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Quando se entra, o nosso olhar é logo atingido pelos pequenos ramos de flores estampados no branco limpo do papel que forra as paredes, tornando o meu quarto confortável e acolhedor.
Logo depois, a nossa atenção é chamada pelo leve tic-tac que vem da mesa de cabeceira, onde um pequeno e antigo despertador verde dá um ar misterioso ao quarto, fazendo-nos pensar que este está a meditar.
Também nesta mesinha está um pequeno naperon que, com suas cores claras condiz perfeitamente com um pequeno candeeiro de pé de madeira que à noite ilumina uma imagem de Nossa Senhora, que, tão simples, mas tão bela, parece incendiar-se com a luz.
No meio do quarto, uma mesa de madeira muito lisa e brilhante, faz-nos convencer que pertence a um grande armário, onde, do lado direito, bonecos diferentes parecem representar uma peça de teatro.
Em cima da cómoda estão vários livros, uns em cima dos outros, prontos para serem lidos e cujos títulos variados despertam curiosidade.
A grande janela, que dá para uma pequena varanda, alegra muito o quarto, principalmente quando os cortinados estão fechados e a luz passa através do amarelo vivo destes.
Tudo isto serve para sonhar e talvez, em toda as gavetas e até atrás dos ponteiros do antigo despertador, estejam pequenos sonhos à espera de serem realizados.
C R 6º, 1992
70 ANOS do CAD
(Texto escolhido para a Prova Global de 1992)