Questões do Início

veleiro aventuraPixabay License Image by Hanne Hasu from Pixabay 

     “Pensar em problemas possíveis com antecedência, e encontrar soluções, tornou-se, para mim, um hábito. O meu Pai costumava incutir-me esta atitude mental quando eu ia navegar, ainda criança.

     Ela acabou por tornar-se num dos melhores e mais úteis  exercícios mentais; ainda me surpreendo a agir desta maneira, em toda a parte, sem me dar conta sequer. ”

Laura Dekker

     Na primeira etapa de um Trabalho de Projeto, com a expectativa apaixonada que é própria de todo o pondo de partida inaugural, configura-se a esperança, colocam-se as perguntas cautelosas, ponderam-se os perigos: 

questões de projeto 

      A Jovem navegadora testemunha de uma lição de vida, que é também uma herança paterna.

     Veio a tornar-se um movimento tácito da alma:  é um traço próprio no seu querer sempre partir do conforto pessoal; é uma força íntima no seu rumar ao desconhecido; é uma estratégia de triunfo no seu modo de viver a coragem.

     E no nosso Projeto: com que problemas nos podemos deparar?

   As questões com que vamos carpinteirando este início dos nossos trabalhos aparelham o novo Ano Semestral para uma aprendizagem diferente: mais em conjunto refletida, mais ativamente conquistada, mais arriscadamente navegada.

Em visita aos 6B e C – OE

Plano De Viagem

mala de viagem

Imagem de Thanks for your Like • donations welcome por Pixabay

I

Plano de Viagem 

  • Tipo de Viagem (solidária; científica; cultural; espiritual; aventura)
  • Finalidade da Viagem
  1. Duração da Viagem? Tempo/Etapas
  2. Para onde?
  3. Rota de Navegação;
  4. Fazer o quê? – Finalidade da Viagem;
  5. Com Quem? Pessoas/Animais/Tripulantes;
  6. O que preciso levar? – Preparação da Viagem.  

II

RETORNO

  • Concretizei aquilo que me propus? Alcancei a minha Finalidade?
  1. O que trouxe desta Aventura?
  2. Que tesouros trouxe, que experiência ganhei?
  3. Como posso partilhar com os outros esta Viagem? – relato oral; escrita, livro, vídeo (animação), expressão plástica…

Prof Paula X. e Prof Paula V. Para o 6º B e 6º C

Para Dirigir o Nosso Barco

barco entre nuvensPixabay License Imagem de Johannes Plenio por Pixabay

 “Para que uma coisa seja verdadeira é preciso que, além de ser verdadeira, entre na nossa vida.” 

Christian Bobin

    A Arte de conduzir um pequeno veleiro pode exigir a longa paciência de uma aprendizagem capaz de chegar a fazer corpo com a vida.

    Foi assim para Laura Dekker, a jovem navegadora que aprendeu com seu pai a velejar sozinha e a sentir-se em casa no mar alto, desde os onze anos.

    Tão entranhadamente incorporou as competências práticas de liderar a bordo como se confiou à paixão pela vida no Mar, acabando por tornar-se a pessoa mais jovem a dar a volta ao Mundo, sozinha, no seu pequeno veleiro.

     Assim, na aprendizagem da vida, há-de haver “um pai” que nos transmita o amor de um sonho exigente e o saber prático que o  torne realizável.

     Como colabora a nossa Escola na transmissão deste “saber viver”  – que vai muito para além de um saber técnico, embora também o integre?

     Como chega a voz dos Alunos mais velhos –  na sua experiência incipiente mas lúcida – à expectativa sonhadora dos mais novos?

     A Comunidade viva – que forma a Escola – como inspira os mais jovens a reconhecer no seu íntimo os traços do ideal que hão-de configurar o seu destino?

     Viver… Arte de Navegar.

Visita a 6B e 6C – Partilha de Inspirações – OE

Em Viagem

 veleiros no mar

Pixabay License   Image parDenis Azarenko de Pixabay

   Em Viagem…

  Somos nós próprios – o sonho antigo, a intuição profunda, os traços de um rosto interior – tecidos com o mesmo fio que a naveta traz e leva na urdidura das Viagens?

   Que há em nós tão familiar do que é longínquo que lhe pressente o acenar com insistência, sabendo que nos atrai?

  Quem não percorreu as arestas do distante com os dedos adivinhos de um desejo ainda sem nome?

   Quem não palmilhou, com o olhar caminhante, a vastidão do céu imóvel, quando o dia cumprido se resume numa linha ardente?

   Podemos nomear o rumo que traçamos? Como se torna legível a rota que escolhemos?

   Ao nosso lado, o marulhar da vida contra os flancos dos pequenos veleiros dos Amigos…

    Rápidos, sulcamos o azul puro: vamos juntos.

    A toda a nossa volta, o Infinito.

Visita a 6A e 6C – Partilha de Inspirações – OE

Albert Casals: a Partilha Incondicional

     Albert assiando livro

     Wikimedia.org Atribution: Creative Commons 4.0 Share Alike

     “Cuando tú eres nómada, lo que más sentido tiene para sobrevivir es compartir incondicionalmente”.

in “El Periodico

     Albert procura o que dá um sentido crescente à sua vida, o que lhe traz profunda realização enquanto jovem, o que imprime um impulso sempre novo à sua liberdade.

     Hoje com 28 anos, iniciou, desde os 14, uma Viagem de aventuras que nunca mais teve fim. Com a sua cadeira de rodas, uma pequena tenda e uma máquina de fotografar, Albert percorreu já mais de 30 mil quilómetros, um pouco por todos os continentes.

     Em consequência de uma doença grave, perdeu o uso das suas pernas a partir dos cinco anos. Contudo, nunca considerou a sua deficiência como um obstáculo; substituiu a ausência de alguns movimentos pela perícia no uso dos braços e do tronco, tornando-se exímio em trepar, saltar, rastejar e movimentar-se rapidamente sobre as suas duas rodas em qualquer caminho.  

    Depois de terminar os estudos de Liceu, tem-se dedicado ao estudo da Filosofia, que vai entremeando com as suas inadiáveis Viagens. Mais do que um interregno, uma pausa entre deveres, elas tornaram-se o seu verdadeiro e mais genuíno modo de viver, que a própria Filosofia ajuda a interpretar e certamente inspira. 

   Escritor de 3 livros, em diferentes etapas da sua maturação, Alberto partilha, nos seus relatos, a imensa riqueza de diálogos numa colorida variedade de culturas com que se cruza e cujos traços singulares sabe acolher e partilhar; encontros múltiplos, que transbordam de humanidade, pois a forma desamparada e franca com que ele se confia à bondade dos desconhecidos nunca o deixou desiludido.

     “Nueve de cada diez veces no aprendo de una cultura como tal, sino de una persona en particular que ya ha pensado por sí misma y ha encontrado sus propias soluciones a los dilemas de la vida: son esas personas, por encima de todo, lo que justifica viajar.”

in El Periodico

     Autónomo, andarilho apaixonado pela Natureza solitária, não receia montar a sua tenda leve nas areias de praias desertas ou em recantos de parques sossegados.

    Em comunhão com o silêncio do Universo, também se sente acolhido no abrigo natural que a paisagem mais singela oferece ao peregrino, quando a generosidade dos homens não se adiantou ao anoitecer.

   Os lucros da venda dos seus livros são distribuídos por ONGs da sua confiança, pois não só viaja sem dinheiro, como, de cada vez que regressa à Catalunha, sobrevive em Comunidade onde todos os bens são postos em comum.

     “Para mí el amor no tiene nada que ver con poseer algo, tiene que ver con apreciar la belleza de un proceso de transformación”

 in “El Periodico

Visita ao 6ºA e 6ºC – Apresentação de Viagens – OE

Entrevista de 2016 em Castelhano

O Valor do Trabalho

   Lápis e fundo azul

  Image par Larisa Koshkina de Pixabay 

     Qual é o valor do trabalho na nossa vida? 

    Em qualquer situação, o trabalho pode ser apenas vivido como um instrumento de subsistência, como condição necessária de autonomia, não sendo fonte de sentido por si mesmo.  

     O trabalho pode, por vezes, parecer resumir-se a um conjunto de etapas a superar, escalões sucessivos em que se amplia a responsabilidade, afinal uma forma de nos expressarmos. O seu sentido fica subordinado a um horizonte limitado que ainda é exterior à pessoa humana.

     Há situações em que o trabalho é vivido como um “apelo”; este  pode ser entendido como uma tendência natural que procura expressar-se; também pode ser entendido como uma necessidade exterior a nós, que nos interpela, e a que correspondemos por sentido de dever moral ou de destino incontornável. 

     Finalmente, também há situações em que o trabalho se torna o meio vital de realização pessoal; só neste caso gera sentido livre, isto é, que vale por si mesmo e progride rumo a um horizonte incondicionado, que transcende os interesse limitados do indivíduo, mas por isso mesmo permite uma realização genuína.

OE