À Conquista de uma Língua – II

Image by Vicki Hamilton from Pixabay 

          O exame parecia ser realmente duro, mas eu tinha de ser ainda mais duro, para permanecer um candidato com mérito no Centro de Línguas. Comecei as aulas como um iniciado, visto ter falhado redondamente no exame de entrada. Dei o meu melhor, só me ofereceram 5 meses para dominar o Inglês, tanto falado como escrito.

    Inglês tem uma estrutura muito diferente da língua Portuguesa, que é a minha língua oficial. Assim, tive de “reiniciar” a minha memória, a fim de criar espaço para a nova estrutura do Inglês.

   O primeiro mês foi um inferno. De facto, a certa altura, senti vontade de desistir e voltar para o meu país. O fator motivante foi estar em discernimento para ser um missionário da Consolata, e ter consciência de que, a certa altura, seria obrigatório aprender uma nova língua.
 Portanto, eu tinha de a aprender a bem ou “à lei da bala”.

  No segundo mês, comecei a agarrar as estruturas básicas e consegui expressar-me e falar um pouco de Inglês com fluência. Isto deu-me um forte desejo de continuar a esforçar-me mais e a pesquisar vocabulário para enriquecer a minha gramática.

   Fiz isto dia e noite, e agora já não tinha receio de comunicar com os meus confrades, independentemente da fragilidade da minha expressão oral. Eles riam-se da estrutura pobre das minhas frases, mas também me corrigiam e me guiavam muito bem.

    Certamente serei para sempre devedor aos muitos amigos que
estiveram a meu lado nesta jornada da língua, bem como aos meus
professores – Que Deus vos abençoe sempre…!

   Dizem que o homem mais forte é o que enfrenta o desafio em vez
de fugir. Apesar de todos os desafios mencionados, consegui aprenderInglês e agora até consegui fazer uma licenciatura em Filosofia, totalmente em Inglês.

     Tento, dia após dia, aperfeiçoar o meu Inglês. Também estou a
tentar aprender Kiswahili, o que me ajudará no trabalho pastoral com os Cristãos.

Deus abençoe o Quénia e o seu Grande Povo!!!

Marciano Abam Na Salu,

Noviço no Seminário da Consolata em Nairobi, Kenya

O Tempo Não Volta – II

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    Nós entregamos de mão beijada, para pessoas, para coisas, para situações que não merecem um segundo do nosso Tempo.

     Eu vou ver mesmo este filme? É a sério que eu vou ver sete temporadas desta série? Esta série vai-me tornar alguém melhor? Ou esta série vai-me incentivar a trair os meus Amigos, a trair a minha Namorada? A ser uma pessoa de menos caráter?

      Então é a sério que eu vou – imagina uma série que tem cinquenta minutos; há séries em que cada temporada tem catorze episódios; e há séries em que há oito temporadas de catorze episódios. Faz a conta: Tu perdeste uns três meses. Sem dormir. Tu simplesmente riscaste do teu calendário três meses. Literalmente, tu fizeste: ” – Eu não quero ter vivido Agosto, Setembro nem Outubro. Arranca da minha vida esses meses.” E depois, quando chega o final, tu dizes: “Ah, eu queria ter mais uma semana!” Mas tu tiveste! Só que rasgaste esse tempo, que hoje, é o minuto zero na nova vida!

O Tempo não dá para escolher de trás para a frente!

       Não dá para escolher viver o minuto zero. No minuto final, não há como. Quando chegar o minuto final, já era; acabou o fazer só mais um bocadinho de tempo, é impossível. Quando o ponteiro aponta ali, acabou. Não dá mais “vou voltar”.

   Esse tem que ser o nosso foco diário. Nós temos que abrir o olho, essa tem que ser a primeira pergunta do dia: “Onde vou investir o meu tempo?”

Escrita Livre MD6D

À Conquista de uma Língua – I

Image by Vicki Hamilton from Pixabay      

    Sou Marciano Abam Na Salu da Guiné-Bissau. Sou um seminarista da Consolata, que aspira vir a ser Sacerdote num futuro próximo, pela vontade de Deus.
     Estou no Quénia há cerca de quatros anos. Devo confessar que
aprendi muitas coisas da cultura Queniana e do seu povo fantástico.
     Quando vim para o Quénia, estava completamente verde em Inglês, por isso, comunicar e interagir com os outros foi uma tarefa íngreme.
   Como diz Martin Heidegger, “a linguagem é a casa do ser”. O homem não pode relacionar-se com o outro sem o conhecimento da da sua língua.
    O modo como o ser humano pensa, o modo como ele ou ela se
comporta é fortemente determinado pela sua cultura e, especificamente, pela sua língua.
     A linguagem humana é convencional e usa signos e símbolos que
devem ser aprendidos. Assim, a língua é especificamente um assunto humano!
     O meu principal objetivo, ao estudar a língua Inglesa, foi ajudar-me na minha jornada filosófica, dado que aspiro a ser um Sacerdote da Consolata.
      Tenho de deixar claro que, no Centro de Línguas, as coisas não
foram propriamente um passeio. A minha primeira experiência, num país estrangeiro, com uma língua completamente diferente da minha, foi uma verdadeira lição de estar em terra alheia.
      As únicas possibilidades viáveis ao meu alcance eram ou ajustar-me e aprender Inglês, ou voltar para o meu país como um perdedor.
   Lembro-me muito bem do meu primeiro dia no Centro de Línguas.
Fui acolhido com um exame, feito pela professora Lucy Kavivi, a fim de determinar que nível era suposto eu integrar.
     O exame parecia ser realmente duro, mas eu tinha de ser ainda
mais duro, para permanecer um candidato com mérito no Centro de
Línguas.

(Continua)

Marciano Abam Na Salu,

Noviço no Seminário da Consolata em Nairobi, Kenya

O Tempo Não Volta – I

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     I

    O Tempo só anda para a frente, o relógio só anda para a frente: o tempo que passou, ficou para trás. Por isso nós não podemos perder tempo e temos que usar esse tempo com criatividade.

   O Tempo não volta nunca mais. Em que vamos nós investir a moeda mais preciosa do mundo?

   Muita gente, neste exato momento, pagaria biliões e talvez triliões de euros, para ter um segundo a mais e… queres saber? Toda a gente aqui não tem apenas um segundo: nós temos anos pela frente.

     A vida é uma só e o Tempo não volta.

    O Tempo é muito valioso, e sabes porquê? Imagina o homem mais rico do mundo, já com cancro, em estado terminal. Quanto dinheiro achas que ele pagaria para ter mais cinco anos de vida?

     Todo o dinheiro do mundo. Mas tu queres saber: todo o dinheiro do mundo não compra um dia sequer a mais; porque nós nem vendemos, nós damos o nosso Tempo.

Escrita Livre – MD6D

Horizontes da Família

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           A Família protege e ajuda os Filhos e transmite-lhes valores.

     A Família tem uma função de psicólogo: ajuda a resolver problemas, apoia a expressar sentimentos, injeta confiança, leva a ultrapassar os medos.

      Os Pais servem os filhos; nenhuma barreira consegue furar o amor dos Filhos e dos Pais.

      Os Filhos ajudam os Pais a pôr a mesa. Quando a Mãe está muito cansada, também a ajudo no trabalho de casa para ela não se cansar. 

     Os Filhos abrem o horizonte de vida dos Pais.  Os Filhos transmitem amor, gratidão, admiração, confiança e alegria aos Pais.

     A Família é um ambiente de  interagir e de colaboração. Em Família aprende-se a viver momentos difíceis que nos interrompem e atrapalham.

    Os Filhos são os pequenos mestres que levam os pais a refletir e a auxiliá-los nos seus problemas na vida. 

MC6A

Marandallah – Missão APÔH

 

Google Maps

     “Marandallah” é o nome mágico de uma comunidade distante, situada no interior da Costa do Marfim, na África negra, a 5 mil 440 kilómetros de Lisboa. 

     Aí vivem cerca de 40.000 pessoas, (segundo o censo de 2014) dispersas por 21 aldeias; unidas pela riqueza de um diálogo interminável, são diferentes religiões, visões do mundo e sensibilidades que mutuamente se escutam e enriquecem.

    Os missionários da Consolata vivem em Marandallah desde 2002; a sua ação centra-se na saúde, na educação e no diálogo interreligioso, pois empenham-se nessa comunhão criativa  e abençoada que une entre si a maioria muçulmana e as outras minorias religiosas.

Instagram – Missão Apôh

    O Projeto missionário dos 12 Jovens voluntários tomou o nome de “Missão Apôh – Costa do Marfim 2022”. “Apôh” significa “Amor”, em Senufo, que é a língua local de Marandallah.

Voluntários Missionários da Consolata    

     Na companhia do Padre Queniano Anthony Malila e de um casal de Leigos Missionários, a Iara e o Gonçalo, os 12 jovens partiram numa aventura que envolveu uma generosa disponibilidade para o esforço físico, a abertura de coração para o inesperado de uma partilha de vida com crianças e adultos, todos recetivos à graça do livre dom que sempre recompensa as nossas ousadias.

   A preparação para a Missão teve início em Novembro de 2021, ao ritmo de encontros quinzenais,  tendo os jovens lançado campanhas  em diversas paróquias e movimentos solidários. 

   Assim,  angariaram apoio financeiro, material escolar, material de cuidados de saúde e peças de vestuário; ao mesmo tempo que foram entrelaçando os seus laços de jovem comunidade no tecido do projeto em gestação. 

Centro de Saúde de Marandallah

    Reabilitar e equipar uma escola pré-primara bem como o centro de saúde de Marandallah foram os objetivos contabilizáveis, cujo sucesso ficou verificado em obra feita, mediante horas dispendidas em generoso empenho.

   Porém, fica  ainda por dizer o inefável encanto das presenças infantis que trouxeram a graça livre das suas brincadeiras, a descoberta dos outros na sua indizível proximidade ao nosso coração, o restaurador afago da natureza envolvente, na sua  viva beleza tropical, e toda esta misteriosa comunhão adensando-se na partilha sentida das eucaristias.

Escola Pré-Primária de Marandallah

       Podemos seguir os vestígios de ouro desta aventura única , lendo o Diário dos Jovens no seu Facebook ou Instagram; esperamos ainda poder encontrá-los pessoalmente, em cordial entrevista, a fim de a transmitir aos nossos Alunos, tanto mais que neste grupo juvenil se encontra também a Mafalda, nossa querida antiga Aluna. 

      A realização deste projeto corajoso abre-nos um horizonte de mil possibilidades de Paz para o mundo; quem dela se aproxima com boa-vontade, recebe as suas sementes de Vida, recheadas de poder transformante.

 

Com a Missão Apôh Partilha de Inspirações – OE

O Pacto Global para a Educação

 

Pacto Educativo Global – PDF

     Em setembro de 2019, o Papa Francisco convidou à criação deste documento prático, publicado em Outubro de 2021, que propõe 7 linhas de ação para orientar a renovação do processo Educativo em todo o mundo; o seu objetivo final é contribuir eficazmente para uma “nova solidariedade universal” e uma “sociedade mais acolhedora”.

    Aludindo ao provérbio africano “é preciso uma Aldeia inteira para educar uma Criança”, o Papa pede que se construa, primeiramente, esta “Aldeia educativa”: ela apresenta, afinal, o dinamismo de uma “jornada partilhada” que se realiza por atos de “coragem”:

          • A coragem de colocar a Pessoa Humana no centro.
          • A coragem de investir as melhores energias de cada pessoa com criatividade e responsabilidade.
          • A coragem de formar pessoas capazes de se entregar em Serviço à Comunidade.

     Organizado em 7 secções, o documento apresenta, para  cada um dos 7 compromissos, uma breve definição, algumas ideias para reflexão, os principais valores em presença e preciosas sugestões para os Educadores e os Educandos concretizarem, na realidade viva da Escola, estes projetos transformadores

Site de Global Education Compact – OE

O Direito a Ter Razão

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      Os Adultos, tal como os jovens, têm direito à razao, mas nem sempre têm razão.

     Há muitas crianças que, por exemplo, corrigem os professores quando estes escrevem alguma palavra mal, mas os professores dizem que não é verdade, porque não querem ver o seu poder a desmoronar-se.

      Para além disso, muitas crianças sentem-se desmotivadas por pensarem que não têm razão, quando, na verdade, têm.

      Para concluir, penso que os adultos devem assumir o erro, respeitando-se a si mesmos e aos mais novos.

MF6C

Conversas em Despedida – II

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 Sobre a Felicidade
MJ A Felicidade, para mim, é ter Amor. Pode ter limites, mas também pode ser inesgotável. 
 Cuidar das Relações
MJ – Dar Amor; Ser bom com essas pessoas no dia a dia, com exemplos concretos: Dizer às pessoas que elas estão bonitas; que eu gosto delas. Passar tempo com elas. Ao jantar, por exemplo, aproveito para conversar. Quando a Mãe está a fazer a comida, fico a falar com ela. Claro que o micro-ondas é muito rápido, se ela estiver a fritar batatas, é muito rápido, mas tenho tempo para conversar com a Mãe. 
Brincar com os Pequeninos
MJ – Gosto de brincar com os sobrinhos, acho fofo, por exemplo, tenho umas rodelinhas com mordedor de bebé; tenho uma florzinha de espelho que fica a fazer-se; faço de leão a rugir e a pequenina ri-se. Quando começa a comer a papa, parece que não está a gostar, mas depois vê-se que está deliciada. Algumas pessoas parecem ser racistas; vi três meninos de cor a brincar e tiveram que ir para casa.
 2 Dias para Transformar Algo no Planeta 
MJ – Só em dois dias, tinha de ser muito rápida! Acordava muito cedo para ir ajudar o Planeta, para ficar limpinho, sem uma única poluição; todas as beatas e latinhas punha num saco de reciclagem. Ia a várias partes do mundo só para tirar lixo. Infelizmente, há pessoas que deitam lixo para o nosso terreno.
Uma Visão do Futuro 
FC – Estamos a 17 de Maio de 2042. Vivo numa “casa do Futuro”, com a minha Namorada. Tenho dois Filhos e empregados robôs. Sou campeão de natação e o meu ídolo é Michel Phelps. Sou designer, ou arquiteto ou biólogo marinho. Continuo a gostar de Ciências. 
Conselhos para Estudar
FC – Quando a matéria de estudo tem um vídeo, na Escola Virtual ou no Classroom, eu ia ouvindo, parando e fazendo apontamentos. Mas mesmo assim, não é suficiente para tirar a Boa Nota que eu quero.
Conversas na Oficina – FC e MJ 5A

 

O Tesouro da Família e dos Amigos

     

   cadescrita.org

     Pais e Irmãos têm o mesmo sangue e damo-nos tão bem que nunca nos vamos afastar. Às vezes, a minha Irmã mais velha e eu, zangamo-nos, mas depois fazemos as pazes.

     Um dia, também  eu irei ter uma Família e estou ansiosa de ir fazer os lanches dos meus filhos, dar abraços… vai ser incrível!

      A minha Família e eu estamos a combinar uma ida ao Alentejo no inverno; a paisagem é muito linda: ficam os campos cobertos de flores. 

     Eu adoro os meus Amigos. Eles ajudam-me em tudo o que eu preciso. As minhas atividades favoritas com as minhas Amigas são estarmos todas à volta de uma mesa e “fofocar”; também adoro fazer festas de pijamas e ir a festas.

     Gosto muito, muito, quando estamos todas juntas!

CP5C

As Quatro Casas

Image par Prawny de Pixabay 

    Temos quatro casas: uma é o Planeta, onde vivemos, a segunda é a nossa própria casa, com a nossa Família,  a terceira é a nossa Escola e a última é a casa Dentro de Nós.

     Na casa  da Família, nós nascemos, comemos; aprendemos a receber e a agradecer; também aprendemos a amar a Família que nos ajuda nas dificuldades.

      A Casa da Escola é importante, porque aprendemos muitas coisas, e onde também não aprendemos só os estudos: aprendemos sobre a Vida. Para mim é mais importante sabermos como é a Vida do que os estudos.

        A Casa da Família é um lugar que nos mantém seguros; também aprendemos as coisas básicas, como falar corretamente, ser bem educado, isto para mim é muito importante, porque estamos a aprender sempre mais.

(Continua) Texto a Duas Mãos – SR6A e JS6A

Tema inspirado em Ecologia Emocional para Crianças de Jaume Soler y Mercé Conangla