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Aquilo que se entende por “Política” fica muitas vezes circunscrito apenas às várias formas de governar cada uma – e mesmo todas as sociedades humanas, pois estamos a viver “num mundo onde a interdependência política é a regra inelutável.” (1) Mas esta perspetiva pode revelar-se estreita, por não fazer justiça ao ser da pessoa humana nem ao ser das comunidades em que aquela apenas pode florescer.
Em fidelidade não só ao nosso tema do ano, mas também aos autores que nos inspiram, propomos ver “a política” a partir da própra “Vida”, sendo esta o plano mais amplo e elevado, a partir do qual se podem incluir e relacionar todas as dimensões do humano, incluindo a da política, que estaria, assim, subordinada e colocada ao serviço da Vida.
Aquela “interdependência política” em que os diferentes povos atualmente se encontram exige o reconhecimento de um plano comum onde todas as culturas se possam encontrar em diálogo recíproco. O recorte abstrato de “cidadania” a que se reduz a espessura do humano não é suficiente para este encontro vital, pois não chega a aflorar o que é mais específico quer da pessoa quer da comunidade humana e assim mostra-se incapaz de aproximar os povos e de gerar união.
O agir político tem de conseguir espelhar, na superfície da ágora, valores fundamentais que a determinam, desde as entranhas da Vida, tal como o valor fundamental da relação, que é constitutivo de cada cultura, na sua distinta forma de abertura às outras e que, simultaneamente a identifica como única.
Assim, a aventura vital que demanda e vivencia a Paz não a concebe como um mero antídoto da guerra, mas como algo que espontaneamente brota das seivas profundas da Vida e a serve, possibilitando a fecundidade dos diálogos; como mero efeito colateral, é ainda o dinamismo desta superabundância de sentidos novos, gerados na qualidade do encontro humano, que permite a compreensão e o controle dos fatores que podem levar à guerra.
A própria configuração da Escola deixaria de refletir o modelo único de uma arena de treino para o combate de uma “pseudo- vida”, de modo que a Escola poderia dar a merecida prioridade à Educação sobre o ensino maioritariamente objetivável, multiplicando-se em ofertas diferenciadas e com outro alcance formador.
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- Pedro Calafate – Florilégio Medieval
- Cerqueira Gonçalves – Militância Política e Literatura
- Adriano Moreira – O Novíssi mo Príncipe
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