O Apelo do Mar nas Raízes de Portugal

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    Quando o Papa Francisco se reuniu com os representantes oficiais da nossa Democracia, chamou a  Lisboa, “a capital do mundo“, fazendo ecoar uma outra expressão utilizada por outro Papa que designou Fátima como “o altar do mundo“. Que aproximações se podem traçar entre estes dois centros de experiência humana?

   O Papa Francisco justificou aquela designação, lembrando que Lisboa tem sido, ao longo da sua história, “cidade do encontro que “abraça vários povos e culturas e que, “nestes dias, se mostra ainda mais universal” pela rumorejante multidão festiva e juvenil que fez ressoar pelas ruas da velha capital o desafio de um Futuro aberto ao infinito; assim também, a humilde povoação da Serra de Aire veio a tornar-se ponto de incessante reunião de uma multidão diversa e solidária, em cujo abraço acolhedor se podem reconhecer todos os povos da terra, à luz do desafio divino que três jovens Pastorinhos proclamaram.

   “As raízes” da alma de Lisboa, como as de Fátima, são as do próprio país que é Portugal, na sua vocação de abrir-se ao mundo desconhecido, fazendo-se ao largo por irresistível atração de “novos e amplos horizontes“. O mar é, hoje, a metáfora viva desse misterioso chamamento: um apelo que não cessa de ecoar no ânimo de cada português, e que o fazrefletir sobre os imensos espaços da alma e sobre o sentido da vida no mundo“, olhando “para cima, elevando-se para o infinito“.

Com o Papa Francisco, JMJ23 e OE

O Papa em nossa Casa

     

foto de canal o sapo

     O Papa Francisco está connosco e, se assim o desejarmos, veio para ficar. E com ele os jovens participantes na Jornada. Com efeito, para o Papa, os jovens têm “um potencial inimaginável” e são o “hoje”, não apenas o futuro, mas o verdadeiro presente da História.

    Sim, vieram para ficar em Cascais; em primeiro lugar, por meio do impacto transformante das Jornadas Mundiais, de que ele próprio espera “sementes de Futuro”; em segundo lugar, o Papa também já vive em Cascais, com os jovens, por meio do florescimento das Scholas Ocurrentes que germinam entre nós, em pleno centro histórico, animadas por mais de 200 estudantes, desde 21 de Março de 2019.

   Nestas “scholas” os jovens expressam-se através das Artes visuais e da música, elaboram projetos de intervenção no mundo real, com um sentido de “cidadania” e de “responsabilidade” que se alarga a todas as questões cruciais do nosso mundo.

    O potencial de vida oculto nesta visita, a expressar-se no encontro que se desmultiplica em milhares de convívios cruzados, na partilha  entre desconhecidos de países diferentes, nos diálogos entre amigos que prepararam longamente a jornada, nunca se esgota nos eventos celebrativos, pelo contrário, transborda deles com ímpeto irreprimível para fora das margens do tempo.

   As palavras do Papa e as palavras dos Jovens, entrelaçadas em interminável diálogo, traçam juntas a mensagem que desenha um rosto interior em que se hão de reconhecer as gerações livres chamadas a conduzir o mundo.

JMJ Lisboa 2023 – OE