Entre Altas Ondas

 

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    A Coragem é viver entre altas ondas: podem ser adversas ou amigas. As primeiras levam-nos mais longe, mas à força, ensinam a não resistir e a entregar os sonhos à corrente. As seguintes atiram-nos para o alto e fazem-nos cair onde há muitos companheiros a desbravar caminhos secretos por entre as águas peregrinas.

      A Coragem é sair sempre, obedientes à chamada do vento que sopra onde quer, para um treino de liberdade que nunca termina, antes nos surpreende, sempre, com desafios inéditos.  A Coragem não se exerce apenas no perigo iminente, mas constantemente se afina na paciência do esforço que exigem as tarefas repetidas no amor de cada dia.

       A Coragem pode vir embrulhada na escolha das palavras que voam como setas afiadas e montam guarda ao generoso coração da Vida.

Partilha de Inspirações  – OE e 5D

Camaleão

 

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Um Camaleão 
É um animal encantador
 Porque num simples momento
Pode omitir a sua dor. 

Ao mudar de cor 
não muda só de aparência 
E para o encontrarmos
 Temos de ter paciência. 

Se nos quisermos comparar
 Ao camaleão
 Podemos pensar nos sentimentos 
Ou em cada emoção.

 Como se, cada vez que está camuflado, 
Só se quisesse esconder, 
Para ter tempo de pensar 
E assim perceber
 Que o que está a sentir, 
Não pode omitir, 
Mas sim refletir.

 E pensando no assunto, 
O pobre Camaleão 
Até pode mudar de cor, 
Mas não de coração. 

Quando estamos mal, 
Só nos queremos esconder 
E, tal como o Camaleão, 
Desaparecer. 

Mas como não podemos, 
Sejamos humanos ou um Camaleão, 
Temos de enfrentar a situação.

 Não vamos mudar a nossa maneira de ser
Só para agradar a quem não concordar, 
Mas sim mudar de cor.

 Mudar de ares, mudar de sabor.
 Foi assim que o Camaleão 
Nos ensinou uma lição: 
Que escondermo-nos é em vão,

 Mas pensar, 
E com tempo, atuar, 
É a solução.

CM8B

 

Albert Casals: a Partilha Incondicional

     Albert assiando livro

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     “Cuando tú eres nómada, lo que más sentido tiene para sobrevivir es compartir incondicionalmente”.

in “El Periodico

     Albert procura o que dá um sentido crescente à sua vida, o que lhe traz profunda realização enquanto jovem, o que imprime um impulso sempre novo à sua liberdade.

     Hoje com 28 anos, iniciou, desde os 14, uma Viagem de aventuras que nunca mais teve fim. Com a sua cadeira de rodas, uma pequena tenda e uma máquina de fotografar, Albert percorreu já mais de 30 mil quilómetros, um pouco por todos os continentes.

     Em consequência de uma doença grave, perdeu o uso das suas pernas a partir dos cinco anos. Contudo, nunca considerou a sua deficiência como um obstáculo; substituiu a ausência de alguns movimentos pela perícia no uso dos braços e do tronco, tornando-se exímio em trepar, saltar, rastejar e movimentar-se rapidamente sobre as suas duas rodas em qualquer caminho.  

    Depois de terminar os estudos de Liceu, tem-se dedicado ao estudo da Filosofia, que vai entremeando com as suas inadiáveis Viagens. Mais do que um interregno, uma pausa entre deveres, elas tornaram-se o seu verdadeiro e mais genuíno modo de viver, que a própria Filosofia ajuda a interpretar e certamente inspira. 

   Escritor de 3 livros, em diferentes etapas da sua maturação, Alberto partilha, nos seus relatos, a imensa riqueza de diálogos numa colorida variedade de culturas com que se cruza e cujos traços singulares sabe acolher e partilhar; encontros múltiplos, que transbordam de humanidade, pois a forma desamparada e franca com que ele se confia à bondade dos desconhecidos nunca o deixou desiludido.

     “Nueve de cada diez veces no aprendo de una cultura como tal, sino de una persona en particular que ya ha pensado por sí misma y ha encontrado sus propias soluciones a los dilemas de la vida: son esas personas, por encima de todo, lo que justifica viajar.”

in El Periodico

     Autónomo, andarilho apaixonado pela Natureza solitária, não receia montar a sua tenda leve nas areias de praias desertas ou em recantos de parques sossegados.

    Em comunhão com o silêncio do Universo, também se sente acolhido no abrigo natural que a paisagem mais singela oferece ao peregrino, quando a generosidade dos homens não se adiantou ao anoitecer.

   Os lucros da venda dos seus livros são distribuídos por ONGs da sua confiança, pois não só viaja sem dinheiro, como, de cada vez que regressa à Catalunha, sobrevive em Comunidade onde todos os bens são postos em comum.

     “Para mí el amor no tiene nada que ver con poseer algo, tiene que ver con apreciar la belleza de un proceso de transformación”

 in “El Periodico

Visita ao 6ºA e 6ºC – Apresentação de Viagens – OE

Entrevista de 2016 em Castelhano

Romper a Corda Indestrutível

corda em volta de uma estaca que prende um barco

Stencil

      A Coragem é algo fácil de dizer, mas difícil de sentir. Perante um desafio perigoso é fácil dizer que se tem coragem, depois, o mais complicado é senti-la.

      Sentir a coragem pela nossa própria maneira de ser e não para nos mostrarmos aos outros!

     Nem sempre é fácil expressar o que se pensa, importando-nos com a opinião da pessoa ao lado, mas quando nos queremos expressar sem medo, este medo não deixa as palavras saírem, ficando presas na garganta, como a corda atada a um barco, para ele não poder partir.

     O objetivo de uma pessoa medrosa é romper essa corda indestrutível e, quando a paciência esgota, de tanto guardar esses pensamentos, num dia indefinido, essa corda rompe, libertando os pensamentos.

A. Vis