“A Nossa Forma de Amar”

   

cadescrita – cad

     O próximo Ano Letivo vai decorrer, todo ele, tanto sob o signo da festiva Celebração dos 50 anos do nosso Colégio, como na redescoberta dos horizontes de um “Olhar” que deseja ver melhor e, sobretudo, mais longe.

     Conciliam-se naturalmente os dois desafios de Vida, pois não só o ato de celebrar torna visíveis riquezas ocultas no real quotidiano, como também a visão criativa de um olhar inovador se articula, naquele desvendamento, com a exultação inesgotável que o percorre.

     O Presente, assim transformado num abrigo acolhedor para um Passado confiante, volta-se, com ele, para a formidável perspetiva de um Futuro repleto de vida, onde germina uma sementeira de surpresas que, no percurso da história comum, irão surgindo, no rasto, sempre fecundo, do Carisma original.

     Esta passagem festiva virá, certamente, balizar, com a viva nota do seu entusiasmo, o intinerário promissor do novo Ano Letivo, a que o tesouro das Jornadas da Juventude pode e deve imprimir o seu ímpeto para ir mais adiante e mais alto, que constitui, também, o seu impulso divino.

    Se “Educar é a nossa forma de Amar”, a nossa ação não está destinada a esgotar-se, mas antes a recriar-se, a cada nova geração, com toda a Comunidade Educativa, que cresce no tempo e se vai configurando, nesse imenso viveiro humano, onde Alunos, Irmãs, Assistentes e Docentes vão passando uns aos outros, na aventura de um Amor irrepetível, a chama original do Fundador.

Com a Comunidade do CAD Partilha de Inspirações OE

O “ir” da Vida

   

Gentileza de Bing IA da Microsoft

   A vida, sempre frágil, mas incansável no seu ritmo peregrino, aventura-se em passagens inviáveis, onde há fendas abertas no teto e vertigens de abismo no chão, por onde, num instante,  cintila e volta a esconder-se, o brilho inapreensível daquilo que a cativa.

    O que ela busca, mais que uma firmeza protetora, é celebrar o próprio excesso que a define, acompanhar o impulso de alegria que é o guia certeiro nos caminhos inauditos por onde se atreve.

    A vida adensa-se no mesmo movimento em que se derrama e esquece, amplia-se quando se escorre em fonte, o seu rosto secreto conserva a forma dessas fugas noturnas de que sempre volta renovada, grávida de infinito.

 Tema 2023: A Vida – Partilha de inspirações OE

Natureza – Mensagem do Poente

Cadescrita

     Natureza é nossa “Mãe”, um habitat imprescindível para milhões de vidas e que também as inclui como suas; uma imensa fraternidade de seres vivos sobre uma única terra e sob um único céu.

    O Poente fala ao coração humano de gratidão e de um novo alento para o dia seguinte. Ele é, ao mesmo tempo, um fim e uma promessa.

    O Poente, ao mesmo tempo que avisa o fim dos trabalhos do dia e, por isso, nos apazigua, também leva consigo para lá do horizonte, a doçura ou a aspereza do que foi vivido, inspirando assim a saudade incurável de um Futuro pleno.

Pequenas Lembranças – com FV5C – Partilha de Inspirações – OE

O Tesouro da Música

B. Rainha 11º4 – CAD

     A Música é uma linguagem próxima da Matemática, embora pertença ao mistério das artes criativas, mas não pode refletir sobre si mesma sem recorrer à linguagem verbal.

     Isto acontece com todas as outras artes, exceto a Literatura, que é a Rainha entre os seus pares. 

    Mas o que é específico da música? Emoções transfiguradas em sons, talvez também ideias?

     Uma forma única de expressarmos o que podemos sentir na experiência de uma melodia? Como é que a música serve a nossa permanente busca e modelagem de significado?

     A música interpreta  texturas do vivido que as palavras não alcançam, mas faz vibrar cordas ocultas no mais profundo do ser. E aí desperta palavras que, sem a música, não se teriam libertado. 

Com GS6A – Partilha de Inspirações – OE

As Palavras Cintilam

   Image by WikiImages from Pixabay

    Voltar é reconhecer o caminho e recordar a Aventura da partida.

   Voltar é reconhecer-se grato; e recordar – trazer de volta ao coração – é  retomar o fôlego da Aventura interminável. 

   A úlitma Aventura: a que já não se avista daqui, mas se adivinha no fugidio brilho das palavras.

   As palavras cintilam, como as estrelas.

  Como os olhos das crianças, as palavras – deslumbrantes – perseguem-nos, orientam-nos.

   Estrelas-Guia, as palavras rodopiam no céu noturno do coração e seduzem-nos a dobrar o mais longínquo. 

     As palavras abrem espaço que não havia antes, para respirarmos o desafio que sopra do infinito e se aninha no estreito abrigo vazio que é o amor de escrever.

Com IF9D – Partilha de Inspirações – OE 

O Espelho do Dia

Image by Truong Trinh from Pixabay

     As Tarefas desdobram-se no Dia invisível e ele ganha uma forma única; não só se reveste delas como de um manto colorido, mas também as imprime em si mesmo, como um perfume, transforma-as numa memória pura do que nós vivemos plenamente.

    O Dia chega, transparente, como uma tela em branco, com o Sol nascente ao fundo envolto no hino que entoa uma coroa de nuvens inspirando as iniciativas dos seres mortais. 

   Puxamos um qualquer fio dos possíveis e logo saltam as ideias vivas para o espelho onde o Dia se remira e os seres mortais se maravilham. 

Com DB5A e MP5A, Partilha de Inspirações – OE

Ir Devagar para Chegar Depressa – I

   

Author: Lothar J Seiwert

   “Como Chegar Depressa indo Devagar” de Lothar J Seiwert é uma maravilhosa reflexão sobre o modo como  a nossa vida pode ser articulada em torno de certas áreas essenciais, com o fim de a levar a atingir a harmonia dinâmica em que pode revelar todo o seu potencial de sentido.

    De acordo com a orientação do livro “Como chegar depressa, Indo Devagar”  não se deve considerar inútil escrever explicitamente as intenções que perseguimos a curto e a longo prazo, bem como as tentativas de ação que vamos forjando. Este esforço ritmado, que dilucida a caótica riqueza do quotidiano, vai abrindo o acesso a uma outra forma de escandir o tempo.

   Em relação ao trabalho, muitos dos nossos alunos se dedicam na sua execução, sentem-se responsáveis pelas tarefas atribuídas, desejam evoluir na qualidade do seu desempenho, de onde a importância que reconhecem a esta área da sua vida.

  Mas, na surpresa do Dia que nos invade, levanta e arrasta como uma imensa onda suave, é preciso que se abra uma clareira  de vida, protegida e gratuita, para depois da Escola.

   A todos os Alunos assiste o direito de aceder a uma determinada cultura  – não a uma coleção de saberes avulsos repetíveis ad nauseam –  mas sim àquela cultura que permite à pessoa humana exercer a nobreza e a urgência do seu poder interrogante face a si própria, aos outros, ao mundo e à totalidade do real.

   Encontramos, neste livro cativante, o convite e as sugestões concretas para uma escrita que reflete e sonda as pistas de uma orientação unificadora para a vida de cada um.

   Ao reconhecer-se o fio de ouro que perpassa através da aparência múltipla e desencontrada, é a própria pessoa, no seu íntimo, que  finalmente se distende e repousa.

   É aí que os Alunos descobrem o que trazem de único para dizer e com  as suas próprias, insubstituíveis palavras

Com Lothar J Seiwert  partilha de inspirações – OE

Com Teach Write em Outubro 2020, Dia 4

Francisco, o Amigo Incomum

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    Entramos na celebração do “Trânsito de Francisco”, precisamente na véspera da sua Festa na Igreja Universal.

   Chega-nos de há mais de 12 séculos o eco musical dos seus poemas, que não só escreveu mas agiu, que não só cantou mas transformou em amor prático, em vida desprovida de si e partilhada até ao infinito.

     De onde nos chega esta frescura de Presença envolvente, que inspira a prontidão para aceitar um sonho inesperado?

   De onde sopra este vento de Alegria que nos empurra para  trocar, quase de repente, o familiar abrigo, por uma caminhada incerta e encantada na nostalgia de um futuro outro?

    Francisco, o Amigo incomum, que, à distância de séculos, pertence a todos os tempos, continua a cativá-los na sua ternura, a comprometê-los  na sua pobreza, a fecundá-los no  inaudito anúncio como “Arauto” que é  “do Grande Rei”.

Com Teach Write em Outubro 20

Partilha de Inspirações – OE – Dia 3

 

“A Terra é Tua…” – “Um Respeito Amoroso e Humilde”

love the earthImage by Mystic Art Design from Pixabay 

     “… Esta comunhão sublime inspira-nos um respeito sagrado, amoroso e humilde…”

     Esta citação do texto “Laudato Si” encontra um eco vivo na sensibilidade das novas gerações; na verdade, elas estão “aparelhadas” para fazer desabrochar os infinitos possíveis capazes de elevar a vida de todos a “um máximo expoente de sentido”.

       A nossa aventura humana encontra um caminho amplo quando se deixa orientar pelo sentido desta  “comunhão sublime” entre tudo o que existe, na qual somos abrigados como em berço real e na qual cada um recebe a missão de levar tudo o que existe o mais longe que conseguir.

     Tudo e todos nos pertencem, desde a origem até ao fim dos tempos; assim como nós nos devemos a esta totalidade misteriosa e viva que conta connosco, nos impulsiona para diante, nos desafia secretamente e entrega a cada um o cuidado de todos.

       Tal é a nossa Terra livre, a nossa Casa aberta.

Com Teach Write – Partilha de Inspirações – OE

Progresso, não Perfeição

Progress not PerfectionImage by DarkmoonArt_de from Pixabay 

      Vive em nós um impulso espontâneo para “o mais perfeito”; ele  sempre espreita os projetos emergentes, ronda as esquinas das tomadas de decisão, chega mesmo a infiltrar-se na atmosfera dos sonhos  mais ingénuos.

   Contraria-mo-lo buscando simplesmente progredir, a cada pequeno passo das nossas determinações. A cintilação irresistível do perfeito deixa de exercer o seu poder hipnótico logo após os primeiros passos hesitantes em que se expressa a nossa opção pela aventura de progredir.  

        Uma expedição noturna, onde o mapa se desenha à medida em que se avança, a descoberta humilde do incerto e do inaudito: assim é o serpentear da escrita, tateando o movimento esquivo e grácil das palavras, aspirando a sua liberdade viva…

Com Teach Write Partilha de Inspirações – OE

Em Viagem

 veleiros no mar

Pixabay License   Image parDenis Azarenko de Pixabay

   Em Viagem…

  Somos nós próprios – o sonho antigo, a intuição profunda, os traços de um rosto interior – tecidos com o mesmo fio que a naveta traz e leva na urdidura das Viagens?

   Que há em nós tão familiar do que é longínquo que lhe pressente o acenar com insistência, sabendo que nos atrai?

  Quem não percorreu as arestas do distante com os dedos adivinhos de um desejo ainda sem nome?

   Quem não palmilhou, com o olhar caminhante, a vastidão do céu imóvel, quando o dia cumprido se resume numa linha ardente?

   Podemos nomear o rumo que traçamos? Como se torna legível a rota que escolhemos?

   Ao nosso lado, o marulhar da vida contra os flancos dos pequenos veleiros dos Amigos…

    Rápidos, sulcamos o azul puro: vamos juntos.

    A toda a nossa volta, o Infinito.

Visita a 6A e 6C – Partilha de Inspirações – OE

O Amante do Oceano Esplendoroso

ondas em rebentaçãoPixaBay PixaBay License

(Dedicado a PC7B)

     À beira de um Oceano esplendoroso é que o sonho se distendia nele, abria-lhe o coração até ao infinito e e mergulhava-o na fonte da Alegria.

     Não lhe faltavam amigos, mesmo sendo pobre e vivendo ao acaso pelas praias.

     Tinham chegado a considerá-lo “o animal mais fofo do mundo” devido à sua aparência ternurenta e um pouco sonhadora, o longo pelo cinzento sempre limpo, pois mergulhava entre as ondas a  cada 5 minutos, na sua paixão impaciente por nadar.

      Colecionava sandes que os turistas partilhavam generosamente, cativados pelo seu jeito meigo de se aproximar. Alimentava-se assim, do acaso, ora de largas folhas de alface, rodelas de tomate entremeadas com bocadinhos de atum, ora deliciava-se com um cachinho de uvas e pão escuroo recheado de chouriço. 

     Durante o dia recolhia pedacinhos de plástico e papéis amarrotados que encontrava na areia e ia levá-los ao Nadador-Salvador que se tinha tornado um grande amigo.

    Ao anoitecer, aninhava-se entre as rochas, embrulhado numa mantinha de retalhos e ficava a trocar piscadelas com as estrelas cintilantes no infinito.

                Com BF6A, CR6A e LP6C – Inspirações para Escrever OE

A Menina que Adorava Escrever

menina no jardim que caminha para uma árvore

     Pixabay Pixabay License

    Ela era ainda muito pequenina, mas tinha quase a certeza que ia ser escritora. 

     Assim que aprendeu a juntar as letras, desatou a garatujar os cadernos azuis que a irmã mais velha lhe fazia, amarrando folhas brancas, onde abria uns buraquinhos redondos.

     As capas eram o que ela mais apreciava: eram de um cartão azul-clarinho, com uma textura rugosa, que ela acariciava por um momento sempre que ia escrever.

     Às vezes, as histórias saltavam-lhe da mente com tanta rapidez que mal as conseguia apanhar com a ponta da caneta.

     Seguia o rasto esfuziante da sua imaginação com um esforço heróico dos seus dedos pequeninos, agarrando a caneta ao de leve para rabiscar mais rápido. 

     Em vão: saltitantes, com pequenas gargalhadas atrevidas, as histórias recém concebidas escapavam-se no vazio da sua própria fantasia.

     Outras vezes, a menina ficava muito tempo a pensar no que poderia escrever: sentada na mesa do seu quarto, olhava pela janela e perdia-se a contemplar a suavidade da luz que inundava o jardim.

     Apreciava o tronco da sua árvore favorita, a mais antiga, cujo nome o avô pronunciava devagarinho, em Latim, quando passeavam de mão dada, ao escurecer, antes da Mãe os chamar para jantar.

     Nesses momentos, a Menina que adorava escrever expressava muito pouco em palavras a misteriosa densidade da vida que os seus sentidos abertos captavam.

     Com efeito, o acontecimento tão simples de saborear a Natureza viva, ao fim do dia, na companhia carinhosa do Avô, revelava-se à pureza da sua infância como uma nascente de sentido sempre novo.

     E a Menina que adorava escrever pressentia, como quem ouve ao longe uma música desconhecida, que um pedacinho da realidade, assim vivida, escondia em si uma beleza infinita.

     Então interrogava-se se, um dia, seria capaz de transportar em palavras a carga preciosa da sua descoberta, a maravilha que assim se derramava, tão discretamente, num momento de ternura partilhada.

Com AF7B e CA7A – Partilha de Inspirações – OE

Escutando o Coração

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Atribuição: CC2.0 Autor: Michael Coghlan imagem: Flickr

     Recordar é trazer ao coração, é viver de novo, mas recriando o que aconteceu e ainda retocando-o de gratidão, mesmo se foi um momento sofrido.

    Recordar é abraçar algo que já conhecemos, mas que agora chega como uma notícia fresca  e refletida, na distância do tempo que se abriu.

    Tantos desafios nos desfiaram a túnica da alma, nos revestiram de uma coragem que não conhecíamos e por vezes nos deixaram à míngua de luz, inventando um rumo para o passo seguinte.

     Voltamos uma e outra vez ao tesouro de um perdão sempre vivo para nos presentearmos mutuamente: é assim que podemos escalar o abismo do fracasso, e ainda, sentando-nos lá no alto, com as pernas balançando no vazio, brindamos ao futuro, com seus desafios sempre novos, tornando-os bem-vindos desde já.

Oficina de Escrita