A Herdade

 

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     A herdade é um paraíso com tudo e mais alguma coisa! Meus cachorros, o Loucura e a Nala, e o meu amgo, filho do caseiro, que adora jogar a bola, correr e brincar.

    As nossas casas são totalmente de madeira, com uma varanda que é um dos meus lugares preferidos, pois doe lá posso ver tudo inclusive as vacas que vou visitar todos os dias em que lá estou; isso é muito importante, pois é asim que sabemos se há alguém novo bezerro ou se as vacas têm
alguma doença.

    Eu adoro a Herdade, pois lá sinto-me livre e também aprendo várias assuntos do meio rural e me sinto em paz.

Aluno Convidado – M7C

Que diz uma Ontologia da Manifestação?

Oficina de escrita.org      

      No contexto de uma Metafísica da Manifestação, e seguindo o pensamento do prof. Cerqueira Gonçalves e do seu intérprete prof Samuel Dimas, as noções chave de uma Ontologia cristã, seriam:  a Criação, a Incarnação e a Eucaristia (esta incluiria a redenção e a escatologia, mas em si mesma, iria muito além delas). 

     Assim, a noção de redenção teria um lugar secundário, dado que a necessidade de redenção releva de um problema e de uma consequente necessidade desencadeados pelo homem, mediante o exercício da sua vontade livre.  A fonte última dessa necessidade de redenção reside num acontecimento contingente e histórico. Poderia, simplesmente, não ter acontecido.

   Esta perspetiva releva de uma Ontologia da Manifestação, que rejeita todo o dualismo de base que pudesse atribuir ao mal a dignidade e a consistência de um princípio metafísico. Bem pelo contrário, na Ontologia da Criação, toda a realidade é dom gratuito, e o homem descobre-se diante do ser numa atitude de gratidão e de admiração.

     Ao contrário do que foi acima exposto, as metafísicas dualistas colocam no centro da sua visão do real a noção de uma “queda” ou de uma “falta primordial” que reclamaria uma “redenção” a atingir por meio de um “saber” e de uma “prática” reservados muitas vezes a uma elite privilegiada.

    Trata-se de uma tradição gnóstica, muito disseminada e mesmo escondida nas raízes de todo o pensamento ocidental ao longo das diversas épocas da nossa história humana. Esta forma de pensamento insiste no dualismo dos princípios metafísicos – um para o bem e outro para o mal – e, assim, considera a noção de redenção como sendo central e essencial.

    Esse dualismo gnóstico, que atravessa as eras do pensamento e que se tornou um traço específico da nossa filosofia ocidental, penetrou profundamente no próprio cristianismo. E fá-lo, precisamente, ao subordinar as noções de “Criação”, de “Incarnação” e de “Eucaristia” à noção de “Redenção”: este maniqueísmo dualista não hesita em instrumentalizar a noção de uma “Transcendência Viva” em favor das necessidades do ser humano.

Apontamento de Leituras de C. Gonçalves ofm e S. Dimas – OE

À Conquista de uma Língua – II

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          O exame parecia ser realmente duro, mas eu tinha de ser ainda mais duro, para permanecer um candidato com mérito no Centro de Línguas. Comecei as aulas como um iniciado, visto ter falhado redondamente no exame de entrada. Dei o meu melhor, só me ofereceram 5 meses para dominar o Inglês, tanto falado como escrito.

    Inglês tem uma estrutura muito diferente da língua Portuguesa, que é a minha língua oficial. Assim, tive de “reiniciar” a minha memória, a fim de criar espaço para a nova estrutura do Inglês.

   O primeiro mês foi um inferno. De facto, a certa altura, senti vontade de desistir e voltar para o meu país. O fator motivante foi estar em discernimento para ser um missionário da Consolata, e ter consciência de que, a certa altura, seria obrigatório aprender uma nova língua.
 Portanto, eu tinha de a aprender a bem ou “à lei da bala”.

  No segundo mês, comecei a agarrar as estruturas básicas e consegui expressar-me e falar um pouco de Inglês com fluência. Isto deu-me um forte desejo de continuar a esforçar-me mais e a pesquisar vocabulário para enriquecer a minha gramática.

   Fiz isto dia e noite, e agora já não tinha receio de comunicar com os meus confrades, independentemente da fragilidade da minha expressão oral. Eles riam-se da estrutura pobre das minhas frases, mas também me corrigiam e me guiavam muito bem.

    Certamente serei para sempre devedor aos muitos amigos que
estiveram a meu lado nesta jornada da língua, bem como aos meus
professores – Que Deus vos abençoe sempre…!

   Dizem que o homem mais forte é o que enfrenta o desafio em vez
de fugir. Apesar de todos os desafios mencionados, consegui aprenderInglês e agora até consegui fazer uma licenciatura em Filosofia, totalmente em Inglês.

     Tento, dia após dia, aperfeiçoar o meu Inglês. Também estou a
tentar aprender Kiswahili, o que me ajudará no trabalho pastoral com os Cristãos.

Deus abençoe o Quénia e o seu Grande Povo!!!

Marciano Abam Na Salu,

Noviço no Seminário da Consolata em Nairobi, Kenya

À Conquista de uma Língua – I

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    Sou Marciano Abam Na Salu da Guiné-Bissau. Sou um seminarista da Consolata, que aspira vir a ser Sacerdote num futuro próximo, pela vontade de Deus.
     Estou no Quénia há cerca de quatros anos. Devo confessar que
aprendi muitas coisas da cultura Queniana e do seu povo fantástico.
     Quando vim para o Quénia, estava completamente verde em Inglês, por isso, comunicar e interagir com os outros foi uma tarefa íngreme.
   Como diz Martin Heidegger, “a linguagem é a casa do ser”. O homem não pode relacionar-se com o outro sem o conhecimento da da sua língua.
    O modo como o ser humano pensa, o modo como ele ou ela se
comporta é fortemente determinado pela sua cultura e, especificamente, pela sua língua.
     A linguagem humana é convencional e usa signos e símbolos que
devem ser aprendidos. Assim, a língua é especificamente um assunto humano!
     O meu principal objetivo, ao estudar a língua Inglesa, foi ajudar-me na minha jornada filosófica, dado que aspiro a ser um Sacerdote da Consolata.
      Tenho de deixar claro que, no Centro de Línguas, as coisas não
foram propriamente um passeio. A minha primeira experiência, num país estrangeiro, com uma língua completamente diferente da minha, foi uma verdadeira lição de estar em terra alheia.
      As únicas possibilidades viáveis ao meu alcance eram ou ajustar-me e aprender Inglês, ou voltar para o meu país como um perdedor.
   Lembro-me muito bem do meu primeiro dia no Centro de Línguas.
Fui acolhido com um exame, feito pela professora Lucy Kavivi, a fim de determinar que nível era suposto eu integrar.
     O exame parecia ser realmente duro, mas eu tinha de ser ainda
mais duro, para permanecer um candidato com mérito no Centro de
Línguas.

(Continua)

Marciano Abam Na Salu,

Noviço no Seminário da Consolata em Nairobi, Kenya

50 Anos CAD – O Sonho – 1988

 

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     Todos nós, as crianças, sonhamos com alguma coisa que desejamos ter.

    O meu sonho era ter uma bicicleta.

    Um dia, esse sonho realizou-se; os meus Pais ofereceram-me uma bicicleta com as cores que eu desejava. 

    Com ela faço grandes aventuras: tenho feito corridas com os meus amigos, tenho ido à praia com ela e vou, aos fins de semana, a casa dos meus avós e, às vezes, até como lá.

75 Anos CAD – Joaquim – 5ºAno – 1988

50 Anos CAD – Diário – 1988

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     Querido Diário,

     Tu nem sabes o que aconteceu há um tempo atrás; eu fui à casa do Francisco, nós queríamos ver um campo de futebol e tivemos de passar por um lugar em que tínhamos de ir juntinho às pedras, porque, se nós caíssemos, partíamos uma perna.

    Eu escorreguei, caí, mas por sorte, segurei-me; nós fomos buscar plantas para as nossas mães: eram rosas.

   Nós conseguimos passar e fomos buscar as plantas e alguns bonecos caídos. O portão abriu e nós safamo-nos com tudo.

     Foi uma aventura bestial, não achas Diário?

75 Anos CAD – Luís Freitas, 9 anos –  5º ano1988

A Nossa Rainha de Inglaterra

Eleanor Tomlinson

    A Rainha de Inglaterra, sobretudo para os mais velhos, faz parte da nossa história e até da nossa vida, uma vez que nos acompanhou, praticamente desde sempre – foi coroada em 1953, aos 27 anos e que ocupa um lugar de admiração e afeto no coração de incontáveis pessoas, superando em muito as fronteiras do seu país e da comunidade alargada de países irmãos

    Em que consiste a atração, ao mesmo tempo suave e poderosa, que nos torna próxima e grata a sua pessoa? 

    Certamente no próprio cargo de rainha, que desempenhou durante 70 anos – o mais longo reinado de um monarca na Europa –  e que vem aureolado do brilho misterioso de um mundo antigo que lança raízes profundas na história e opera como um talismã.

    Mesmo na ausência das funções de governação, o exercício da realeza coroando o edifício de uma sociedade bem organizada remete-nos tanto para  tempos épicos, que a nossa imaginação preenche com feitos heróicos, como para a lealdade aos valores de que aquelas ações corajosas davam testemunho.

   A pessoa da Rainha vai deixar-se conhecer no jogo entre duas instâncias saturadas de emoção: é a riqueza da sua própria personalidade  que vai dar vida a essa função suprema mediante um empenho total; rodeada por uma aura de ser inacessível, terá de guiar-se pela exigência ética da conduta exemplar que se espera daqueles que são coroados em nome de um ideal de humanidade.

     Dos seus discursos mais conhecidos escolhemos aqui algumas  palavras, que a vida se prontificou a validar como autênticas, e que, por isso, continuam hoje a tocar os seus destinatários, que se vão multiplicando ao longo do tempo e que vão formando a multidão daqueles que a amam.

21 anos – 1947

   “Declaro diante de todos vós que a minha vida inteira, seja longa ou breve, será dedicada ao vosso serviço e ao serviço da nossa grande família imperial a que pertenço.”

27 anos – Coroação – 1953

    “Agora que este dia chega ao fim, sei que a minha memória dele não será apenas a da solenidade e da beleza da cerimónia, mas a inspiração da vossa lealdade e afeto. Agradeço-vos com um coração transbordante.”

   31 anos – 1º discurso de Natal – 1957

   “Não posso conduzir-vos numa batalha, não faço leis nem administro a justiça, mas posso fazer outra coisa. Posso oferecer o meu coração  e a minha dedicação total a estas antigas ilhas e a todos os povos da nossa fraternidade de nações.”

66 anos – 1992 – “O Ano Horrível”

     “A Crítica é boa para as pessoas e as instituições que fazem parte da vida pública. Nenhuma instituição deveria esperar ficar livre do escrutínio daqueles que lhe oferecem a sua lealdade e o seu apoio […] Mas todos nós somos feitos com o mesmo tecido da nossa sociedade nacional, de modo que a eficácia desse escrutínio depende de ele ser feito com um toque de gentileza, bom humor e compreensão.”

Fevereiro de 2022 – Jubileu dos 70 anos de Rainha – 96 anos

    “Continuo a ser inspirada pela boa vontade que me demonstram. Espero que os próximos dias tragam a oportunidade de refletir sobre tudo o que foi realizado durante os últimos 70 anos, à medida que olhamos para o futuro com confiança e entusiasmo.”

Extraído de  Washington Post ,em tradução livre

    A figura feminina no lugar da realeza também não deixa de evocar vivências da nossa própria infância, onde as histórias de princesas vinham encantar a hora de adormecer.

          Assim, a Rainha também pertence um pouco ao domínio das lendas infantis, nesse à vontade desconcertante e misterioso com que as crianças lidam com o sublime e o sobrenatural.

      É por demais conhecido o humor subtil e espontâneo da Rainha, que transformou tantas ocasiões eventualmente triviais ou embaraçosas em momentos de delicioso divertimento. É neste contexto que se integra a história da sua amizade com o ursinho Paddington. Dela deixamos aqui, como recordação, o inefável encontro da Rainha com a sua personagem amiga, na ocasião convidada para tomar um chá, com sua Majestade, no palácio de Buckingham.

A Vida Exemplos que Iluminam – Agenda 22-23 – OE

 

50 Anos CAD – As Melhores Festas! – 1992

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    As Festas são momentos emocionantes em que festejamos acontecimentos especiais da nossa vida.

   Nas Festas, as pessoas estão alegres e conversam, conversam e nunca mais param, parecem umas galinhas, porque estão sempre: Blá, blá, blá…

   As pessoas, quando há festas, vestem-se muito bem, às mil maravilhas; usam penteados chiques e uns brincos a condizer. Há danças magníficas e uma música festiva ou natalícia.

    No dia 24 de Dezembro, passei o Natal em casa dos meus avós paternos e no dia 25, em casa dos meus avós maternos.

   No dia 24 vieram os meus primos, que eu não via há tanto tempo! No princípio, os primos mais velhos e eu lemos uma oração e os mais pequeninos cantaram músicas muito engraçadas; desejamos um Feliz Natal a todos e abrimos os presentes.

   Recebi tantas coisas que fiquei tão excitada! O jantar era perú com arroz de passas e pinhões, as entradas eram salmão, torradas, manteiga e outras coisas ótimas.

   A árvore estava lindísssima, com fitas douradas e bonequinhos pendurados. O presépio estava completo, com tudo, não faltava mais nada. A mesa, cheia de comida e era tudo tão bonito, era uma maravilha. O dia 25 foi também uma maravilha!

    Se não houvesse Festas, a vida não seria a mesma coisa, as pessoas não andavam tão excitadas e alegresl Para mim, cada acontecimento especial é uma Festa!

75 Anos CAD – Carlota Melo Nº4, 5ºA – 1992

50 Anos CAD – Festas, Férias, Ano Novo: Sempre! -1990

 

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      Eu consigo sentir as festas. Sinto-as vivas dentro de mim!

     Acho que as Férias e o Ano Novo são também festas. Todos os dias, só por serem diferentes uns dos outros, são festivos. Parar e refletir faz bem e é preciso. Ora, durante o período em que refletimos é como se fizéssemos umas longas férias!

      Longas, porque o pensamento vai para longe e transmite-nos uma grande felicidade, ao lembrarmo-nos dos nossos familiares, de quem muito gostamos, e também de momentos alegres da nossa vida. Só por nos transmitir esta maravilha, já é uma festa.

      Quando refletimos, sentimo-nos alegres, mas também que podíamos sentir-nos ainda melhor, se melhorássemos algo que estava imperfeito e procedêssemos melhor para com outras pessoas. 

      Estas paragens são avanços na cultura, mas uma cultura especial. A cultura familiar, isto é, como se deve proceder em casa com marido, mulher e filhos. A cultura da amizade, as relações que devemos ter entre amigos íntimos e colegas ou pessoas conhecidas. A cultura da ajuda aos mais necessitados.

     Sempre ouvi dizer que durante a nossa vida, vamos construindo uma escadinha para o céu, feita de boas ações. A ajuda aos mais necessitados é um bom passo para a construção da nossa escadinha.

75 Anos CAD – Susana Pinto, 6ºC – 1990

 

50 Anos CAD – Sonhando com o Futuro – 1992

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     São 10h da noite. Álvaro despede-se dos pais e vai-se deitar. Na manhã seguinte, acorda maravilhado com o sonho que tivera e resolve contá-lo aos colegas da escola: 

     – Eu encontrava-me num colégio que não tinha nada a ver com o nosso.

     A começar pelo edifício, que mais parecia uma nave espacial, até aos alunos e professores que faziam lembrar bonecos articulados, tudo era novidade para mim.

   Quer as carteiras, quer as cadeiras eram vidradas, tinham luzes de cores, faziam inmpressão aos olhos; não havia cadernos nem lápis, todo o material consistia em computadores portáteis.

   No refeitório, a comida era toda às bolinhas que me faziam lembrar comprimidos, sendo servida por robots.

     Nas casas de banho… bem, se vocês vissem, era tudo eletrónico. E as camas! As camas tinham o feitio de um ovo todo transparente que se abria e fechava.

    Quando eu já me estava a sentir integrado no meio daquele ambiente todos espacial, o despertador tocou e eu acordei. Afinal tudo não passava de um sonho, com muita pena minha.

75 Anos CAD – Ivo Mello 6º ano – 23/09/1992

50 Anos CAD – As FESTAS!!! – 2000

 

     

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     Olá! Aqui estou eu para vos explicar o que são festas, como passo as minhas festas e pode ser que ainda haja tempo para outras coisas.

      As festas fazem parte da nossa vida, são acontecimentos. É nas festas que há surpresas, muitas prendas, coisas maravilhosas.

     E alguém sabe o que é que nós queremos, nas festas? Todos nós queremos que o tempo não acabe, pois são momentos dilatados.

     Quais são as festas que todas as pessoas comemoram ao longo do ano? O Natal, a principal festa do ano; a Páscoa, que também é muito importante; o Carnaval, a festa das máscaras e ainda a passagem de Ano. 

     Muito bem, chegou o momento de vos dizer o que é o Natal e como eu passei o Natal e o Ano Novo.

   Já passaram dois mil anos que nasceu o Salvador do mundo, aquele bebé chamado Jesus, o filho de Maria, a Santa Mãe. Mas ainda não vos contei nada! O pai é o poderoso Deus. O homem que criou o planeta Terra; o Sol, isto é, a luz, a noite, o dia, os animais e coisas lindíssimas. Portanto, o Natal é o nascimento de Jesus Cristo, o verdadeiro Rei.

     Como eu passo o Natal? No Natal, eu vou para a terra dos meus Pais, o Soito; fica situado a Norte de Lisboa. No dia 24 de Dezembro, de 1999 à meia-noite, eu fui à missa do Galo, uma coisa esplêndida. Quando saí da missa, havia uma fogueira de quatro metros, linda! E os escuteiros tocaram tambor.

    Mas quando cheguei a Cascais, já estava com saudades lá do Soito. É um sinal de que eu adoro aquela terra. E é verdade.

    A passagem de Ano foi inesquecível! Este ano comemorei-a na Aroeira, com uns amigos, os meus Pais e o meu irmão Diogo. Quando cheguei, sentia alegria por ver ali amigos que já não encontrava há bastante tempo. Mas, medo também, só pensava: ” o Bug, o Bug, o Bug”.

     Entretanto, chegaram outros amigos, entramos em casa, estivemos a abrir prendas. Eu recebi um perfume “Freedom”, da Tommy, que, ao pô-lo, fez-me esquecer de tudo e, quando dei conta, estava em Plutão –  mas foi só um pensamento. Ofereceram-me também um fio com uma estrela encantada que me levou até à Lua de foguetão. Deram-me também uma saia e um casaco que fazia conjunto e eu fui parar às discotecas.

       Tive nas minhas mãos uma pulseira de ouro e um jogo de jóias que me fez lembrar uma rainha. Ainda me entretive um tempinho com os presentes que me ofereceram. E assim lá se passou uma boa hora.

    As minhas amigas e eu estivemos a dançar vários tipos de música. Quando olhei para o relógio já era meia-noite menos dez minutos. Então fomos todos para a sala pegar no copo de champanhe e nas passas. Uma amiga minha disse-me:

     – Se não gostas de passas, come três uvas. Ma comes uma de cada vez, que é para pedires três desejos. Pois se meteres todas na boca de uma só vez, não sabes qual é que estás a trincar e podes sem querer, pedir os três desejos numa só uva; portanto, uma uva de cada vez, um desjo de cada vez.

      E eu assim o fiz. Era muito mais saboroso e caíram muito bem no estômago. Na contagem decrescente: 25, 24, 23, 22, 21, 20, 19, 18, 17, 16, 15, 14, 13, 12, 11, 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1… E Eu estava novamente com o pensamento: ” O Bug, o Bug, o Bug”.

75 Anos CAD Inês Nabais, nº 13 – 5ºA – 7/01/2000

 

50 Anos CAD – Diário: Surpresa – 1992

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    Querido Diário,

    Eu gostava de te contar uma grande e agradável surpresa que eu tive num belo fim de semana. Os meus avós, no passado dia 22 de Agosto, fizeram 50 anos de casados . E é acerca deste assunto que eu te vou contar.

     Cinco dias antes dos anos de casados dos meus avós, a minha Mãe, misteriosamente, dizia: – Filipinho, tenho uma grande surpresa que nos aguarda.

     E eu, curioso e farto de roer as unhas, perguntei: 

     – Mamã! Diz-me, por Amor de Deus!

     E ela, vendo a minha cara desanimada, exclamou:

    – Só te conto amanhã, mas…só com uma pequena condição: hoje à noite, João Filipe Ramos, tu vais ter de comer a sopa toda!

     E eu, preocupado com a dor de barriga que a sopa me ia fazer, chorei, chorei e chorei… Passados já dois dias de os lenços de papel terem acabado, a minha Mãe deu-me mais uma pista:

     – Vamos viajar…

      E assim foi. No dia combinado, fomos para Tomar, onde tomamos grandes banhos de sol e no rio, pois a estalagem ficava na ilha. Mas para te confessar, o que eu gostei mais foi da viagem de barco que tínhamos de realizar para chegar à estalagem.

         Foram uns dias muito bem passados, onde todos se divertiram.

  75 anos CAD João Filipe R. – nº 15, 5ºA – 1992

 

Marandallah – Missão APÔH

 

Google Maps

     “Marandallah” é o nome mágico de uma comunidade distante, situada no interior da Costa do Marfim, na África negra, a 5 mil 440 kilómetros de Lisboa. 

     Aí vivem cerca de 40.000 pessoas, (segundo o censo de 2014) dispersas por 21 aldeias; unidas pela riqueza de um diálogo interminável, são diferentes religiões, visões do mundo e sensibilidades que mutuamente se escutam e enriquecem.

    Os missionários da Consolata vivem em Marandallah desde 2002; a sua ação centra-se na saúde, na educação e no diálogo interreligioso, pois empenham-se nessa comunhão criativa  e abençoada que une entre si a maioria muçulmana e as outras minorias religiosas.

Instagram – Missão Apôh

    O Projeto missionário dos 12 Jovens voluntários tomou o nome de “Missão Apôh – Costa do Marfim 2022”. “Apôh” significa “Amor”, em Senufo, que é a língua local de Marandallah.

Voluntários Missionários da Consolata    

     Na companhia do Padre Queniano Anthony Malila e de um casal de Leigos Missionários, a Iara e o Gonçalo, os 12 jovens partiram numa aventura que envolveu uma generosa disponibilidade para o esforço físico, a abertura de coração para o inesperado de uma partilha de vida com crianças e adultos, todos recetivos à graça do livre dom que sempre recompensa as nossas ousadias.

   A preparação para a Missão teve início em Novembro de 2021, ao ritmo de encontros quinzenais,  tendo os jovens lançado campanhas  em diversas paróquias e movimentos solidários. 

   Assim,  angariaram apoio financeiro, material escolar, material de cuidados de saúde e peças de vestuário; ao mesmo tempo que foram entrelaçando os seus laços de jovem comunidade no tecido do projeto em gestação. 

Centro de Saúde de Marandallah

    Reabilitar e equipar uma escola pré-primara bem como o centro de saúde de Marandallah foram os objetivos contabilizáveis, cujo sucesso ficou verificado em obra feita, mediante horas dispendidas em generoso empenho.

   Porém, fica  ainda por dizer o inefável encanto das presenças infantis que trouxeram a graça livre das suas brincadeiras, a descoberta dos outros na sua indizível proximidade ao nosso coração, o restaurador afago da natureza envolvente, na sua  viva beleza tropical, e toda esta misteriosa comunhão adensando-se na partilha sentida das eucaristias.

Escola Pré-Primária de Marandallah

       Podemos seguir os vestígios de ouro desta aventura única , lendo o Diário dos Jovens no seu Facebook ou Instagram; esperamos ainda poder encontrá-los pessoalmente, em cordial entrevista, a fim de a transmitir aos nossos Alunos, tanto mais que neste grupo juvenil se encontra também a Mafalda, nossa querida antiga Aluna. 

      A realização deste projeto corajoso abre-nos um horizonte de mil possibilidades de Paz para o mundo; quem dela se aproxima com boa-vontade, recebe as suas sementes de Vida, recheadas de poder transformante.

 

Com a Missão Apôh Partilha de Inspirações – OE

5O Anos CAD – Entrada de Diário – 1992

 

     

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      – Avó!

    – Sim.

    – Conta-me como te sentiste quando passaste para o quinto ano. 

    – Bem, quando passei para o 2º ciclo…

     – 2º ciclo? – perguntavam os seus netos.

     – Era como se chamava naquela altura. Bem, quando passei para o 1º ano, estava ansiosa por conhecer os professores e habituar-me ao “Hábito” do ciclo. Gostava de todas as professoras, além de as confundir um pouco. Naquele tempo, quando passávamos para o 5º ano, eram separadas as turmas, por isso fiquei triste de perder amigos, mas fiquei feliz de ficar amiga de outros. Éramos uma turma só de bons alunos, mas atrevidos e conversadores. Os primeiros dias foram divertidos, porque os “stôres” faziam rir. 

    – “Stôres”, avó?

    – Era o hábito do 5º ano.

     – Avó!, a sua escola era só de meninas? 

     – Não! Era mistura.

     – Com rapazes na mesma aula? 

     – Esse é que era o problema; eram muito chatos!

     – Ah, ah, ah! Ainda são!

     – Bem, queridos, vamos lanchar. A avó fez uma tarte de maçã e o bolo de ananás que vocês tanto adoram!

      A avó vai ao frigorífico e serve os seus netinhos: 

     – Hugo, não sejas egoísta, também queremos comer.  – diz uma das suas netas.

     – Filipa e Helena, há para todos.

     – Avó, os bolos estão uma delícia!

75 Anos CAD Ana Pessoa, 5ºB nº2 – 1992

 A nossa querida Aluna Ana, tal como o anunciou aos 10 anos,  tornou-se uma Verdadeira Escritora