspiro a ser um Sacerdote da Consolata.
      Tenho de deixar claro que, no Centro de Línguas, as coisas não
foram propriamente um passeio. A minha primeira experiência, num país estrangeiro, com uma língua completamente diferente da minha, foi uma verdadeira lição de estar em terra alheia.
      As únicas possibilidades viáveis ao meu alcance eram ou ajustar-me e aprender Inglês, ou voltar para o meu país como um perdedor.
   Lembro-me muito bem do meu primeiro dia no Centro de Línguas.
Fui acolhido com um exame, feito pela professora Lucy Kavivi, a fim de determinar que nível era suposto eu integrar.
     O exame parecia ser realmente duro, mas eu tinha de ser ainda
mais duro, para permanecer um candidato com mérito no Centro de
Línguas.

(Continua)

Marciano Abam Na Salu,

Noviço no Seminário da Consolata em Nairobi, Kenya

A Nossa Rainha de Inglaterra

Eleanor Tomlinson

    A Rainha de Inglaterra, sobretudo para os mais velhos, faz parte da nossa história e até da nossa vida, uma vez que nos acompanhou, praticamente desde sempre – foi coroada em 1953, aos 27 anos e que ocupa um lugar de admiração e afeto no coração de incontáveis pessoas, superando em muito as fronteiras do seu país e da comunidade alargada de países irmãos

    Em que consiste a atração, ao mesmo tempo suave e poderosa, que nos torna próxima e grata a sua pessoa? 

    Certamente no próprio cargo de rainha, que desempenhou durante 70 anos – o mais longo reinado de um monarca na Europa –  e que vem aureolado do brilho misterioso de um mundo antigo que lança raízes profundas na história e opera como um talismã.

    Mesmo na ausência das funções de governação, o exercício da realeza coroando o edifício de uma sociedade bem organizada remete-nos tanto para  tempos épicos, que a nossa imaginação preenche com feitos heróicos, como para a lealdade aos valores de que aquelas ações corajosas davam testemunho.

   A pessoa da Rainha vai deixar-se conhecer no jogo entre duas instâncias saturadas de emoção: é a riqueza da sua própria personalidade  que vai dar vida a essa função suprema mediante um empenho total; rodeada por uma aura de ser inacessível, terá de guiar-se pela exigência ética da conduta exemplar que se espera daqueles que são coroados em nome de um ideal de humanidade.

     Dos seus discursos mais conhecidos escolhemos aqui algumas  palavras, que a vida se prontificou a validar como autênticas, e que, por isso, continuam hoje a tocar os seus destinatários, que se vão multiplicando ao longo do tempo e que vão formando a multidão daqueles que a amam.

21 anos – 1947

   “Declaro diante de todos vós que a minha vida inteira, seja longa ou breve, será dedicada ao vosso serviço e ao serviço da nossa grande família imperial a que pertenço.”

27 anos – Coroação – 1953

    “Agora que este dia chega ao fim, sei que a minha memória dele não será apenas a da solenidade e da beleza da cerimónia, mas a inspiração da vossa lealdade e afeto. Agradeço-vos com um coração transbordante.”

   31 anos – 1º discurso de Natal – 1957

   “Não posso conduzir-vos numa batalha, não faço leis nem administro a justiça, mas posso fazer outra coisa. Posso oferecer o meu coração  e a minha dedicação total a estas antigas ilhas e a todos os povos da nossa fraternidade de nações.”

66 anos – 1992 – “O Ano Horrível”

     “A Crítica é boa para as pessoas e as instituições que fazem parte da vida pública. Nenhuma instituição deveria esperar ficar livre do escrutínio daqueles que lhe oferecem a sua lealdade e o seu apoio […] Mas todos nós somos feitos com o mesmo tecido da nossa sociedade nacional, de modo que a eficácia desse escrutínio depende de ele ser feito com um toque de gentileza, bom humor e compreensão.”

Fevereiro de 2022 – Jubileu dos 70 anos de Rainha – 96 anos

    “Continuo a ser inspirada pela boa vontade que me demonstram. Espero que os próximos dias tragam a oportunidade de refletir sobre tudo o que foi realizado durante os últimos 70 anos, à medida que olhamos para o futuro com confiança e entusiasmo.”

Extraído de  Washington Post ,em tradução livre

    A figura feminina no lugar da realeza também não deixa de evocar vivências da nossa própria infância, onde as histórias de princesas vinham encantar a hora de adormecer.

          Assim, a Rainha também pertence um pouco ao domínio das lendas infantis, nesse à vontade desconcertante e misterioso com que as crianças lidam com o sublime e o sobrenatural.

      É por demais conhecido o humor subtil e espontâneo da Rainha, que transformou tantas ocasiões eventualmente triviais ou embaraçosas em momentos de delicioso divertimento. É neste contexto que se integra a história da sua amizade com o ursinho Paddington. Dela deixamos aqui, como recordação, o inefável encontro da Rainha com a sua personagem amiga, na ocasião convidada para tomar um chá, com sua Majestade, no palácio de Buckingham.

A Vida Exemplos que Iluminam – Agenda 22-23 – OE