O Tesouro dos Pobres

pastores que vão para o Presépio

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     Tarde de 24. Terão chegado já ao Presépio?

     Quando souberam, subitamente, que não havia lugar para eles na estalagem?

     Quando é que o mundo decidiu que eles estavam a mais?

     Mas a própria Natureza se encarregou de os abrigar: uma gruta, alguma palha, dois animais. Pois era um Nascimento iminente. E toda a Criação não “geme com dores de parto”?

     E os pobres? Os pobres acudiram. Talvez eles próprios lhes tenham indicado o caminho para o abrigo.

     Depois voltaram,  a partilhar alimento e agasalho para confortar os pais e proteger o Recém-Nascido.

      Talvez, entre eles estivesse uma mulher que, muitos anos depois daquela Noite singular, já viúva e exausta,  deitou a sua última moeda entre as oferendas do Templo.

      Os pobres nunca falham.

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A Menina das Estrelas – Um Conto de Natal

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     Na noite de 24 de Dezembro – véspera de Natal – à frente da minha janela, apareceu uma rapariga de pele roxa, cabelos azul turquesa, olhos cor de esmeralda. Ela parecia assustada.

     Depois de esfregar os meus olhos, perguntei: 

        – Estás bem?

      Ela respirou fundo e disse com uma voz estranha: 

     – Não, eu não sei o que se passa. Estava a passear pelos planetas, até que vi o vosso e vim por curiosidade. Por que há tantos brilhos, luzes, árvores enfeitadas e música?

      Eu, a tentar acalmá-la, expliquei: 

      – Porque hoje é Natal. 

      – O que é o Natal?  – perguntou a menina.

       Eu, espantada, exclamei: 

       – Tu não sabes o que é o Natal? O Natal é a Festa de que eu mais gosto no ano. É o dia em que tu juntas a tua Família e Amigos e fazem uma Festa cheia de risos, magia, canções e convívio: celebramos o nascimento de Jesus!

      Além disso, vocês trocam presentes com a vossa Família.

      A menina, depois de ouvir o que eu disse, falou:

     – Ah, Ok. Obrigada! Agora vou voltar para minha casa e contar isto tudo no “Jantar da Liberdade”. É parecido com o vosso Jantar de Natal.

     E lá foi ela, a voltar para casa, voando por entre as estrelas.

     Ela até me deu a morada, mas eu disse que só podia ir visitar em 2072. Espero que, quando chegar esse dia, já existam carros voadores que me levem tão longe.

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