Recordar: Aplicação Prática III – “Brain Dump”

 jovem estudando com os livros pelo ar

     Imagem de Pexels por Pixabay

  Continuando a partilha do estudo do nosso livro inspirador,   “Powerful Teaching“, Pooka Agarwal e Patrice Bain – explicitam outra  Estratégia que Conduz os alunos a elaborar o seu conhecimento com maestria e durabilidade.

   Mais uma vez recordamos aqui que estas “Práticas de Recordar” devem:

      • Ser escritas ou verbalizadas, não apenas pensadas.
      • Ser suscitadas pelo Professor ou Tutor, de modo regular, intencional e sistemático. 
      • Todas elas aceitam variantes e podem ser adaptadas, de forma flexível, ao tipo de aula, à personalidade da Turma, às preferências de cada Aluno ou de pequenos Grupos.

     Brain Dump” é uma expressão que sintetiza duas ideias: a de uma atividade mental que deve fluir, e até, transbordar, espontaneamente, sem ordenação prévia, sem pistas ou tópicos que induzam uma organização anterior ao próprio ato de recordar.

    Poderia ser traduzida informalmente por “despejar a mente”; porém, as próprias autoras nos propõem convidar os alunos a criar nomes para estas atividades, à medida que as praticam, pois esta linguagem comum, partilhada pela Turma, aumenta o seu sentido de apropriação da estratégia.

     As Autoras foram a ponto de pedir a professores de todo o mundo que partilhassem os nomes inventados pelos seus alunos para esta atividade: “stop and jot”, “free flow”, “data dump”, “brain pop” são alguns exemplos sugestivos.

       Quando Aplicar: 

  1 –  Esta atividade pode ser realizada, por exemplo, no final de uma unidade temática de qualquer disciplina, como, por exemplo, “A Grécia Antiga”; “As Funções”; “O Sistema Circulatório”, “O Realismo em Literatura”.

    2 – Também pode ser aplicada no meio de uma simples aula.

   Duração da Atividade: 

   1 – Usar o tempo que a sua intuição achar melhor. Há turmas que acabam por escrever durante 30 minutos seguidos ou mais. Mas mesmo que haja muito menos tempo disponível, a aprendizagem dos Alunos também vai beneficiar em relação à informação que nem tiveram tempo de recordar.

Como Aplicar: 

      1 – Pedir aos Alunos que escrevam tudo aquilo de que se possam lembrar sobre o assunto em curso ou sobre a Unidade finalizada.

    2 – Continuar normalmente a aula.

Recomendações:

   2 – Podem utilizar-se diferentes tipos de formatos: o ato de recordar pode ser inteiramente livre; pode ser orientado por alguns tópicos; pode ser escrito à mão ou em teclado.

  3 – Esta atividade pode constituir uma ferramenta de avaliação formativa, em vista de dar “Feedback” aos Alunos, mas nunca deve ter qualquer cotação.

   Depois da Atividade:

   1 – Pode seguir simplesmente com a aula.

   2 – Pode pedir uma partilha de pares durante poucos minutos, em que cada Aluno deverá acrescentar algo novo ao que tinha escrito.

   3 – Para proporcionar aos Alunos uma reflexão, pode pedir para verificarem:

   3.1. Algo em comum que ambos escreveram.

   3.2. Algo novo que nenhum dos dois escreveu.

 3.3. Algo que ficou confuso, incompleto ou mal compreendido.

3.4. Como se conseguiram recordar do que escreveram?

Benefícios: 

1 – Depois de comparar os seus próprios resultados com uma atividade anterior, semelhante a esta, os alunos ganham muita confiança.

 2 – Os Alunos sentem uma genuína satisfação ao constatarem tudo aquilo que foram capazes de escrever por si mesmos.

Benefícios:

Esta atividade intensifica a aprendizagem, a organização do conhecimento, a habilidade de fazer inferências. 

Powerful Teaching

Retrieval Pratice

 

Recordar – Aplicação Prática II:”2 Coisas”

jovem estudando com os livros pelo arImagem de Pexels por Pixabay

     No seu  precioso livro “Powerful Teaching“, Pooka Agarwal e Patrice Bain – a 1ª Doutorada em Ciências da Aprendizagem e ambas Professoras –  partilham algumas Estratégias simples de pôr em prática no quotidiano da aula e que se revelam essenciais para os alunos construirem uma Aprendizagem consistente.

    Para  oferecerem o seu máximo potencial, estas “Práticas de Recordar”, a realizar pelos Alunos, devem:

      • Ser escritas ou verbalizadas, não apenas pensadas.
      • Devem ser suscitadas pelo Professor ou Tutor, de modo regular, intencional e sistemático. 
      • Todas elas aceitam variantes e podem ser adaptadas, de forma flexível, ao tipo de aula, à personalidade da Turma, às preferências de cada Aluno ou de pequenos Grupos.

1 – Duas Coisas – questão a colocar no meio ou perto do final de uma aula. Consiste em pedir, por exemplo:

    • Escrevam duas “coisas” que aprenderam hoje.       
  •   Quais as 2 ideias principais desta Unidade, que retiveram ?
    • Duas “coisas” deste tópico que gostariam de aprofundar.
    • Dois exemplos da vossa experiência pessoal que possam relacionar com esta lição.

     Os alunos escrevem de imediato, sem consulta de manual ou de apontamentos. A aula segue o seu curso imediatamente.

1.1. Variante 1

    Depois de terem escrito o que foi pedido, cada aluno  troca com o seu par: cada um pode acrescentar a contribuição do colega, recebendo, assim, um “feedback” informal.

1.2. Variante 2

    Depois de terem partilhado com  o seu par, os alunos podem, ainda, partilhar em pequeno Grupo ou em Grupo-Turma apenas uma das suas escolhas. 

BENEFÍCIOS

     Os Alunos verificam a adequação das suas respostas e aprendem outras, uns com os outros; participam ativamente na exposição do assunto em estudo; criam apontamentos fora da interação da aula, recordando-a; aplicam o esforço a uma “dificuldade desejável” – o que imprime durabilidade ao que está a ser aprendido.

OE

Fontes:

Powerful Teaching

Retrieval Pratice

 

 

 

Gerir a Atenção – 1

espaço da atenção e nuvens da distraçãoImagem: Oficina de Escrita

     Cada um de nós é um feixe “de possibilidades praticamente inesgotáveis”* e cada um “se aprofunda pelo exercício do seu poder interrogante”*.

    Nesse experimentar-se destaca a constitutiva relação aos outros: em comunhão com todos é que se torna possível a descoberta vital de um sentido para cada um.

     Para Chris Bailey, autor de “Hyperfocus”, a ferramenta mais poderosa, mas limitada e sujeita a constrangimentos, para nos introduzir nesta aventura de construir sentido, é a atenção.

     “Gerir intencionalmente a nossa atenção é, como dizia o “Irmão Rafael” aprender a levar o pensamento pela mão.

   Num mundo “sobrecarregado de distrações como nunca houve outro na história da humanidade” (Crys Bailey) a nossa atenção é facilmente raptada, deixando-nos demasiado ocupados, dispersos e pouco produtivos.

    Aprender a focar o pensamento voluntariamente, dar-se conta do seu devaneio aleatório, reencaminhá-lo de volta, tirar partido do fluxo de ideias errantes que podem fecundar um raciocínio estreito,  eis alguns dos traços que podem gerar um ritual  de paciência, um abrigo para trabalho intenso e fonte de alegria nos nossos dias agitados.

     A Atenção revela a sua importância inestimável quando começa a viver-se como o projeto de uma intenção para lá do seu uso utilitário: mero funcionamento passivo da mente em que cumprimos hábitos de modo automático.

    Alguns hábitos – e suas tarefas adjacentes – podem ser realizados  simultaneamente em combinações estratégicas (“multitasking”), para rentabilizar o horário nobre do nosso tempo útil, constantemente ameaçado por urgências aparentes.

    Esta ocupação múltipla deixa ainda espaço livre de atenção onde a mente devaneia de modo indefinido ou aberto à invenção, se treinarmos como captar as ideias insólitas que gravitam na periferia da consciência.

     Mas as tarefas complexas, como o estudo dos nossos Alunos, uma atividade mais personalizada, o exercício de uma Arte, uma manufactura artesanal, uma reflexão ou uma construção de conhecimento convocam todo o espaço de atenção disponível e só encontram o seu meio vital em concentração profunda.

   Este estado especial de atenção, a que o autor chama “Hiperfoco”,  que se desenvolve e fortalece com intenção deliberada e treino regular, permite tornamo-nos “mais produtivos, mais criativos e mais felizes”.

     O esforço exigido para gerir deliberadamente a nossa atenção é compensador, pois nos oferece um sentido de realização pessoal com o qual a distração mais sedutora não consegue concorrer.

*J Cerqueira Gonçalves, Itinerâncias de Escrita, Vol II, pag. 438

Fontes:Hyperfocus Autor: Chris Bailey;  Vídeo de Apresentação do livro      Vídeos do Autor

OE

Pseudo-Estratégias – 1: “Estilos”

Imagem: Oficina de Escrita

     Neste momento de viragem para a nossa Comunidade Educativa, tentamos recolher pistas orientadoras a partir da experiência preciosa daqueles que vão à nossa frente no caminho da Inovação da Escola.

   Os resultados validados cientificamente no âmbito das Ciências da Aprendizagem alertam-nos para o facto de se deverem evitar algumas formas de ensinar que se revelaram ser ineficazes para uma real aprendizagem dos alunos.

      Uma das abordagens de ensino mais intuitivas e, por isso, mais divulgadas, cujos efeitos na aprendizagem efetiva não tem resultados consistentes:

     Ensinar segundo os “Estilos de Aprendizagem” preferidos por cada aluno.

Recursos 

    1 – Artigos de Divulgação –

1.1. No excelente siteThe Learning Scientists”  – uma página de títulos de artigos que explicam, em detalhe e em linguagem acessível,  por que motivo a ideia dos “Estilos de Aprendizagem” não se traduz em práticas pedagógicas eficazes.

Página de Resumos de Artigos

1.2.  The Effortful Educator: Aprender Mitos versus Aprender Factos

1.3. Ted Talk sobre este assunto

1.4.   The Atlantic O Mito dos “Estilos de Aprendizagem

   2 –  Artigos Académicos –  fundamentação científica que denuncia a inconsistência desta abordagem.

2.1. Frontiers in Psychology– Site de psicologia educacional: (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2015.01908/full)

2.2. O Mito dos “Estilos de Aprendizagem” no Ensino Superior (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2015.01908/full)

2.3. Relatório Científico: O efeito na compreensão após a aplicação de “Estilos de Aprendizagem” no Ensino.

  OE

Projeto Educativo e Escrita Pessoal

jovem dançando sobre livro giganteImage parJonny Lindner de Pixabay 

         O carisma educativo Useriano serve o ideal de cada aluno vir a ser pessoa integral, à imagem de Cristo, que abre, para o ideal de um humanismo cristão, o mais amplo horizonte de sentido.

      Projeto Educativo: espaço de vida em que se exercitam as  orientações comuns que visam a união harmoniosa dos esforços de todos os que estão ao serviço na nossa missão educativa.

    O seu “Porquê” é o próprio sonho do Fundador, mas inclui também toda a riqueza acumulada pela  experiência de vida das comunidades educativas que  seguiram na esteira deste sonho ao longo de mais de 150 anos.

      No recanto da Oficina de escrita, a criação de textos constitui a mediação entre a pessoa do aluno em formação e o seu advento como pessoa integral – ou pessoa “crística” no sentido do Carisma.

         Que efeitos reais tem esse exercício pessoal de escrita?

      Como é que ele contribui para deixar transparecer um novo Mundo que está neste, em gestação, e precipita o seu Advento? 

      O poder transformante da escrita oferece a possibilidade de criar as condições onde a inspiração única de cada um se possa tornar articulável. 

        Os exercícios sugeridos para desencadear a elaboração escrita mais livre possível favorecem que a intuição original de cada um se mostre viva.

       A energia da inspiração brota dessa intuição original; a sua força viva não é cega, mas inteligente: ela imprime uma forma inteligível à vivência de cada um e ao  próprio acontecer da sua escrita.

         Visamos proporcionar o meio vital onde os alunos possam dar forma à sua experiência do mundo, tornar nítido o seu próprio pensamento, articular com clareza  os tópicos para um projeto pessoal.

   Trata-se de criar o espaço humanizado onde possam emergir rostos únicos; o que também significa, segundo o Carisma, o sentido último, o advento da Pessoa.

    Esta resposta final já não é apenas humana, e, enquanto “resposta”, nada encerra, mas tudo abre  e liberta como esperança divina.

OE

Prática de Recordar – 2

dicionárioImagem:  Adivinha de uma Aluna de 5B –  2012

      Preparar os dados retidos na memória de longo prazo para a longa etapa da travessia até à memória de trabalho pode ser comparado com o domínio do Braille por uma pessoa cega, pois  trata-se de tornar  de novo legível o que se apagou há muito na superfície da mente.

     Uma vez que, na rotina tradicional da Escola, os programas são demasiado densos para as poucas semanas que medeiam entre testes de avaliação, os estudantes não chegam a cumprir o ciclo completo de uma aprendizagem personalizada.

     À 1ª etapa, de receção ativa de informação, em que a atenção se concentra na captação de novos dados, os estudantes passam rapidamente para uma última etapa de avaliação, sem terem tido tempo de processar as informações e de as assumir em compreensão refletida.

     Pelo meio, pode ganhar alguma consistência uma etapa intermédia de repetição:  apontamentos, esquemas, releituras… mas toda esta atividade acaba por limitar-se a refazer o percurso da 1ª etapa: uma receção ativa reiterada.

      Para além de uma aplicação prática que se pode expressar em exercícios, seria ainda preciso a etapa intermédia em que a maior parte do tempo de estudo é passada a recordar ativamente.

      Os estudantes reconstruiriam de raiz, o travejamento dos conhecimentos novos, relacionando-os com conhecimentos prévios, fazendo a prospeção de suas eventuais aplicações futuras.

         Pode utilizar-se o apoio de questões orientadoras, mas que sejam, de preferência, suficientemente abertas, para que se possa exercer o esforço laborioso de mobilizar os dados, tornados imperceptíveis na memória de longo prazo. 

           Segundo os pesquisadores das Ciências da Aprendizagem, quanto mais árduo for este trabalho de recordação, mais a memória de longo prazo se reorganiza e ativa, acrescentando, a cada viagem, novos detalhes que vêm enriquecer a organização dos dados resgatados para a memória de trabalho.

       Aqui ficam disponíveis para a inteligência que os reflete, conquistando a lógica da sua interelação, que os manipula como exemplos de princípios mais gerais, que os aplica na identificação de uma lei, que os transfere para novos contextos.

          Esta prática repetida com regularidade, torna o estudante capaz de encarar o momento de Avaliação como uma  oportunidade pessoal de construir conhecimento.

OE

Faíscas Aleatórias

   faísca aleatória

     Image parFree-Photos de Pixabay 

     No seu livro “Build your Business on Ideas” a autora, Jodie Newman, ensina a interromper bruscamente a sequência linear do pensamento lógico, quando este se esforça laboriosamente para enfrentar um desafio ou resolver uma questão difícil.

     Esta interrupção intencional visa infletir subitamente a linha do pensamento sequencial e gerar um fluxo de ideias inesperadas, capazes de encontrar uma solução imprevisível.

    A este elemento disruptivo, o autor chama a”Faísca Aleatória”

      O instrumento que provoca a ruptura pode ser uma palavra ou  frase, um som, uma imagem, um objeto, desde que não tenha nenhuma relação aparente com o assunto em debate.

     Dá-se um salto na forma de pensar sobre um assunto se for possível provocar uma associação imprevisível com  ele. 

    Esta adoção de um novo ângulo de visão quebra o molde antigo que aprisionava a mente; descentra cada um de nós dos nossos pontos de vista pessoais; as “faíscas” tornam-se ferramentas de um pensamento criativo.

    As três etapas deste processo são:

      1. Deflagração da “faísca” ou “ruptura inaugural”;

    2. A descoberta de uma relação inesperada com o assunto em questão;

    3. A configuração inédita que assume aquilo que se pretendia solucionar, aperfeiçoar ou recriar.

Fonte:Build Your Business On Ideas” 

Exemplo de aplicação de “Faíscas Aleatórias” no seu site, com o Gerador de Faíscas: http://thebusinessallotment.co.uk/spark

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Que Razões para Aprender?

 o planeta como aldeia globalImage parskeeze de Pixabay

     “Uma maneira criativa de aprender ainda não é uma razão para aprender”

 Michael Wesch

     Este autor fala da importância crucial de uma Narrativa Global emergente que consiga convocar a pluralidade das culturas e unificar as energias desperdiçadas pela crise generalizada de sentido que atinge todas as gerações.

     Para este professor, estamos a tomar plena consciência de que a nossa situação real, no momento presente, consiste em estarmos globalmente conectados, em constituirmos todos juntos uma aldeia planetária comum, e em estar, assim, o destino futuro da nossa humanidade dependente de cada um, em estreita união com os outros. 

     Para Michael Wesch, esta é a Narrativa Global que se apresenta com a força de uma intimação suficientemente poderosa e atraente para substituir o papel que desempenharam, em épocas anteriores, outras narrativas globais, designadamente, as grandes religiões que difundiram a sua mensagem transversalmente a múltiplas culturas ou os ideais políticos que suscitaram impérios, unificando diferentes povos numa visão comum.

     Esta inspiradora visão de uma aldeia global,  ao repor o desafio da responsabilidade nas mãos dos simples cidadãos,  pode devolver-nos a vontade de construir o mundo de outra forma,  desencadear o esforço multifacetado por um desenvolvimento sustentável e mesmo, finalmente, motivar a Geração mais Jovem a Aprender.

     Que temos a dizer sobre esta Questão? Quais são as nossas Razões para Aprender?

Fontes: Youtube    http://anth101.com Anti-Teaching: Confronting the Crisis of Significance.pdf Uma perspetiva crítica: Prof Jake Keyel

OE

“Recordar” – Aplicação Prática 1

jovem estudando com os livros pelo arImagem de Pexels por Pixabay

    O professor Blake Harvard partilha, no seu blog,  com todos os colegas do mundo, as estratégias que vai elaborando para tornar o estudo dos seus alunos cada vez mais eficiente.

     Neste exemplo concreto, ele pretende tirar o máximo partido de uma questão de resposta múltipla, que pode ser utilizada no início de uma aula, como aplicação rápida da prática de recordar (Retrieval Practice).

     Esta atividade, facilmente adaptável a vários contextos de estudo, também simplifica a avaliação formativa de um assunto, a realizar pelos próprios alunos ou em conjunto com o professor.

     Esta modalidade de Questão de Escolha Múltipla apresenta as  vantagens de:

      • Tirar partido de todas as alíneas.
      • Mobilizar o esforço dos alunos para uma tarefa mais complexa do que simplesmente colocar um X. 
      • Permite percorrer um vasto domínio de conteúdos: com 10 questões de 5 alíneas, é possível rever 50 tópicos.

      tradução resposta múltipla blake harvard

aumentar-eficácia-questões-de-resposta-multipla

OE

Mapas Mentais – Tony Buzan

mindmap de um capítulo do livro "Linchpins"Imagem: Oficina de Escrita

     Como desenhar Mapas Mentais orgânicos, segundo Tony Buzan?

    1 – Coloca-se a ideia principal numa forma circular central, sobre papel branco, sob a forma de um desenho e escrita com letras maiúsculas, facultativamente (o papel não deve ter linhas).

2 – Desenham-se os ramos das ideias secundárias, em cores diferentes; é importante para o cérebro que as linhas sejam radiantes a partir do centro; que sejam diversamente ondulantes; que as cores sejam vivas e contrastantes.

     2.1. Ao longo da base, mais larga, de cada ramo, escreve-se a primeira ideia secundária de cada assunto a tratar.

     2.2. À medida que os ramos ondulantes se afinam, vão-se escrevendo ideias ou relações hierarquicamente inferiores.

     2.3. Esses ramos ondulantes podem ter ramificações mais finas, para as diversas subdivisões necessárias ao detalhe das ideias.

      3. No final de cada ramificação devem acrescentar-se elementos visuais, desde pequenos esboços, desenhos simbólicos, ou mesmo imagens nítidas.

         4. Para memorizar definitivamente os conteúdos de aprendizagem na memória de trabalho: elaborar o mapa horas depois de uma aprendizagem; refazer: um dia depois, uma semana depois, um mês depois, 6 meses depois.

mindmapa aumentadoImagem: Oficina de Escrita

Mapa-de-Ideias-1

Fonte: Mind Maps for Kids, by Tony Buzan

OE

Projeto Educativo e nossos “Como”e “Porquê”

o círuclo dourado de sinekFlickr.com Atribution: CC 2.0 Generic Author: Sticker Giant

     O nosso “Porquê” é a referência decisiva que orienta o agir de cada um no meio vital que é a Comunidade Educativa e que se ajusta, em harmonia com a diversidade de todos os outros “Porquês”, ao núcleo do nosso Projeto Educativo.

     Para o jovem autor Simon Sinek, é no interior de “O Círculo Dourado“, a camada interna do cérebro que não tem acesso a uma linguagem articulada, que pulsa o nosso “Porquê”.

     No íntimo desse coração símbólico, sede de convicções profundas e de intuições vitais, as experiências mais marcantes da nossa vida foram configurando o esboço de um sentido último que preside, frequentemente oculto, às grandes tomadas de decisão que modelam a existência e a tornam significativa.

    As nossas razões finais devem tornar-se explícitas, a fim de iluminarem o nosso modo único de agir que, por sua vez, se aplica, com o selo de um estilo inconfundível, àquilo que fazemos.

    Assim, o “Porquê” – a fonte inesgotável de sentido, o “Como” – o que nos torna únicos no agir – e o “O Quê” – aquilo com que realmente contribuímos e onde tocamos o concreto da vida a desenvolver em comum – são as 3 dimensões hierarquica e intimamente ligadas que estruturam a Pessoa, a Comunidade, a Organização.

    Como relacionar o “Porquê” e o “Como” de cada um, bem como os de cada equipa colaborativa dentro da Comunidade, com o “Porquê” e o “Como” do nosso Projeto Educativo? 

OE

Fontes: Simon Sinek Start with Why; “Find your Why

Refletir sobre a Aprendizagem

   pequena árvore invertida com seu reflexo

   Photo by Faye Cornish on Unsplash

    Quais as vantagens de se refletir sobre algo que se aprendeu?

     Ao refletir, o aluno pretende compreender as ideias por si próprio,  re-elaborar o trajeto de um raciocínio e assim conquistar o significado da sua conclusão.

    A reflexão sobre conteúdos aprendidos permite ir mais além dos níveis superficiais de aprendizagem,  podendo visar o seu nível mais elaborado,  a aprendizagem transformante. 

    Esta reflexão consiste em elaborar respostas para questões precisas, tais como:

  • Posso relacionar esta aprendizagem com algum conhecimento prévio? Quanto mais antigo for esse conhecimento, mais fácil será consolidar a nova aprendizagem.
  • A aprendizagem pode ligar-se ainda, eventualmente, não apenas a um conhecimento prévio, mas a uma aspiração, algo visado como um objetivo a alcançar.
  • Posso relacionar esta aprendizagem com alguma experiência relevante? Esta experiência pode ser, ela própria, de natureza imaginária; pode permanecer limitada ao âmbito escolar; pode superá-los em direção ao campo mais largo de “experiência de vida”.
  • A  aprendizagem pode não estar ligada a uma experiência passada, mas à possibilidade de uma experiência futura, cujos contornos, a aprendizagem em  curso pretende, precisamente, configurar, para lhe criar as condições de possibilidade.
  • Posso aplicar esta aprendizagem em alguma prática que tenha sentido para mim?

    A Aprendizagem, assim refletida, torna-se significativa. Por isso fica também retida, na memória a longo prazo, durante mais tempo e é mais facilmente mobilizável.

Fontes: Sheila Cameron MBA HandBook

OE

A Prática de Recordar – 1

A prática de recordar, aqui com suporte escritoImagem: Oficina de Escrita

     A eficiência da “Prática de Recordar“, enquanto  estratégia de estudo, está  amplamente validada por estudos científicos levados a cabo pelas Ciências da Aprendizagem, de forma sistemática e exaustiva.

    Esta estratégia consiste na simples evocação, concentrada e regular, de assuntos previamente memorizados –  podendo assumir uma expressão oral ou escrita – na ausência de qualquer apoio externo de consulta, fazendo regressar os conteúdos de uma aprendizagem prévia, desde a memória a longo prazo de volta para a memória de trabalho.

    Este ato  de recordar voluntária e regularmente, modela a própria memória a longo prazo; esta é ativa e reage ao esforço  de devolver os conteúdos memorizados, reconfigurando-se sempre que a mobilizamos.

    Para mobilizá-la, exige-se concentração e silêncio. Constitui uma prática mais eficiente do que reler ou refazer apontamentos consultando suportes externos. É uma etapa essencial na construção de cada aprendizagem e não deve ser reduzida às suas virtualidades como meio de avaliação.

     Exige um agendamento rigoroso e uma fidelidade paciente na regularidade da sua ativação:diferentes especialistas em Ciências da Aprendizagem sugerem que a recordação ativa deva exercer-se, no mínimo, em 5 etapas: no próprio dia da primeira aquisição de uma nova aprendizagem; algumas horas depois; no dia seguinte; na semana seguinte; um mês depois; seis meses depois.

    Para ser possível aos alunos aplicar esta estratégia de forma consistente, deveriam ser sujeitos a menos “in put” de informação, a fim de libertarem força e espaço de trabalho para mais “out put”, apoderando-se, como sujeitos ativos, do seu próprio processo de aprender.

    Aos testes, questionários, questões abertas, etc,  poderia ser retirada a característica de avaliação sumativa, para passarem a desempenhar a função de ferramentas de autoavaliação formativa para os próprios alunos, uma vez que podem ser pontos de apoio concretos para exercer a “Prática de Recordar”.

    Neste caso, os itens de resposta longa têm prioridade sobre os itens de resposta curta, uma vez que a recordação se torna muito mais viva e consistente se o conteúdo a recordar tiver de ser reconstituído de raiz e não apenas reconhecido a partir de questões de escolha múltipla ou de verdadeiro e falso.

     A efetiva dificuldade de cada ato voluntário de recordar é proporcional ao sucesso e duração da aprendizagem: quanto mais difícil a evocação, mais consistentes e duradouros serão, não só o seu armazenamento organizado, como também a rapidez e a facilidade com que as futuras mobilizações tornarão a aprendizagem disponível ao exercício da inteligência, sempre que esta necessitar dos respetivos conteúdos.

     A progressiva disponibilização dos conteúdos de aprendizagem na memória de trabalho, sempre que forem precisos, permite à inteligência refletir, abre a via a níveis de trabalho mais profundos, como a Aprendizagem Transformante“.

       Para iniciar os alunos nesta estratégia de estudo recorreremos à experiência que outros colegas partilham online.

      Fontes: The Learning Scientists; The Effortful Educator; Xavier Bénitez Blog

Um Diário de Trabalho

Imagem – Aluno do CAD 7º ano

     Michele Martin é especialista em acompanhar pessoas que transitam entre “dois mundos”, afastando-se da margem de um trabalho bem conhecido, para partir em demanda de um outro, mais conforme ao seu sonho, às suas competências, aos  valores que as orientam.

     Depois, resta ainda adaptar-se e abrir-se aos novos desafios de um trabalho mais livre e, por isso mesmo, mais exigente.

      Em múltiplos artigos do seu “The Bamboo Project”, a autora vem confirmar, com testemunhos de seus clientes e amigos,  os benefícios vitais que resultam da adesão à prática de acompanhar as transições e novas descobertas, com um Diário de Trabalho

     Na nossa última Reunião de Professores, partilhamos as preocupações inerentes ao iminente processo de transformação e mudança.

    Elas podem ser outros tantos tópicos de um “Diário de Trabalho” que dê corpo à reflexão que a “Viagem da Inovação” suscita em todos nós:

      • Cativar  e envolver os Alunos no processo da Mudança.
      • Os diversos modos de contribuir para a Realização Pessoal dos Alunos.
      • A adequação de novas Estratégias à estruturação do ano em semestres.
      • A disposição dos espaços físicos em consonância com novas formas de trabalho comum.
      • A cooperação com os Pais.
      • Formas de proporcionar a melhoria das Aprendizagens.
      • Necessidade de estarmos atualizados em relação às inovações que já deram provas da sua eficiência noutras Escolas.

     Elaborar e manter, com perseverança, um “Diário de Trabalho” pode revelar-se um apoio estimulante, para esclarecer hesitações, afinar decisões e registar surpresas, numa etapa de alterações em profundidade, como aquela em que já principiamos a navegar na nossa Escola.

OE