A Dança do Céu e da Terra

   dan

   Image par kordula vahle de Pixabay 

     O mar espraiava-se com suavidade e o contorno das franjas de espuma parecia imitar um céu coalhado de nuvens esfiapadas.

   Constança e Beatriz vinham saborear  aqueles instantes de rara beleza,  em que não distinguiam se era o enigma do céu espelhando o mar ou o reflexo ondulante do imenso azul que as cativava.

   Como podiam as rendas de espuma imitar assim a filigrana das nuvens?

  Um algodão líquido, penugento, parecia deslizar sobre a areia, formando pequenos sulcos de impecável brancura.

   Ao mesmo tempo, lá no alto, um vento manso dedilhava as fileiras de nuvens formando arcos de pura lã a desfiar-se no azul.

 Deliciavam-se assim, na frescura da manhã recém-nascida, adivinhando a  divina fantasia que convida a dançar a Terra com o Céu.

Com BF e CR 7A – Partilha de Inspirações – OE

A Paz Inviolada do Serão

   

a paz do serãoImage by spectrumline from Pixabay 

    Reúnem-se as razões de agradecer: têm encontro marcado aqui, na escrita da noite, a que pertencem como a um abrigo pobre, mas seguro.

     Elas convergem das várias dobras do dia, dos seus recantos obscuros, das suas clareiras de Paz, do tinir de brinde dos seus encontros cordiais.

     Outras vêm rastejando de passagens estreitas, os olhos a piscar ante o imenso Sol do dia que as atraiu para a liberdade, ainda vacilante, do seu expressar-se.

      Mas todas formam um coro unânime: o seu “Obrigada” é um cântico d’alma que  a escrita encomenda, num impulso incontível, ao mais alto dos Céus. 

Com LF9 – Partilha de Inspirações – OE

Projetos  de Férias Divertidas

ponteImage par Free-Photos de Pixabay 

    Aprecio diferentes tipos de férias:

    Se estiver calor, gosto mais de ir à praia, à piscina…

   Às vezes também gosto de combinar encontros com as minhas amigas para irmos à piscina, matar as saudades, dar passeios em sítios seguros e bonitos.

   No inverno gosto de ficar enroladinha na manta a ver filmes na Netflix.

    Gosto de ir ao Alentejo, e ao Algarve porque tem vários Parques Aquáticos.

   Gelados são bons para o verão porque são muito frios e refrescam; também gosto de cachorros quentes, bolo de bolacha…

    Nas Férias, podemos conhecer sítios novos, como por exemplo, Viana do Castelo. Fomos e avisámos o meu avô, mas ele disse:

    – É muito longe. Pode haver algum problema.

     Mas fomos sem ele saber, para ele não se preocupar.

   Também fui a Viseu, achei muito divertido e conhecemos coisas novas da cidade, como monumentos.

   Nas Férias, tiramos fotos e ficam giras, são as nossas memórias.

   Podemos viajar num transporte onde nunca fomos e ser muito divertido, como por exemplo, de comboio, carro, barco, tuc-tuc e até de Avião!

   Um dia, eu já tinha falado tantas vezes ao meu Pai em acampar, que ele levou-me, de surpresa, a um acampamento no Algarve.

    O Pai levou horas e não conseguia construir a tenda. Eu queria dormir mas o vento não me deixava…

   Amigos Leitores, podem-se inspirar neste texto para planearem as vossas férias, assim que acabar a Quarentena.

CAD em Isolamento – Conversas na Oficina

 Criação Oral de Texto –  CM6C

 

Um Crepitar de Luz

     pássaro em ramo florido

Image par dewdrop157 de Pixabay 

     As nossas mãos teceram a interminável tapeçaria do Dia, que vem sendo trabalhada por inúmeras mãos no desenrolar dos tempos.

   Um trabalho fraterno, a perder de vista, uma comunhão ativa de vida que configura a Família mesmo de quem não a tem e torna a Humanidade do presente mais real.

   Um passarinho explorou o labirinto dos ramos num incansável saltitar de curiosidade.

   Ele foi o grande companheiro na manhã dos salmos, o silencioso ouvinte de um crepitar de luz que eles acendiam.

Em isolamento, com o CAD – Partilha de Inspirações  – OE

Vida de Todos

     telhados abstração lírica

   Image par Denis Azarenko de Pixabay 

    “A Minha Vida” é uma expressão traiçoeira, pois a Vida real de cada um abre, em ângulo único, sobre a Vida de todos.

    Só esse prodígio, pelo qual Deus infiltrou secretamente todas as Vidas na Vida de cada um, já é uma expressão da Sua escrita criativa.

    Ela sobrenada o caos das linhas entrecruzadas: no que nos surge emaranhado e obscuro, Deus despista, num relance, o entremeado de todos os percursos que revela a inquebrantável união.

   Ele é não só o Criador das livres criaturas, como ainda permanece nos trajetos que elas desenham no tempo, mais íntimo a elas que elas próprias.

     Em Isolamento, com o CAD – Partilha de Inspirações – OE

Rumo ao Mar

barquinhos no marImage par Raheel Shakeel de Pixabay

     A Vida, humilde e soberana, irrompe e cumpre-se, diz-se e dá-se; é, não em si, mas em nós, a quem nutre e deixa ser.

   Quando nos aproximarmos do Mar, seremos já braços de Delta entrelaçados, cada um dando a vez a todos os outros.

   Aproximar-se é deixar ultrapassar, é refletir a luz que transforma e, por isso, permite aproximar.

    Distância infinita que a comitiva fraterna encurta.

Em Isolamento, Com o CAD,  – Partilha de Inspirações – OE

O Ninho

ninho-susana

Imagem: Oficina de Escrita

      Eis um lugar que procuramos, uma e outra vez, não só como a origem, mas sobretudo como um fim último, que recupera aquela e a transforma num eterno recomeço.

      Eis um lugar que pode ser entretecido por fios de tempo, de penugens de afeto, de palhinhas de conversas, com raminhos partidos das decisões marcantes.

      Eis um lugar ao abrigo da intempérie, camuflado de folhagem, ousadamente equilibrado no cruzamento de  dois ramos sobre o abismo, como um desafio que a confiança ingénua do ser opõe ao nada.

     Eis um lugar frágil e, ao mesmo tempo, inexpugnável, que ninguém pode tomar de assalto, e é apenas acessível por convite, mas que o primeiro vento da tarde pode derrubar, na sua desarmada exposição a qualquer força errante.

Com SL – Partilha de Inspirações – 05/17 – OE

Sondando as Fontes da Energia Humana

ecologia das emoçõesGentileza de Edicare.com

     Continuamos a partilhar a leitura do livro de Ecologia Emocional para Crianças  – “Energias e Relações para Crescer” de Mercé Conangla e Jaume Soler –  dedicado às  várias modalidades de energia que influenciam o destino do Mundo.

    Já vimos que as fontes de energia emocional, que subtendem o nosso agir e pensar  e orientam a qualidade da nossa comunicação, têm analogia com o dinamismo vivo da Natureza.

   Todos reconhecemos as energias básicas: alegria, amor, raiva, medo… mas para além do ato em que transbordam em nós e nos conduzem, podemos acolhê-las quando afluem e sermos nós a conduzi-las?

   Vimos que as energias limpas e superabundantes podem ser utilizadas sem limite: não cessam de promover a vida, de harmonizar o equilíbrio dos ambientes, de suscitar o convívio dos seres.

    Mas a natureza escondida das suas fontes implica um esforço para encontrá-las; depois outro para trazê-las à superfície: desejamos canalizá-las para agirmos de um modo transformador.  

     De que natureza é esse esforço que faz a prospeção das energias? 

   Conseguimos distinguir como crescem e sobem em nós, influenciando ou até dominando a nossa reação, a nossa comunicação com os outros?

    Conseguimos reconhecer a maré crescente de uma emoção pelas reações do nosso próprio corpo?

    Poderá ser útil investigar em nós as alterações que a maré de uma emoção provoca?

    Conseguimos explicar como o que sentimos influencia o nosso agir?

    • Podemos fazê-lo através de um diário? 
    • Podemos tentar uma reflexão através de  diálogos com amigos?
    • Pode ajudar-nos a experiência de um adulto em quem confiamos?

Com Prof Paula Xv – Partilha de Inspirações OE

Escrever a Si Próprio

escrever-a-si-propiroImagem: Oficina de Escrita

    Escrever a si próprio, muito tempo depois, quando as expectativas se cumpriram ou tomaram um perfil inesperado que nos transformou.

      Escrever a si próprio, muitos anos passados, quando a curva do último limite está à vista e temos de fazer adivinhar à jovem de outro tempo o que lhe permanece invisível na subida.

    Escrever a si próprio, dirigindo ao que ficou inconsolado uma energia que compensa o fracasso porque já o pressupõe.

     Escrever a si próprio, tomando nos braços a criança que tropeçou à beira-mar, no ímpeto da sua correria alada.

      Dizer-lhe, no canto do vento que sopra do mar, como se funde na alegria de todos os mundos o tão simples mistério de ela existir.

        Escrever a si próprio, acender os portões de luz que abrem para todos os outros. 

Com IM10 – Partilha de Inspirações – OE

Por Uma Ecologia das Emoções

ecologia das emoçõesGentileza de Edicare.com

     Para Bento Espinosa, também conhecido por “O Filósofo da Alegria”,  uma única energia vital repassava todos os estratos da realidade: o ímpeto para ser mais.

     Ao nível humano, esse dinamismo vivo vinha  já a expressar-se como o ato primitivo e fundador da vontade, a que ele chamou “o desejo de persisitir no ser”.

     Este fluir constante, que nos equilibra no viver, poderia precipitar o futuro; bastaria que a nossa imaginação inteligente fosse gizando o chamariz dos projetos que suscitam um mundo novo.

     Teríamos assim uma energia básica, comum a todo o Universo, que seria o sentido escondido da corrente do tempo: só ela permite um desenvolvimento sustentável, não se esgota, é vivificante para quem a utiliza, enfim, é Ecológica por excelência.

     O livro de Ecologia Emocional para Crianças  – Energias e Relações para Crescer de Mercé Conangla e Jaume Soler – é dedicado às  várias modalidades de energia que influenciam o destino do Mundo.

    São comparadas as energias físicas, que surgem no interior do Planeta com as energias emocionais que brotam no coração do ser Humano.

     Algumas, poluentes para a vida natural e facilmente esgotáveis,  desequilibram os ecossistemas de animais e plantas e tornam  insustentável o desenvolvimento dos povos.

    A elas  correspondem, no habitat do convívio humano, o Medo e a Raiva: se não podemos evitá-las no seu arranque espontâneo, podemos aprender a canalizá-las e a transformá-las.

    Outras são superabundantes, amigas do ambiente, inesgotáveis  e limpas. Como a energia do Sol – que oferece 4 mil vezes mais energia anual do que precisamos.

       A elas correspondem o Amor e a Alegria, poderosas emoções criativas, que se renovam continuamente, voltam para o futuro a mente luminosa, e abrem à confiança o acolhimento dos outros.

     Com suas atividades imaginativas, pontuadas de questões para pensar, este livro pode encorajar os atuais Projetos nascentes dos nossos Alunos, que, desde já, promovem a Vida e contagiam a Paz.

Com o 2º Ciclo – Partilha de Inspirações  – OE

Para Dirigir o Nosso Barco

barco entre nuvensPixabay License Imagem de Johannes Plenio por Pixabay

 “Para que uma coisa seja verdadeira é preciso que, além de ser verdadeira, entre na nossa vida.” 

Christian Bobin

    A Arte de conduzir um pequeno veleiro pode exigir a longa paciência de uma aprendizagem capaz de chegar a fazer corpo com a vida.

    Foi assim para Laura Dekker, a jovem navegadora que aprendeu com seu pai a velejar sozinha e a sentir-se em casa no mar alto, desde os onze anos.

    Tão entranhadamente incorporou as competências práticas de liderar a bordo como se confiou à paixão pela vida no Mar, acabando por tornar-se a pessoa mais jovem a dar a volta ao Mundo, sozinha, no seu pequeno veleiro.

     Assim, na aprendizagem da vida, há-de haver “um pai” que nos transmita o amor de um sonho exigente e o saber prático que o  torne realizável.

     Como colabora a nossa Escola na transmissão deste “saber viver”  – que vai muito para além de um saber técnico, embora também o integre?

     Como chega a voz dos Alunos mais velhos –  na sua experiência incipiente mas lúcida – à expectativa sonhadora dos mais novos?

     A Comunidade viva – que forma a Escola – como inspira os mais jovens a reconhecer no seu íntimo os traços do ideal que hão-de configurar o seu destino?

     Viver… Arte de Navegar.

Visita a 6B e 6C – Partilha de Inspirações – OE