“A inquietação é o melhor remédio para a rotina”, essa “espécie de normalidade que anestesia a alma”.
Assim o Papa Francisco exortou os nossos jovens a dar uma alma nova à sua inquietação, modulando-a em interrogações vitais a partilhar com todos: “Cada um de nós traz dentro de si as suas próprias interrogações”; “ponhamos estas questões no diálogo comum entre nós”; “ponhamos estas questões diante de Deus”.
Mas eis que refluiu a massa ondeante da exultação juvenil que iluminou o país como um relâmpago de Alegria…
As aclamações, as danças e os cantos levantaram, por baixo do solo falsamente seguro da rotina, as questões vivas, na sua ousadia inquietante.
Caiu um milhão de sementes de vida na terra assim revolvida pelos pés dos mensageiros. O coração, renovado, voltou a ser terreno de cultivo. Dará fruto?
“Estes eventos tendem a esgotar-se em si mesmos” – constata um antropólogo sensato a quem as estatísticas não deixam iludir; contudo, soa como quem decifrou a letra mas não ouviu a música.
Em mais de 120 países, “A Economia de Francisco” já se tornou um poderoso movimento, para citar apenas uma das ferramenta inquietantes que, nas mãos dos jovens, vai humanizando o mundo.
Mas ainda para além destas manifestações de Vida, quem poderá medir a transformação que se opera no invisível? Que estatísticas podem verificar a germinação secreta do inaudito no íntimo de cada jovem?
Só Aquele cujo “Amor vem de surpresa”, “que nos mantém alerta e sempre, de novo, nos surpreende”.
Com JMJ23 – Partilha de Inspirações – OE