“EstuDar” – “Uma Hipótese de Felicidade”

equipa do estuDarImagem: Gentileza de estuDar.eu

     Falamos de uma Associação Juvenil; de Alunos do CADseus Amigos; de uma inspiração poderosa; de forças transidas de Futuro que conspiram para a invenção de um Outro Mundo: ele nasce já, meio escondido, por entre o tumulto vão do que apenas gira sobre si mesmo.

    Eis aqui, tão perto, entre nós, no próprio CAD, um Projeto de Solidariedade fundado por Jovens Amigos.

    O que parecia ser uma miragem para “super-heróis”, aos olhos do jovem Pedro, afinal Co-Fundador, revelou-se-lhe, de repente, como  realidade incontornável, num ímpeto de nascente. 

     O surpreendente convite da amiga Marta, que lhe interrompeu uma fase de cansaço no final do 10º ano, foi para ele o momento de uma inspiração transformadora.

    A Marta, desde pequenina, tinha identificado o seu material escolar, pela energia combinada das cores e das formas, com um kit de arte e invenção.

   Foi pelo confronto brutal com a destruição dos ciclones em Moçambique que a Marta chegou a conceber o potencial transformador da Beleza contido na humilde simplicidade do material escolar. 

     Tinha nascido o “EstuDar”, Projeto tão generoso quanto ousado, que é a própria marca de fogo da Juventude.

     Em 31 dias de propaganda e recolha esforçada, a primeira Campanha angariou 4891 unidades de material que foram entregues à Helpo  – conhecida pela sua lealdade – com destino a Moçambique.

gráfico das recolhasImagem: Gentileza de estuDar.eu

      Aqui fica o convite a apostarmos também nesta “Hipótese de Felicidade” – como diz a Marta – que é afinal a própria “Vida”, na sua verdade mais pura, quando facilitamos aos Outros o acesso à “Cor” e à “Alegria”.

      Participações, Donativos, Contactos, por aqui.

Com a Marta e o Pedro – OE

Um Sonho Realizado

     motocross

     Mohamed Assan pxhere Public Domain

     Era uma vez um menino que se chamava Lourenço. Ele gostava muito dos seus Pais. Era um aluno bem disposto que fazia paródias com os amigos e estava atento nas aulas.

     Ele sonhava ter uma mota elétrica, mas não tinha dinheiro para pagar. Então, pediu ao Pai se podia abrir uma banca para vender fruta e conseguir fazer o seu dinheiro.

     Dois anos depois, sempre a vender fruta, conseguiu! No mesmo dia, fechou a loja e foi logo comprar. Foi à Fnac e comprou o último modelo: uma Yamaha laranja e azul com potência de 1400 cm3 de cilindrada e bateria para 2000 km.

     Queria ter comprado um capacete, mas já não tinha dinheiro para ele; ainda teve de juntar mais 600 euros.

      Na primeira volta, nem se conseguia pôr em cima da mota. Lá conseguiu voltar para casa e deixou-a na garagem, a carregar.

      O Pai, que tinha uma acelera de 300 cm3 de cilindrada, ensinou o Lourenço a andar, a fazer razias, a dar éguas, cavalinhos e outros truques. A mota tinha direção assistida, por isso não era preciso inclinar o corpo nas curvas.

      E ele escreveu a agradecer: 

obrigadaagradecimentoLM6B 

(Em parte Ditado)

Aventuras de Onze Amigos – III

III

A Força das Armadilhas

templo em ruínasPixabay License Image parMystic Art Design de Pixabay 

      Os amigos entraram no Templo e pensaram: 

      – Oh, Não! Armadilhas!

     Os amigos ficaram um pouco assustados com as armadilhas e desataram a correr. Esquivaram-se muito bem das flechas, que eram a primeira armadilha. A segunda eram cobras, mas os amigos conseguiram passar; a terceira armadilha eram bichos venenosos; a quarta era um compasso gigante, e eles gritaram:

     – Oh, um compasso gigante!

     A quinta armadilha era um detetor matemático.

   Até que encontraram uma porta grande, e, atrás dela, estavam as 11 Jóias da Imaginação! Cada um pegou na sua. Mas quando cada um já tinha a sua jóia, o Breakfirst surgiu, apanhou-as e fugiu com elas!

      – Vamos atrás dele! – Gritaram os amigos.

     E lá foram apanhar o Breakfirst. Entretanto, a meio do caminho, o Sebastião propôs:

     – Não vamos conseguir apanhá-lo, mas podemos fazer uma armadilha. 

      – Mas como é que vamos passar para a frente dele? – Perguntou o Martim. 

     – Provavelmente ele quer destruir o avião, mas eu sei um atalho – disse o Sebastião.

      Foram pelo atalho do Sebastião e fizeram uma armadilha. Os amigos ficaram muito tempo à espera, até que apareceu o Breakfirst e caiu na armadilha como um patinho.

      Os amigos apanharam as jóias e foram para casa.  Há noite, o Breakfirst foi para o seu castelo assombrado.

17 – 18 TF5B

Aventuras de Onze Amigos – II

II

As 11 Joias da Imaginação

as onze joias da imaginaçãoPixabay License Image parOpenClipart-Vectors de Pixabay

     Os onze amigos ficaram superfelizes por estarem todos juntos na Selva!

     Passados alguns dias, quando o Tiago estava a passear, viu  um Templo antigo e muito grande e foi  contar aos outros.

     Quando contou aos outros, eles não acreditaram; então o Tiago disse:

      – Olhem, vão ver o Templo antigo!

      Eles pensaram, pensaram e começaram a seguir o Tiago até ao Templo. Ao longo do caminho, repararam num animal que parecia inofensivo, mas, quando olharam bem, era um homem negro, chamado Breakfirst, que disse:

     – Eu vou apanhar as jóias da imaginação, para torná-las negras.

     – Não! Tu não vais apanhar as nossas jóias preciosas!  – exclamaram os amigos.

     Depois, o Breakfirst começou a correr muito rápido para apanhar as 11 jóias da imaginação.

     – Oh, Não! Ele vai fugir! Vamos atrás dele! – Gritou o Tiago.

     – Claro, que bela ideia! E os amigos seguiram em frente atrás do malvado homem Breakfirst.

17 – 18 TF5B

Plano De Viagem

mala de viagem

Imagem de Thanks for your Like • donations welcome por Pixabay

I

Plano de Viagem 

  • Tipo de Viagem (solidária; científica; cultural; espiritual; aventura)
  • Finalidade da Viagem
  1. Duração da Viagem? Tempo/Etapas
  2. Para onde?
  3. Rota de Navegação;
  4. Fazer o quê? – Finalidade da Viagem;
  5. Com Quem? Pessoas/Animais/Tripulantes;
  6. O que preciso levar? – Preparação da Viagem.  

II

RETORNO

  • Concretizei aquilo que me propus? Alcancei a minha Finalidade?
  1. O que trouxe desta Aventura?
  2. Que tesouros trouxe, que experiência ganhei?
  3. Como posso partilhar com os outros esta Viagem? – relato oral; escrita, livro, vídeo (animação), expressão plástica…

Prof Paula X. e Prof Paula V. Para o 6º B e 6º C

Os Meus Sapatos

bota relvada

Pixabay License Imagem de Elisabeth Leunert por Pixabay

 

No meu armário

Encontrei uns sapatos,

Eram muito velhos, 

Tinham buracos de ratos.

 

Calcei-os e pensei:

“Vou dar um passeio”

Pus-me na bicicleta

E fui à praia do Sereio.

 

Perguntei a mim mesma:

“O que pensarão estes sapatos?

O que sentirão?

Será que estão gratos?

 

Autora: CM6B

2017/2018

in “Estórias Pintadas – Pequenos Grandes Escritores”

estorias.pt

 

 

Será que têm amigos?

Família também…

Será que gostam de mim?

Ou da loja onde os comprei?

 

O calor das Havaianas no verão.

O frio das botas no inverno.

Os formosos que vão trabalhar.

E os feios que andam de metro.

 

Os bonitos de ballet.

Os fixes de Hip-hop.

Os queimados dos bombeiros.

E os ortopédicos do Sr. Rop

 

Por fim cheguei a casa

Sem saber o que fazer,

Escrevi um Poema

Que agora estiveste a ler.

 

Recordar – Aplicação Prática II:”2 Coisas”

jovem estudando com os livros pelo arImagem de Pexels por Pixabay

     No seu  precioso livro “Powerful Teaching“, Pooka Agarwal e Patrice Bain – a 1ª Doutorada em Ciências da Aprendizagem e ambas Professoras –  partilham algumas Estratégias simples de pôr em prática no quotidiano da aula e que se revelam essenciais para os alunos construirem uma Aprendizagem consistente.

    Para  oferecerem o seu máximo potencial, estas “Práticas de Recordar”, a realizar pelos Alunos, devem:

      • Ser escritas ou verbalizadas, não apenas pensadas.
      • Devem ser suscitadas pelo Professor ou Tutor, de modo regular, intencional e sistemático. 
      • Todas elas aceitam variantes e podem ser adaptadas, de forma flexível, ao tipo de aula, à personalidade da Turma, às preferências de cada Aluno ou de pequenos Grupos.

1 – Duas Coisas – questão a colocar no meio ou perto do final de uma aula. Consiste em pedir, por exemplo:

    • Escrevam duas “coisas” que aprenderam hoje.       
  •   Quais as 2 ideias principais desta Unidade, que retiveram ?
    • Duas “coisas” deste tópico que gostariam de aprofundar.
    • Dois exemplos da vossa experiência pessoal que possam relacionar com esta lição.

     Os alunos escrevem de imediato, sem consulta de manual ou de apontamentos. A aula segue o seu curso imediatamente.

1.1. Variante 1

    Depois de terem escrito o que foi pedido, cada aluno  troca com o seu par: cada um pode acrescentar a contribuição do colega, recebendo, assim, um “feedback” informal.

1.2. Variante 2

    Depois de terem partilhado com  o seu par, os alunos podem, ainda, partilhar em pequeno Grupo ou em Grupo-Turma apenas uma das suas escolhas. 

BENEFÍCIOS

     Os Alunos verificam a adequação das suas respostas e aprendem outras, uns com os outros; participam ativamente na exposição do assunto em estudo; criam apontamentos fora da interação da aula, recordando-a; aplicam o esforço a uma “dificuldade desejável” – o que imprime durabilidade ao que está a ser aprendido.

OE

Fontes:

Powerful Teaching

Retrieval Pratice

 

 

 

Para Dirigir o Nosso Barco

barco entre nuvensPixabay License Imagem de Johannes Plenio por Pixabay

 “Para que uma coisa seja verdadeira é preciso que, além de ser verdadeira, entre na nossa vida.” 

Christian Bobin

    A Arte de conduzir um pequeno veleiro pode exigir a longa paciência de uma aprendizagem capaz de chegar a fazer corpo com a vida.

    Foi assim para Laura Dekker, a jovem navegadora que aprendeu com seu pai a velejar sozinha e a sentir-se em casa no mar alto, desde os onze anos.

    Tão entranhadamente incorporou as competências práticas de liderar a bordo como se confiou à paixão pela vida no Mar, acabando por tornar-se a pessoa mais jovem a dar a volta ao Mundo, sozinha, no seu pequeno veleiro.

     Assim, na aprendizagem da vida, há-de haver “um pai” que nos transmita o amor de um sonho exigente e o saber prático que o  torne realizável.

     Como colabora a nossa Escola na transmissão deste “saber viver”  – que vai muito para além de um saber técnico, embora também o integre?

     Como chega a voz dos Alunos mais velhos –  na sua experiência incipiente mas lúcida – à expectativa sonhadora dos mais novos?

     A Comunidade viva – que forma a Escola – como inspira os mais jovens a reconhecer no seu íntimo os traços do ideal que hão-de configurar o seu destino?

     Viver… Arte de Navegar.

Visita a 6B e 6C – Partilha de Inspirações – OE

Em Viagem

 veleiros no mar

Pixabay License   Image parDenis Azarenko de Pixabay

   Em Viagem…

  Somos nós próprios – o sonho antigo, a intuição profunda, os traços de um rosto interior – tecidos com o mesmo fio que a naveta traz e leva na urdidura das Viagens?

   Que há em nós tão familiar do que é longínquo que lhe pressente o acenar com insistência, sabendo que nos atrai?

  Quem não percorreu as arestas do distante com os dedos adivinhos de um desejo ainda sem nome?

   Quem não palmilhou, com o olhar caminhante, a vastidão do céu imóvel, quando o dia cumprido se resume numa linha ardente?

   Podemos nomear o rumo que traçamos? Como se torna legível a rota que escolhemos?

   Ao nosso lado, o marulhar da vida contra os flancos dos pequenos veleiros dos Amigos…

    Rápidos, sulcamos o azul puro: vamos juntos.

    A toda a nossa volta, o Infinito.

Visita a 6A e 6C – Partilha de Inspirações – OE

Albert Casals: a Partilha Incondicional

     Albert assiando livro

     Wikimedia.org Atribution: Creative Commons 4.0 Share Alike

     “Cuando tú eres nómada, lo que más sentido tiene para sobrevivir es compartir incondicionalmente”.

in “El Periodico

     Albert procura o que dá um sentido crescente à sua vida, o que lhe traz profunda realização enquanto jovem, o que imprime um impulso sempre novo à sua liberdade.

     Hoje com 28 anos, iniciou, desde os 14, uma Viagem de aventuras que nunca mais teve fim. Com a sua cadeira de rodas, uma pequena tenda e uma máquina de fotografar, Albert percorreu já mais de 30 mil quilómetros, um pouco por todos os continentes.

     Em consequência de uma doença grave, perdeu o uso das suas pernas a partir dos cinco anos. Contudo, nunca considerou a sua deficiência como um obstáculo; substituiu a ausência de alguns movimentos pela perícia no uso dos braços e do tronco, tornando-se exímio em trepar, saltar, rastejar e movimentar-se rapidamente sobre as suas duas rodas em qualquer caminho.  

    Depois de terminar os estudos de Liceu, tem-se dedicado ao estudo da Filosofia, que vai entremeando com as suas inadiáveis Viagens. Mais do que um interregno, uma pausa entre deveres, elas tornaram-se o seu verdadeiro e mais genuíno modo de viver, que a própria Filosofia ajuda a interpretar e certamente inspira. 

   Escritor de 3 livros, em diferentes etapas da sua maturação, Alberto partilha, nos seus relatos, a imensa riqueza de diálogos numa colorida variedade de culturas com que se cruza e cujos traços singulares sabe acolher e partilhar; encontros múltiplos, que transbordam de humanidade, pois a forma desamparada e franca com que ele se confia à bondade dos desconhecidos nunca o deixou desiludido.

     “Nueve de cada diez veces no aprendo de una cultura como tal, sino de una persona en particular que ya ha pensado por sí misma y ha encontrado sus propias soluciones a los dilemas de la vida: son esas personas, por encima de todo, lo que justifica viajar.”

in El Periodico

     Autónomo, andarilho apaixonado pela Natureza solitária, não receia montar a sua tenda leve nas areias de praias desertas ou em recantos de parques sossegados.

    Em comunhão com o silêncio do Universo, também se sente acolhido no abrigo natural que a paisagem mais singela oferece ao peregrino, quando a generosidade dos homens não se adiantou ao anoitecer.

   Os lucros da venda dos seus livros são distribuídos por ONGs da sua confiança, pois não só viaja sem dinheiro, como, de cada vez que regressa à Catalunha, sobrevive em Comunidade onde todos os bens são postos em comum.

     “Para mí el amor no tiene nada que ver con poseer algo, tiene que ver con apreciar la belleza de un proceso de transformación”

 in “El Periodico

Visita ao 6ºA e 6ºC – Apresentação de Viagens – OE

Entrevista de 2016 em Castelhano

Implicar-se na Aventura

Setembro 2019

O mar junto ao Guincho

Imagem: Oficina de Escrita

Levar comigo:

  • O que dá sentido;
  • O que me convida a avançar;
  • A certeza ou a incerteza de um destino? Porquê?

Resiliência:

  • Resistir às adversidades;
  • Persistir nos troços difíceis…

Companhia:

  • Posso levar todos? Como?
  • Quem escolho para ir mais perto?

Liberdade:

  • O que me ajuda a ser eu próprio?
  • Posso apresentar-me aos outros como sou?

Beleza:

  • O que traz harmonia a esta jornada?
  • O que é que a torna única?

OE

Escrita Livre

escrita livre

    Image parMediamodifier de Pixabay 

    This Article is the Authorized Translation of the original Free Writing for All   by the author, Teacher, Behaviour and Education Specialist Adele Bates. Este Artigo é a Tradução Autorizada do Original Free Writing for All  da autora, Professora e Educadora Especialista em Comportamento Adele Bates.

       Em mais de uma ocasião tive de justificar o facto de trazer a Escrita Livre para uma aula de Inglês.[1] Tenho tanta convicção, experiência e provas dos inumeráveis benefícios da Escrita Livre em sala de aula, que alterei regras, arquitetei planos de aula e menti abertamente a responsáveis para conseguir manter esta prática na minha sala de aula.

     Em tão alta conta a tenho.

    O que é a Escrita Livre?

Corrente de consciência. Escrita em fluxo livre. Tempo de pausa. Tempo criativo. Rabiscos. Alunos a escrever muitas palavras. Silêncio. Concentração. Aborrecimento. Aprendizagem inconsciente. Tempo de digestão. Reflexão. Tempo não estruturado. Pensamento no limite. Vazios. Escrever sem restrições de gramática, de precisão, de audiência. Espaço. Sim, espaço.

  • A abordagem mais bem-sucedida que encontrei até agora (existem outras) é marcar 10 minutos no início de uma aula uma vez por semana. Num mundo ideal, fá-lo-ia todos os dias, mas isso fica para a minha Escola Futura.
  • Apresente o conceito primeiro, dê exemplos. Alguns alunos vão achá-lo desafiador, precisam de saber que só lhes está a exigir que NÃO PAREM DE ESCREVER.
  • Agora leio sempre as primeiras duas páginas de “Writing without Teachers” de Peter Elbow, que explica o conceito e dá um exemplo. Geralmente, isto é suficiente.
  • Deixe bem claro que isto não é “trabalho”, não é para nota – contudo deve ser lido de tempos a tempos. Sim, é o caderno de Escrita Livre deles, mas mesmo assim é um caderno de escola.
  • Como tal, a minha regra sobre o uso de calão é sempre usar um *. Geralmente, os alunos acham espantoso ser-lhes permitido escrever palavras em calão – B*las, R*s – num caderno de escola; levam os primeiros 5 minutos sem fazer outra coisa, aborrecem-se e nunca mais fazem.
  • Coloque o cronómetro num sítio amplo e facilmente visível para todos.
  • Disponha de cadernos especificamente para Escrita Livre, tendo escrito na capa: NÃO É PARA NOTA (os alunos gostam imenso disso e esses cadernos “indisciplinados” podem ser escondidos de observações indiscretas.)
  • Insista num completo silêncio durante o tempo marcado.
  • Saia da secretária, sente-se no lugar vazio de um aluno, no parapeito da janela, no chão.
  • FAÇA VOCÊ MESMO O EXERCÍCIO – A Escrita Livre NÃO tem a ver com ensino consciente de professor para aluno, tem a ver com construir um espaço seguro em que os alunos possam aprender. Você não tem nada a ver com o processo deles no momento em que ele ocorre – tenha o seu próprio, seja o modelo da prática – este é o ensino mais poderoso para os alunos.
  • Se entrarem visitantes, ignore-os. Ficarão profundamente impressionados por toda a sua turma de 9º ano estar sentada em silêncio absoluto, a escrever, nos primeiros 2 minutos da aula (uma exigência para algumas escolas).
  • Inclua quaisquer outros membros da comunidade educativa na sala – qualquer pessoa presente na sua sala durante o tempo de Escrita Livre deve estar a fazer Escrita Livre.
  • No final do exercício, dê um minuto para cada um partilhar o quiser com alguém sentado ao lado. Não é obrigatório partilhar, mas, muitas vezes, os alunos descobrem muita coisa que vão querer expressar. Ocasionalmente, abro espaço para partilhas de trabalho mais longas, para aqueles que assim o desejarem.

A organização pode demorar um bocadinho a estabilizar – tanto para os alunos como para os professores. Geralmente, levo cerca de 3 sessões até os alunos entrarem na onda e pararem de colocar questões. Vamos falar de benefícios:

Benefícios que as escolas/ os mentores/os observadores/Terapeutas da Fala [2] gostam de ouvir:

  • A Escrita Livre intensifica a energia dos alunos para escrever. Alguns exames nacionais de 11º ano [3] duram 2h e 45m – de escrita sólida. Mantenha-os a escrever durante 10 minutos, de forma consistente, ao longo do 7º ano, uma vez por semana, e isso poderá tornar-se facilmente numa disciplina pessoal interiorizada.
  • O exercício repetido regularmente promove rotinas, autodisciplina e concentração da atenção logo no início de cada aula. 
  • Torna-se uma ferramenta positiva e preventiva para a boa gestão do comportamento.
  • Alunos com Habilidades pouco desenvolvidas, que podem ter dificuldades para escrever extensivamente (sendo a escrita extensiva um ponto comum transversal a todas as disciplinas, atualmente), escrevem páginas neste exercício, com regularidade. Isto constrói a confiança na sua habilidade para serem capazes de escrever, a partir da qual pode progredir para uma escrita mais formal.
  • Alunos com Habilidades mais desenvolvidas sentem-se muitas vezes desafiados por esta tarefa, uma vez que se sentem perdidos, sem direção ou alvo definidos; têm de construir o seu próprio alvo – o que constitui uma competência final mais elevada na Taxonomia de Bloom.
  • O exercício é adequado para todas as habilidades, Necessidades Educativas Especiais,  [4], Inglês Língua Não Materna [5] – destaca-se por si mesmo. (Ver abaixo em “E se…?”)
  • Com uma turma nova, torna-se um meio simples para criar relações rapidamente com os alunos – quando ler o primeiro maço de textos, vai descobrir muito mais sobre cada aluno do que teria tido tempo para descobrir nessa primeira lição de 50 minutos.
  • Com o tempo, os alunos ganham confiança nas suas próprias capacidades para, simplesmente, escrever. Tive vários alunos que, no final das sessões, declararam que tinham escrito uma história pela primeira vez, desde a Primária, ou que se tinham surpreendido ao escrever um poema – quando, afinal, nem gostavam de poesia.
  • Com o tempo, os alunos muitas vezes revelam informação sensível – o que se torna uma ferramenta de apoio para você conceber medidas apropriadas de ajuda.
  • Constitui um método altamente considerado entre autores publicados, através dos tempos.

E se…?

  • Os alunos falarem/se portarem mal

Se são apenas um ou dois, a atitude mais eficaz que encontrei foi simplesmente sentar-me ao lado deles para fazer a minha própria Escrita Livre. Não digo uma palavra, nem sequer olho para eles, apenas dou o exemplo sobre o que é preciso fazer. A estranheza desta atitude geralmente fá-los concentrar rapidamente. Se são vários alunos, então, muitas vezes, trata-se de um problema com os lugares atribuídos no plano da sala que devem ser repensados.

  • Se eu tiver alunos com Necessidades Educativas Especiais (SEND [4]) que não conseguem escrever?

Descubra o equivalente que seja adequado às suas necessidades – em geral, você já sabe, ou, se não, o seu departamento de Coordenação da Educação Especial [6] há de saber. Tive alunos a escrever em chromebooks e a usar o teclado. Alguns alunos gostam de saltar uma linha de vez em quando (como podiam e eram encorajados a fazer na Primária), outros preferem papel liso, sem linhas – adapte-se ao que eles preferem.

  • Se eu tiver alunos de Inglês Língua Não Materna [5]?
    Encorajo vivamente que seja permitido aos alunos escreverem em qualquer língua em que se sintam confortáveis (o que, tal como o escrever em calão significa, durante os primeiros 5 minutos, os seus falantes de Inglês vão tentar regurgitar as aulas de Alemão que tiveram em dois anos – ótimo! Revisão de Alemão automotivada! – Não se esqueça de dizer ao Departamento de Línguas Estrangeiras [7]).

A melhor prática pedagógica para os alunos de Língua Inglesa Não-Materna é utilizarem a nova língua tanto quanto possível, claro. Contudo, na sua Escrita Livre, isto dá-lhes uma oportunidade para refletir e trabalhar, através da aprendizagem, numa língua em que se sentem peritos. O que também é importante. Tive um aluno de Língua Inglesa Não-Materna, com elevadas qualificações, que teve de mudar para Inglaterra inesperadamente no 10º ano. Pude constatar, que, ao longo de semanas e meses, ele estava a tornar-se cada vez mais desencorajado, por sentir que se tinha tornado um pior aluno na escola – apenas devido à barreira da língua, mais do que devido às suas Habilidades. Uma vez por semana, era libertador, para ele, poder comunicar livremente. Na realidade, os alunos de Língua Inglesa Não-Materna com quem trabalhei, geralmente, fazem uma mistura de línguas em Escrita Livre, provavelmente refletindo de perto o modo como estão a aprender nas nossas escolas.

  • Os alunos recusam-se a participar.
    Em primeiro lugar, descubra porquê. Uma vez tive um aluno que vivia em circunstâncias difíceis e tinha várias necessidades relativas a saúde mental, que simplesmente não era capaz de elaborar ou não tinha a confiança necessária para escrever. Durante algumas semanas, eu sentei-me a seu lado e escrevi alternadamente, como num jogo do género de associação de palavras. Por exemplo, “Morangos, Futebol, Frio, Chuva, Sapatos…” Algumas semanas depois, só precisava de fazer isto no início, depois ele já conseguia ser capaz de desenvolver, durante a sessão inteira, por si mesmo.

Para outros, sublinhe que a tarefa consiste apenas em escrever; se não o conseguem fazer, então não estão a cumprir com um trabalho previsto, e os procedimentos normais da Escola sobre o comportamento devem ser aplicados.

  • Não ensino Inglês.
    A Escrita Livre é livre para todos. Lute por ela.

Para ir mais longe…

Depois de um longo período de prática de Escrita Livre é possível utilizar a ferramenta para apresentar um tópico. Um exemplo com muito êxito é o de quando perguntei a uma turma de oitavo ano o que sabiam sobre a I Guerra Mundial, para lhes apresentar a nova unidade de poesia. Tivemos um diálogo de turma com algumas respostas muito básicas: cavalos, a primeira vez que se usou o gás como arma, 1914- 1917.

Então, convidei esta turma a fazer 10 minutos de Escrita Livre sobre o tópico. Encorajei-os a manter o tópico em mente, mas, ao mesmo tempo, a continuar a escrever apenas o que lhes surgisse. Por exemplo: “I Guerra Mundial, o que é que eu sei ? Não demos isto no 6º ano, com a Professora Patel? Ah sim, fomos àquele bunker, não foi? Ou isso foi na II Guerra Mundial? Qual é a diferença? Espera aí, não estávamos com os Alemães nessa altura e depois contra eles na II Guerra? A Emma está a escrever imenso – como é que ela sabe tanto? Talvez ela esteja só a escrever sobre o seu cabelo, afinal. Afinal, sim. Que mais? Oh, cantamos aquelas canções – Embrulha os teus problemas no teu velho saco e sorri, sorri, sorri… Isso foi no quarto ano. Não tinha ideia sobre o que era, nessa altura, mas creio que é o género de canção que pode animar as tropas?”

Seguindo a mesma inspiração da teoria por trás de “Pensar, formar um Par, Partilhar”, o facto de dar aos alunos tempo para refletir sobre o tópico trouxe muito mais conhecimento reconhecido para a discussão. Os estudantes tornavam-se mais empenhados à medida que se iam dando conta de quanto já sabiam e de algumas das memórias de fundo sobre o que tinham aprendido antes (especialmente as canções).

Depois, repeti o exercício no final da unidade. Eles puderam comparar as duas Escritas Livres e facilmente constataram o seu próprio progresso.

Os meus Destaques sobre Escrita Livre:

  • Ao fim de 10 minutos, é habitual ter mais alunos do que tempo disponível a sentir-se entusiasmados para partilhar o seu trabalho.
  • Na sessão 3, li, num texto de Escrita Livre de uma aluna muito  tímida, que ela ia ter uma competição de dança no fim de semana. Lembrei-me e perguntei-lhe na Segunda-feira. Ela ficou muito impressionada por eu ter lido, ter-me preocupado e ter-lhe perguntado – depois disso ela começou a participar nas conversas na aula.
  • Um aluno surpreendeu-se ao escrever um poema acerca das suas opiniões sobre a educação – quando ele achava que detestava poesia.
  • Um aluno de oitavo ano, com habilidades em grau elevado , que até então tinha considerado fáceis todas as tarefas que eu tinha dado, encontrou, na Escrita Livre, pela primeira vez, um desafio e teve de se esforçar para conseguir enfrentá-lo.
  • Um aluno confidenciou-me as suas reflexões sobre género e as possibilidades de transição. Na Escola, em Escrita Livre, os alunos sabem que existe a hipótese de o seu texto ser lido, pelo que pude ter uma conversa com ele, começando com: “Notei, na tua Escrita Livre… Gostavas de conversar sobre isto?” Isto fez com que eu tivesse sido o primeiro adulto com quem se abriu, e fui capaz de o apoiar na escola e junto dos pais, durante a sua transição.
  • Muitos, muitos alunos vêm ter comigo no ano seguinte – quando já não têm as minhas aulas – pedindo para terem Escrita Livre com o professor atual.
  • Alguns Alunos pedem para levar os seus cadernos de Escrita Livre para casa, a fim de escreverem mais.

13 de Agosto 2018

Adele Bates

[1] – Inglês é a Língua Materna da Autora. Para leitores Portugueses aplica-se o Português.

[2] – SLT – Acrónimo de ”Speech Language Therapeut”; corresponde a Terapia da Fala.

[3] GCSE  – Acrónimo de “General Certificate of Secondary Education”. Corresponde aos Exames Nacionais de 11º ano.

 [4] SEND – Acrónimo de “Special Educational Needs and Disability”. Corresponde a necessidades educativas especiais.

[5] EAL – Acrónimo de “English as an Additional Language”. Corresponde a Inglês Língua Não Materna.

[6] SENCO – Acrónimo de “ Special Educational Needs Coordinator”. Corresponde a Coordenador de Educação Especial.

[7] MFL Department – Acrónimo de “Modern Foreign Language Department”. Corresponde a Departamento de Línguas Estrangeiras.

Como Contribuir para que os Outros Sejam Mais?  – Rumo à Páscoa 2019

 

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     Estamos a percorrer um tempo que recebeu a sua marca singular ao longo de dois milénios:

        •    É um tempo que flui como algo de incompleto;
        •    Que sobe, como para uma meta;
        •    Que pretende atingir um fim:

A Misteriosa Vida da Páscoa Sempre Nova

Como podemos ajudar os outros  a serem mais eles próprios?

Como participamos na Campanha que a comunidade da Escola inventou para ser mais solidária?

Qual é a Escola-Irmã, que à distância nos acena, e como voltamos para ela o nosso cuidado, este ano?

Como gostaríamos nós de trabalhar a nossa relação com os outros em particular durante esta travessia em caravana, pelo Deserto?

E, finalmente, como nos podemos apoiar a nós próprios, portadores secretos de uma missão desconhecida, nós, Jovens, filhos do Futuro que vamos recriando?

Quaresma 19 – OE

A Última Decisão

 

cubo iluminado entre cubos escurosImagem de Arek Socha por Pixabay 

1.1. Qual o assunto desta decisão?

1.2. Quem tinha de decidir?

1.3. Por que motivo era “a última”?

1.4. O que é uma decisão?

1.5. Exemplos de decisões com diferentes graus de dificuldade.

1.6. Quem ou que fatores ajudaram a tomar a decisão?

1.7. Que consequências teve a decisão tomada?

Alunos e OE

Definir Uma Rota

barco sobre mapa

Pixabay Atribution Pixabay License

O Mundo

2030 – Metas Globais

Nós

O Mapa da Vida

  • Pontos de referência que oferecem à vida uma forma singular.

Como escolhemos?

  • Critérios de escolha: valores que guiam o quotidiano;
  • Aplicação na escola, em casa, com os amigos, projecto de futuro.

O que nos impede…

  • De transformar o mundo à nossa volta?
  • De sermos nós próprios em liberdade?

O que nos apoia?

  • Pessoas;
  • Entidades Coletivas;
  • Recursos Secretos…

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Gerir a Atenção – 1

espaço da atenção e nuvens da distraçãoImagem: Oficina de Escrita

     Cada um de nós é um feixe “de possibilidades praticamente inesgotáveis”* e cada um “se aprofunda pelo exercício do seu poder interrogante”*.

    Nesse experimentar-se destaca a constitutiva relação aos outros: em comunhão com todos é que se torna possível a descoberta vital de um sentido para cada um.

     Para Chris Bailey, autor de “Hyperfocus”, a ferramenta mais poderosa, mas limitada e sujeita a constrangimentos, para nos introduzir nesta aventura de construir sentido, é a atenção.

     “Gerir intencionalmente a nossa atenção é, como dizia o “Irmão Rafael” aprender a levar o pensamento pela mão.

   Num mundo “sobrecarregado de distrações como nunca houve outro na história da humanidade” (Crys Bailey) a nossa atenção é facilmente raptada, deixando-nos demasiado ocupados, dispersos e pouco produtivos.

    Aprender a focar o pensamento voluntariamente, dar-se conta do seu devaneio aleatório, reencaminhá-lo de volta, tirar partido do fluxo de ideias errantes que podem fecundar um raciocínio estreito,  eis alguns dos traços que podem gerar um ritual  de paciência, um abrigo para trabalho intenso e fonte de alegria nos nossos dias agitados.

     A Atenção revela a sua importância inestimável quando começa a viver-se como o projeto de uma intenção para lá do seu uso utilitário: mero funcionamento passivo da mente em que cumprimos hábitos de modo automático.

    Alguns hábitos – e suas tarefas adjacentes – podem ser realizados  simultaneamente em combinações estratégicas (“multitasking”), para rentabilizar o horário nobre do nosso tempo útil, constantemente ameaçado por urgências aparentes.

    Esta ocupação múltipla deixa ainda espaço livre de atenção onde a mente devaneia de modo indefinido ou aberto à invenção, se treinarmos como captar as ideias insólitas que gravitam na periferia da consciência.

     Mas as tarefas complexas, como o estudo dos nossos Alunos, uma atividade mais personalizada, o exercício de uma Arte, uma manufactura artesanal, uma reflexão ou uma construção de conhecimento convocam todo o espaço de atenção disponível e só encontram o seu meio vital em concentração profunda.

   Este estado especial de atenção, a que o autor chama “Hiperfoco”,  que se desenvolve e fortalece com intenção deliberada e treino regular, permite tornamo-nos “mais produtivos, mais criativos e mais felizes”.

     O esforço exigido para gerir deliberadamente a nossa atenção é compensador, pois nos oferece um sentido de realização pessoal com o qual a distração mais sedutora não consegue concorrer.

*J Cerqueira Gonçalves, Itinerâncias de Escrita, Vol II, pag. 438

Fontes:Hyperfocus Autor: Chris Bailey;  Vídeo de Apresentação do livro      Vídeos do Autor

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Pseudo-Estratégias – 1: “Estilos”

Imagem: Oficina de Escrita

     Neste momento de viragem para a nossa Comunidade Educativa, tentamos recolher pistas orientadoras a partir da experiência preciosa daqueles que vão à nossa frente no caminho da Inovação da Escola.

   Os resultados validados cientificamente no âmbito das Ciências da Aprendizagem alertam-nos para o facto de se deverem evitar algumas formas de ensinar que se revelaram ser ineficazes para uma real aprendizagem dos alunos.

      Uma das abordagens de ensino mais intuitivas e, por isso, mais divulgadas, cujos efeitos na aprendizagem efetiva não tem resultados consistentes:

     Ensinar segundo os “Estilos de Aprendizagem” preferidos por cada aluno.

Recursos 

    1 – Artigos de Divulgação –

1.1. No excelente siteThe Learning Scientists”  – uma página de títulos de artigos que explicam, em detalhe e em linguagem acessível,  por que motivo a ideia dos “Estilos de Aprendizagem” não se traduz em práticas pedagógicas eficazes.

Página de Resumos de Artigos

1.2.  The Effortful Educator: Aprender Mitos versus Aprender Factos

1.3. Ted Talk sobre este assunto

1.4.   The Atlantic O Mito dos “Estilos de Aprendizagem

   2 –  Artigos Académicos –  fundamentação científica que denuncia a inconsistência desta abordagem.

2.1. Frontiers in Psychology– Site de psicologia educacional: (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2015.01908/full)

2.2. O Mito dos “Estilos de Aprendizagem” no Ensino Superior (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2015.01908/full)

2.3. Relatório Científico: O efeito na compreensão após a aplicação de “Estilos de Aprendizagem” no Ensino.

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