A Dança do Céu e da Terra

   dan

   Image par kordula vahle de Pixabay 

     O mar espraiava-se com suavidade e o contorno das franjas de espuma parecia imitar um céu coalhado de nuvens esfiapadas.

   Constança e Beatriz vinham saborear  aqueles instantes de rara beleza,  em que não distinguiam se era o enigma do céu espelhando o mar ou o reflexo ondulante do imenso azul que as cativava.

   Como podiam as rendas de espuma imitar assim a filigrana das nuvens?

  Um algodão líquido, penugento, parecia deslizar sobre a areia, formando pequenos sulcos de impecável brancura.

   Ao mesmo tempo, lá no alto, um vento manso dedilhava as fileiras de nuvens formando arcos de pura lã a desfiar-se no azul.

 Deliciavam-se assim, na frescura da manhã recém-nascida, adivinhando a  divina fantasia que convida a dançar a Terra com o Céu.

Com BF e CR 7A – Partilha de Inspirações – OE

Festa das Mães 2020 – História para a Mãe, Antes de Adormecer

Image par Margitta Wünsche de Pixabay 

     A Constança preparou uma surpresa para a Mãe.

   Foi contar-lhe uma história para adormecer, pois era uma daquelas Mães que não conseguem dormir, preocupadas com o comportamento das filhas.

    A Constança queria dar-lhe um presente muito bom, no Dia da Mãe, de que ela nunca se iria esquecer, um presente magnífico, mágico, cheio de purpurinas!

   Então, Constança andava pelo quarto, à procura de objetos inspiradores, quando, ouviu um som que vinha do sótão.

   Ela estava a tremer de medo, a pensar se seria um ladrão, como qualquer criança que estivesse sozinha em casa, e ouvisse um som.  

   Abriu as escadas do sótão, deu dois passos e o som vinha cada vez mais perto.

   Quando chegou ao fim do passo, viu uma sombra com orelhas a andar pelo chão do sótão. Viu uma panela e agarrou nela; foi avançando devagarinho, enquanto a sombra se aproximava cada vez mais, até que apareceu à frente dela e foi de repente apanhada pela panela.

   Constança reparou então que a sombra era a de um gato, mas não era um gato normal: tinhas patas com garras compridas, pelo escuro, usava uma máscara branca a tapar a maior parte da cara, orelhas muito compridas, que pareciam as de um coelho , mas eram diferentes, e uma cauda comprida que terminava em carapaça de caracol.

   Constança foi buscar uma cadeira e uma corda de brincar e amarrou-o à cadeira.

    Constança perguntou:

   – Quem és tu e o que fazes aqui? Precisas de alguma coisa? Eu não tenho dinheiro!

     O Gato respondeu:

     – Não te quero fazer mal, não quero dinheiro nenhum, só quero ver a Patrícia.

     – Para que é que queres ver a minha Mãe?

      O Gato, que era muito matreiro, estava sempre a sorrir e tinha ar de ser mágico, respondeu:

       – O meu nome é Dusckit, vim ajudar a tua Mãe a ter bons sonhos, sonhinhos mágicos! Com aquelas coisas que as meninas gostam de sonhar…

    – E como vais fazer isso?

          (Fim da I Parte)

 Festa das Mães 2020 – Criação Oral de Texto – CR7A

A Menina Vestida de Branco – II

menina de branco

Imagem livre Pxfuel.com

     Quando subiu para um sótão, começou a ter uma lembrança estranha. Começou a dizer para si mesma:

     – Falta aqui alguma coisa?

    Estava sempre a olhar para todos os lados do sótão e não encontrava nada. A caixa onde vinha a sua melhor Amiga de infância tinha desaparecido!

     Carolina, começou a recordar o passado: quando tinha ido apresentar a sua melhor amiga aos pais, dissera:

   – Mãe, Pai, olhem! Tenho uma melhor Amiga!

    Enquanto os pais ficaram a olhar, como que  a dizer: “- Onde está ela?”

    Carolina tinha explicado:

    – Está mesmo aqui ao meu lado! Vocês não a veem?

    Enquanto os pais olhavam em suspense…

    Carolina continuou a recordar que, passado o segundo dia, quando os Pais se despediram dela para irem trabalhar, Carolina, tinha-se despedido e ficado um pouco triste. Mas depois pensou assim: “  – Já sei quem me pode animar!”

 Então foi a correr para o sótão, chegou logo e abraçou a amiga.

    Nesse segundo dia, Carolina tinha perguntado com expectativa:

   – Estranho! Nós somos amigas, como é que eu ainda não sei o teu nome?

    –  Bem, o meu nome é Lucy.

   Então Carolina disse:

   – O teu nome é Lucy? Que prazer conhecer-te, Lucy!

     –  E já agora, quantos anos tens?

     – Tenho oito anos!

     Carolina disse assim:

    – Eu tenho seis anos. Então isso quer dizer que eu posso chamar-te de irmã mais velha!! Sempre quis ter uma irmã mais velha, ou uma irmã mais nova, ou a irmã do meio!

     As duas, sempre a conversar, até desenhavam nas paredes, pulavam no velho colchão que havia lá no sótão…

    Então, Carolina veio a correr até à cozinha, onde estavam o Pai e a mãe, e gritou, nervosa:

     – Pai, Mãe, onde está a caixa escura que eu tinha lá no sótão?

    A Mãe esclareceu:

    – Está na venda de garagem. Porquê?

     – O QUÊ???

     Largou a correr, desesperada, com medo que alguém tivesse levado a caixa e, ao chegar à garagem, a caixa já não estava lá!!!!

   Então Carolina, lamentou-se, com lágrimas nos olhos:

    – Por que é que eu desisti dela????

    Os Pais acorreram, preocupados com o que se passava com ela. Já em casa, Carolina estava a chorar e os Pais perguntaram:

    – O que é que aquela caixa tinha assim de tão importante?

    Carolina respondeu:

    – Vai ser um bocado confuso para vocês. Eu conheci uma menina chamada Lucy, que ainda tem oito anos. Ela tem sempre oito anos.

    Os Pais interromperam:

    – Uma menina chamada Lucy? Tu antes tinhas uma irmã mais velha… de cabelo escuro, encaracolado… usava um vestido branco com um chapéu branco e um laço amarelo…

CAD em isolamento

 Conversas na Oficina – Criação oral de Contos – CR7A

A Menina de Vestido Branco – I

   menina de branco   Imagem livre Pxfuel.com

    Havia uma menina que estava sempre sozinha em casa. Ela queria uma amiga para brincar, então um dia conheceu uma menina.

     Foi ao sótão e encontrou uma caixa de música escura. Quando a Carolina pôs a música a tocar, apareceu uma menina vestida de branco e com um chapéu branco, que tinha um laço amarelo.

     Era uma menina com o cabelo curto, encaracolado, preto; olhos grandes, cintilantes, tinha sempre um sorriso muito brilhante no rosto.

    Esta menina vinha do Passado; era uma criança a quem também tinha acontecido a mesma situação.

    Enquanto a Carolina estava a ouvir música, a menina de branco lhe disse:

    – Olá, quem és tu?

    E a Carolina gritou de espanto:

     – Meu Deus! Como vieste parar aqui?

    Depois Carolina acrescentou:

    – Tu és um fantasma?

    E a Menina disse-lhe:

     – Bem, mais ou menos… Queres ser minha amiga?

     Carolina, com um ar confuso, respondeu:

    – Está bem, sou tua amiga, mas tens de parar de me assustar!

     A partir daí, Carolina começou a habituar-se mais à Menina de Branco e ia sempre visitá-la ao sótão enquanto os Pais saíam de casa.

    Quando a Carolina já tinha 15 anos, estava mais ligada às cenas da internet, e truques de adolescentes, e a telemóveis, a Menina de Branco começou a sentir-se mais isolada no seu sótão.

    Até que um dia, o Pai de Carolina lhe pediu para ir ao Sótão. Carolina disse com um tom arrastado:

    – Ok, pai, eu voooouuu…

(Fim da I Parte) 

CAD em Isolamento – Criação Oral de Contos – CR7A

A Coelha Mágica

coelhinhoImagem de Simona Robová por Pixabay

     Era uma vez uma Coelha mágica, chamada Milly; ela adorava brincar, saltar, cantar, dançar, pintar, abraçar e de receber festas.

     Esta Coelha não era uma coelha normal, era uma coelha Mágica, sobretudo, e também era uma boneca que estava numa loja cheia de objetos estranhos e antigos, com mais de 200 anos, numa caixa cor de rosa, com um laço à volta e flores.

     Dentro dessa caixa estava Milly; ela estava desligada, já durante dias à espera que alguém a adotasse.

     Um dia, uma menina chamada Isabel, andava pela loja, à procura de algo muito adorável, talvez um peluche fofo como Milly.

     Então, Isabel começou a mexer em prateleiras para ver se encontrava algo e… BUM!

    Assustada, Isabel foi ver o que tinha caído: uma caixa cor de rosa! Isabel, curiosa, foi ver o que era; mal abriu a caixa, fez uma cara feliz, dizendo:

     – Oh, meu Deus! Que coisa adorável! É uma coelha com pelo branco e de olhos fechados!

     Isabel tentava tirá-la da caixa, mas não conseguia. Então resolveu levá-la para casa. Ao chegar, gritou:

    – Mãe, já encontrei o meu presente de anos!

(Continua) –  CR7A

O Meu Amigo Panda Vermelho

panda vermelho comendo bambuImagem de kaz turner por Pixabay

     O habitat deste Panda era uma floresta na China, à beira de um lago cheio de nenúfares que largavam pólen para todo o lado, com suas pétalas voando e dançando  ao som do vento.

     Era uma manhã luminosa de Outono. Despertando de um sono delicioso, o Panda vermelho acordou com a cócega leve de uma pétala no focinho. 

     Mal acordou, esticou-se e abanou a barriga macia, peluda e gordinha. Todas as manhãs ele ia à caça de comida saborosa, como as tenras folhas de bambu.

     Nessa manhã, o Panda foi a casa de uma menina pequenina que vivia com os pais. Na mesa, havia panquecas, recheadas de manteiga, com um molho delicioso decorado com frutos vermelhos.

     O Panda chegou-se à bancada e tentou roubar as panquecas, mas não foi a tempo, porque a menina chegou à cozinha.

   O Panda tinha entrado pela janela da cozinha,  mas a menina, rapidamente, fechou-a: o Panda queria fugir, mas não conseguiu; então, escondeu-se debaixo da mesa.

     Quando a menina tirou a caneca do micro-ondas, deixou cair o chocolate quente e as bolachas! Ela ficou com uma cara!

     Entretanto, debaixo da mesa, ele estava a preparar-se para fazer das bolachas os seus alvos inocentes.

(Continua)

CR7A

A Raposa Cor de Rosa

 Foto: Miguel R   Grafiti Street Art – Lisboa

    Era uma vez uma raposa cor de rosa que tinha uma coroa e uma coleira com uma estrela. Ela adorava purpurinas e brilhantes e vivia no seu Reino.

     O nome dela era Rosa; o seu trabalho era passar tempo com crianças e brincar.

     Ela não era a única importante; havia outras três que se sentavam com ela e eram as guardiãs: a “Branco” que era uma leoa, a “Amarelo” que era um veado e a “Azul” que era uma coruja.

     Cada uma delas tinha um Mundo próprio: o mundo da “Branco” chamava-se “Terra Natal”, o mundo da “Amarelo” era “As Luzes de Outono” e o da “Azul” era “As Lágrimas do Oceano”.

     Mas a Rosa não tinha o seu próprio mundo; se ela tivesse um mundo, ela levaria para lá todas as crianças que não tinham casa, comida, e sentiam frio. Mas com o seu coração, ela aqueceria essas crianças; com o coração mais amável do mundo, o mais brilhante e lindo do mundo – assim o disse às guardiãs.

     Então, as Guardiãs começaram a olhar umas para as outras e disseram:

     – Sim, nós vamos deixar-te ter o teu próprio mundo.

      A Rosa começou a chorar lágrimas de felicidade. Chamou ao seu mundo “Onde os sonhos de todas as Crianças se tornam Realidade”.

      Depois de milhares de anos, o Reino continuava a evoluir, cada vez maior, cada vez com mais crianças, cada vez com mais amor no Mundo.

CR7A

Uma Viagem Inesquecível

veleiro no marImage parBruno Glätsch de Pixabay 

     O que dá sentido a esta Viagem é fazer novos Amigos, estudar mais…

     Os novos Amigos são Beleza, são toda a gente e o estudo é interessante, porque todos os dias nós aprendemos coisas novas para sermos alguém no Futuro.

     Eu tenho a certeza que hei-de chegar lá, ao destino da Viagem, só tenho que trabalhar mais. Tenho que aproveitar a vida antes de ser adulta, porque ser criança é divertido: podes comer as bolachas que quiseres, podes viver o tempo a brincar com pessoas novas que são maravilhosas.

     A Pessoa que escolho para ir mais perto é a Maria, porque é querida, amigável, maravilhosa.

    O que me inspira mais nela é que, se tem um problema, esse problema não consegue não deixá-la ser quem ela é. Está sempre disposta a fazer tudo, a ajudar, é a minha melhor amiga.

     O que me ajuda a ser eu própria é que posso inspirar-me enquanto desenho, mas tem mais força o tempo que passo com os meus Colegas e Amigos: as histórias que eles contam é que me inspiram para desenhar, para escrever…

     O que torna a minha Viagem única são os novos Colegas, novos Professores, novas Vigilantes, mas também eu sou única no Mundo e isso me faz ser feliz.

CR7A